domingo, janeiro 31, 2021

“Although the paths may be different, the objective is only one.” (Rumi)

 “Although the paths may be different, the objective is only one.” (Rumi)

We are facing times that are not ours, and that is why we must realize that a pandemic is not only fought with health professionals. We have to be all. Grandparents, parents, children, family, friends all can and should be heroes. If I may, I can recall a phrase from a poet, a stranger in our Western culture Rumi: “In addition to the ideas of right or wrong, there is a garden. I will meet there with you. ”

With the sickle cut I have no doubt that many of the voters in Ventura, but not only, found in social networks a fertile ground to release their discontent, others, on the contrary, lost the shame of saying what was previously unpronounceable. Without safe reading elements to support the substance of writing, all this stinks of extremist fanaticism and ignorance. There is undoubtedly a situation of “information terrorism that“ the Attorney General's Office and the Public Ministry, which have exclusive competence and responsibility, do not dare to terminate. Why? There are those who say that the first step in asking any kind of question is to know what we are asking, because otherwise if we do not understand what we are asking, the answers will certainly be wrong. I must also say that I have some hope is that, soon, many of these people will come to realize that they will not find in the “adventures that go around” not a single solution. “Yesterday I was smart, so I wanted to change the world. Today I am wise, so I am changing myself. ”(Rumi)

In my opinion and understanding, it has been a very serious and even incomprehensible mistake not to take action by the Attorney General's Office and the Public Ministry when it does not act against all those who advocate not using masks or vaccines, as these are crimes offense to physical integrity that provoke social disapproval, and had to be very clear, as a sign to the intolerability of the practice of such crimes, but it is also incomprehensible that health authorities, let “run such rumors” and “ hunches ”, not being assertive in the answers and to restore the truth based on the scientists. Why is this behavior? Is it out of ignorance? Complicities? Perhaps we will one day learn what or what are the reasons for these inappropriate behaviors? Certainly, there are those who write that, “
democracy does not endure so many disparities. People withdraw their support for the system and legitimacy is eroded. I see many young people saying that they do not believe in democracy, capitalism or liberalism.
” (Grace Blakeley)

“Ainda que os caminhos possam ser diferentes, o objectivo é um só.”( Rumi)

 Ainda que os caminhos possam ser diferentes, o objectivo é um só.”( Rumi)

 Estamos perante tempos que não são os nossos, e por isso, devemos ter a percepção que uma pandemia não se combate só com os profissionais de saúde. Temos de ser todos. Os avós, os pais, os filhos, a família, os amigos todos podem e devem ser heróis. Se me permitem posso relembrar uma frase dum poeta, um desconhecido na nossa cultura ocidental Rumi :“Para além das ideias de certo ou errado, existe um jardim. Eu me encontrarei lá contigo.”

A talhe de foice não tenho dúvidas que muitos dos votantes no Ventura, mas não só, encontraram nas redes sociais um terreno fértil para dar largas ao seu descontentamento, outros pelo contrário perderam a vergonha de dizer o que antes era impronunciável. Sem elementos seguros de leitura a apoiarem a substância do escrito, tudo isto tresanda a fanatismo extremista e ignorância. Há sem dúvidas uma situação de “ terrorismo de informação que “ a Procuradoria Geral da República e o Ministério Público, que têm a competência e responsabilidade exclusiva, não ousam por termo. Porquê? Há quem diga que o primeiro passo para formular qualquer tipo de pergunta, consiste em sabermos sobre o que perguntamos, pois caso contrário se não percebemos o que perguntamos as respostas serão certamente erradas. Também devo dizer que tenho alguma esperança é que, em breve, muitas desta gente, venha a perceber que não vão encontrar nos “venturas que por aí andam” nem uma só solução.Ontem eu era inteligente, então eu queria mudar o mundo. Hoje eu sou sábio, então eu estou mudando a mim mesmo.”(Rumi)

Na minha opinião e entendimento tem sido um erro muito grave e até incompreensível a não acção da Procuradoria Geral da República e do Ministério Publico quando não actua, contra todos aqueles que preconizam o não uso das máscaras ou das vacinas, pois trata-se de crimes  de ofensa à integridade física que provocam reprovação social, e tinham de ser muito claros, como um sinal à  intolerabilidade da prática de tais crimes, mas também não deixa de ser incompreensível que as autoridades de saúde, deixem “correr tais boatos” e os “palpites”, não sendo assertivas nas respostas e a repor a verdade fundamentada pelos cientistas. Porque razão é este comportamento? Será por ignorância? Cumplicidades? Talvez venhamos um dia a saber qual ou quais as razões para estes comportamentos impróprios? Ao certo é que há quem escreva que, “a democracia não aguenta tantas disparidades. As pessoas tiram o seu apoio ao sistema e a legitimidade sofre uma erosão. Vejo muitos jovens a dizer que não acreditam na democracia, no capitalismo ou no liberalismo.” (Grace Blakeley)

 

segunda-feira, janeiro 25, 2021

”Roma traditoribus non premiae”(Roma não paga a traidores).

”Roma traditoribus non premiae”(Roma não paga a traidores).

Reza a História, que em 139 AC. depois de uma longa guerra contra os romanos, Viriato enviou Audax, Ditalcus e Minurus (que não eram Lusitanos) para negociar os termos do tratado de paz. Mas, tendo sido subornados pelos romanos, apunhalaram à traição Viriato enquanto este dormia. Após o crime, dirigiram-se os três a Roma onde pretendiam receber a recompensa prometida. Porém, segundo a mesma história, o general romano Servilius Caepio, em vez de pagar o suborno, ordenou a sua execução na praça pública ficando os corpos expostos com a seguinte inscrição: ”Roma traditoribus non premiae” – (Roma não paga a traidores).

Isto tudo vêm a propósito das eleições presidências realizadas ontem, antes de mais faço a minha “declaração de interesses”, como cidadão de pleno direito exerci o meu direito a voto, e também julgo que posso “fazer a minha análise dos resultados eleitorais”, e não ficar dependente dos “muitos pseudo-analistas, pseudo jornalista que proliferam por aí, quer nas redes sociais quer na dominada imprensa escrita falada e televisa, sem qualquer credibilidade, com muita arrogância como fazedores de opinião e qualificados como uns “sabem tudo”!

Ontem e hoje continuo a “fartar-me de rir”com  os "analistas políticos" que chegam a conclusões hilariantes, querendo fazer, reconheço que, em muitos casos  até fazem…dos cidadãos “seres vegetativos” sem memória nem vontade própria.

 Senão vejamos: 1. A votação no Ventura só pode ser surpresa para quem anda distraído: a) Então não há e sempre houve cidadãos e filhos desses cidadãos que suportaram o regime de Salazar? b) Então não há cidadãos que são “anticigamos” e antirendimento mínimo c) então não há fanáticos que proliferam nas ditas “claques” de futebol dos chamados “clubes grandes”? A questão é o de saber quanto tempo vai durar esta tendência, porque muitos destes cidadãos, ou não votavam ou votavam em vários partidos, reconheço que maioritariamente talvez na chamada direita. 2. Vamos agora aos grandes derrotados. A) O senhor Louça e o seu BE (bloco de esquerda) foi talvez o maior derrotado, perdeu quase um milhão de votos, na minha opinião porque a sua estratégia era o de “fazer cair o governo do PS”. B) O Dr. Rui Rio porque passou a ter um grande problema para resolver, a votação em Ventura. C) O CDS que desapareceu do “horizonte politico português.  D) A oposição dentro do PS a António Costa que ao apoiar a senhora embaixadora, que teve maioritariamente o apoio do BE, pelos mesmos motivos, tentava criar problemas políticos a António Costa  C) A comunicação social, no seu todo, mas em especial a das TVS que pretendia “criar dificuldades ao governo do PS, aliás ontem até deixou d falar em “eleições antecipadas” para se centrar em eleições daqui a dois anos.

E agora na minha opinião os grandes vencedores. 1. Os cidadãos portugueses que resistiram ao incitamento da dita imprensa para não irem votar, e  demonstraram que o “voto ainda é  a arma do povo”. 2. Marcelo Rebelo de Sousa que teve mais votos do que da primeira vez, e teve muito mais votos que Cavaco Silva e sem sombra de dúvida a estratégia politiza (ou a visão politica) de António Costa definida um ano antes aquando da visita à Autoeuropa, ao mesmo tempo viu claramente derrotada a chamada “oposição interna e externa” em especial do BE, e o resto são cantigas para "boi preto ver”.

E, agora que cada um de nós durma sossegado no seu travesseiro e que o tempo, esse grande juiz como escrevia Marguerit Yourcenar, traga lucidez e ajude a tomar as decisões acertadas. Na verdade nas redes sociais à respostas para todos os gostos.

Por cá eu e o Júnior continuamos tranquilos! E, vocês façam o mesmo….”carpem diem”, o mesmo que dizer aproveite ao máximo o dia, não apenas no sentido literal da palavra, mas sim o de  desfrutar a vida. Não deixe de fazer algo que gosta devido à falta de tempo; a única falta que terá, será desse tempo que não voltará jamais.”(Mário Quintana)

quinta-feira, janeiro 21, 2021

“A different world cannot be built by indifferent people.”

“A different world cannot be built by indifferent people.” (Peter Marshall)  

The windows of my room, early in the morning, bring me to life outside. The sounds of life. I got used to listening to them like someone who breathes. But today is different. How was it yesterday. On this cold night, I have the windows closed. And yet, I can't help but hear life out there. The struggle for life. “Life… is never the way to be imagined. It surprises us, and haunts us, and makes us laugh or cry when we least expect it. ”(Niki de Saint Phalle 1930 - 2002)An ambulance march breaks the silence of the almost deserted streets. One and then another. Who will go inside? Minutes later, another ambulance. Who will go inside? In no time, more sirens. Who will go inside? It is impossible to remain indifferent.

Tomorrow, it could be me. Anyone of us. In fact, it is the entire country that goes there. Tonight, I don't like hearing the sounds of the city. In these strange times, death hovers around. It is everywhere. Closer and closer. It is no longer something that happens only to others. “What doesn't cause my death makes me stronger.” (Friedrich Nietzsche)

Statistics are increasingly macabre, fear is a second skin. We live the longest night. A night that seems to have no end. This pandemic started almost a year ago. But it looks like it was yesterday. These days, we live with our hearts in our hands. There is a black cloud that hovers over the sky. Before finishing his speech, Joe Biden (President of the United States) quoted the Bible, namely Psalm 30, recalled that “crying can persist one night, but in the morning joy breaks out”. It's never tomorrow!

 “Um mundo diferente não pode ser construído por pessoas indiferentes.”(Peter Marshall)

 As janelas do meu quarto, logo pela manhã, trazem-me a vida lá fora. Os sons da vida. Habituei-me a ouvi-los como quem respira. Mas hoje é diferente. Como foi ontem. Nesta noite fria, tenho as janelas fechadas. E, ainda assim, não consigo deixar de ouvir a vida lá fora. A luta pela vida. “A vida… nunca é o caminho que se imagina. Ele nos surpreende, e nos assombra, e faz rir ou chorar quando menos espera.“   (Niki de Saint Phalle 1930 – 2002)

Uma marcha de ambulâncias rompe o silêncio das ruas quase desertas. Uma e logo outra. Quem irá lá dentro? Minutos depois, outra ambulância. Quem irá lá dentro? Daqui a nada, mais sirenes. Quem irá lá dentro? É impossível ficar indiferente.

Amanhã, posso ser eu. Qualquer um de nós. Na verdade, é o país inteiro que lá vai. Esta noite, não gosto de ouvir os sons da cidade. Nestes tempos estranhos, a morte ronda por aí. Está em todo o lado. Cada vez mais perto. Já não é algo que acontece apenas aos outros. “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.”(Friedrich Nietzsche)

As estatísticas são cada vez mais macabras, o medo é uma segunda pele. Vivemos a noite mais longa. Uma noite que parece não ter fim. Esta pandemia começou há quase um ano. Mas parece que foi ontem. Nestes dias, vivemos com o coração nas mãos. Há uma nuvem negra que paira sobre o céu. Antes de terminar o seu discurso Joe Biden (presidente dos Estados Unidos) citou a Bíblia, nomeadamente o Salmo 30, recordou que “o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria”. Nunca mais é o amanhã!

quarta-feira, janeiro 20, 2021

O início de uma coisa é quase sempre o fim de outra.

 O início de uma coisa é quase sempre o fim de outra.

 Não temos quaisquer duvidas que estamos a atravessar momentos bastante dramáticos, há muitas pessoas que “nadam com a cabeça, aqui e ali fora de água, na medida certa para evitar o afogamento”, por outro lado todos o que estão em casa, permite-lhe usufruir dum espaço  que nos aproxima da normalidade, como contributo importante para que o equilíbrio psicológico não seja ainda mais atacado.

Apesar de tudo isto infelizmente há aqueles que não mantêm a prudência e a racionalidade e mostram o seu lado “horriblis” com vários protagonistas com o olhar apenas para a árvore que julgam lhes pertencer, colocando em risco a floresta que é de todos nós. “A história está repleta de pessoas que, como resultado do medo, ou por ignorância, ou por cobiça de poder, destruíram conhecimentos de imensurável valor que em verdade pertenciam a todos nós. Nós não devemos deixar isso acontecer de novo.”(Carl Sagan)

 Nestes tempos aparecem-nos em todos os momentos os “sabichões de tudo”. Se não vejamos: Os virologistas fechavam tudo. Os economistas mantinham tudo a funcionar. Os psicólogos diriam que os idosos também morrem de tristeza e solidão e os caritativos diriam que a fome e miséria eram problema maior. E já nem falo dos cuidadores da alma e da fé sempre prontos a defender o seu lado das coisas. A juntar a isto descobrimos um exército de especialistas e “outro de chicos espertos”, e mais as suas conclusões inatacáveis, e o mais intolerável é ver “homens da ciência médica” eles próprios jogadores por interesses privados das corporações, ou dos partidos, quando o mais natural era a sua ajuda quando se trata de nos confrontar com os problemas que não conseguimos ver. “Suba o primeiro degrau com fé. Não é necessário que veja toda a escada. Apenas dê o primeiro passo. Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito. O que me preocupa não é o grito dos maus. É o silêncio dos bons”.(Martin Luther King)

Há um mundo que não conhecemos e que se esconde atrás do mundo em que vivemos. Não é bonito, mas isso não é razão para o ignorarmos. Enfim, tem sido um "fartar vilanagem". Tudo é uma escolha e todas as escolhas têm consequências. Cada um a olhar por si tem sido o pecado capital dos portugueses, um tipo de comportamento que há muito outros povos já erradicaram. Se, mesmo perante esta desgraça pandémica insistem em não ver para além do próprio umbigo, é porque estamos a voar sobre um ninho de cucos….esquecendo-se que há um provérbio japonês que diz:” Antes de olhar para a cabeça, observe o coração. Onde há determinação, há caminho .Um pássaro nunca faz seu ninho em uma árvore seca.”

segunda-feira, janeiro 18, 2021

"The reason we can't find rest is because we look for where it is not." (Father António Vieira)

 
"The reason we can't find rest is because we look for where it is not." (Father António Vieira)

We must realize that we are now installed in this “new normal” and that it is in function of this reality that we have to live our life. Many of us have spent all these months with the precautions that are and were determined by the rules of public health, (such as the use of a mask, physical distance, hand hygiene and respiratory etiquette) but we must not, nor can we fail to look at the forest as a whole and not just as a tree, because many of us do not miss many cases of friends and even acquaintances, who did not exempt themselves, at “dinner parties”, either during the Christmas season or on New Year's Eve , with many people beyond what was advisable, and unbelievable as it may seem, even in these times now it happens. How is all this possible to be happening, with all the information more than enough to know the risks involved? It will make no sense that what is decided by others, by those who act according to the individualistic principle that only evils happen to others, that after all, sooner or later they end up not only coming to knock on the door, but reaching other people. people who were compliant !? Perhaps it is good to remember what Clarice Lispector said: "Life is short, but the emotions that we can leave last an eternity." This is a difficult time for everyone, but it is not the time to let your guard down. The time has come to be more supportive in the exercise of citizenship, if we do not realize and practice this, we will not be up to the challenge in our lives, nor set an example for our children, or our grandchildren, for a supportive and confident country that we have future. We are not just a mere spectator of our life, our attitudes are responsible for making our life wonderful and extraordinary. As Plato said. "Do not wait for a crisis to find out what is important in your life." (Plato) Whoever lives in this bubble of amnesia, selfishness and indifference to the common good, pretends not to know that, just at the weekend, thousands were infected due to not complying with health rules. Between a coffee and another, as if it were cheese, they erase from their memory the responsibility that they do not want to assume their real responsibility. In these times or society perceives (and changes behaviors), it is unacceptable that at the same time, in a world to the contrary, there are those who make exceptions the most important part of the rules to follow. “To close is to close, to confine is to confine, it is not to confine more or less, it is not to pretend to confine.” (Marcelo Rebelo de Sousa, President of the Republic). We have no doubt that there is an urgent need in our country to impose more shackles to obey the rules of flattening the deaths, so that we must evaluate the exceptional situations foreseen much more rigorously and reduce them “because people are having very creative interpretations ”. If in doubt, do not invent: STAY AT HOME. “We are putting all the means that exist in the country to work, but there is a limit and we are very close to the limit. And the Portuguese need to know that. ”(Marta Temido, Minister of Health) “To see is to be seen. By whom? For everything. As if things have a sunflower in the middle. Even the most opaque. Without that, we wouldn't see anything. We are not the Sun. Just a look where, by meditating on things, everything becomes solar. Until the night. ” (Eduardo Lourenço, in Da Pintura)

"A razão porque não achamos o descanso é porque buscamos onde não está.”(Padre António Vieira)

 "A razão porque não achamos o descanso é porque buscamos onde não está.”(Padre António Vieira)

 Há que perceber que agora estamos instalados neste “novo normal” e que é em função desta realidade que temos de viver a nossa vida. Muitos de nós tem passado todos estes meses com as cautelas que são e foram determinadas pelas regras de saúde publica, (como a utilização de máscara, a distância física, a higienização das mãos e a etiqueta respiratória) mas não devemos, nem podemos deixar de olhar para a floresta como um todo e não apenas como uma árvore, porque muitos de nós não deixa de conhecer muitos casos de amigos e até de conhecidos, que não se eximiram , às “jantaradas”  quer no período natalício, quer na passagem de ano, com muitas pessoas para além do que era aconselhável, e por mais inacreditável que nos pareça, mesmo nestes tempos de agora isso acontece. Como tudo isto é possível estar a acontecer, com toda a informação mais do que bastante para conhecerem os riscos em causa? Fará sentido algum que o decidido pelos outros, por aqueles que agem de acordo com o princípio individualista de que só aos outros acontecem os males, que afinal, mais tarde ou mais cedo acabam não só por lhes virem bater à porta, mas por atingirem outras pessoas que foram cumpridoras!? Talvez seja bom relembrar o que disse Clarice Lispector:” A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.”

Este é um momento difícil para todos, mas não é altura para baixar a guarda. Chegou a hora de sermos mais solidários no exercício da cidadania, se não percebermos e praticarmos isso, não estaremos à altura neste desafio das nossas vidas, nem dar um exemplo as nossos filhos, ou aos nossos netos, por um país solidário e confiante que temos futuro. Não sejamos apenas um mero espectador da nossa  vida, as nossas atitudes são responsáveis por tornar a nossa vida maravilhosa e extraordinária. Como disse Platão. ”Não espere por uma crise para descobrir o que é importante na  sua vida.”(Platão)

 Quem vive nessa bolha de amnésia, egoísmo e indiferença pelo bem comum, finge não saber que, só no fim-de-semana, foram milhares os infectados por não cumprirem as regras de saúde. Entre um café e outro, como se de queijo se tratasse, apagam da memória a responsabilidade que não querem assumir a sua real responsabilidade. Nestes tempos ou a sociedade percebe (e muda os comportamentos), sendo inadmissível que  em simultâneo, num mundo ao contrário, há quem faça das excepções a parte mais importante das regras a cumprir.Fechar é fechar, confinar é confinar, não é confinar mais ou menos, não é fingir que confina.”(Marcelo Rebelo de Sousa, presidente da República) .

Não temos dúvidas que há toda urgência no nosso  país impor mais grilhetas para obedecer às regras do achatamento das mortes, por isso à que avaliar com muito mais rigor as situações excepcionais previstas e a diminuí-las “porque as pessoas estão a ter interpretações muito criativas”. Em caso de dúvida, não invente: FIQUE EM CASA. Estamos a pôr todos os meios que existem no país a funcionar, mas há um limite e estamos muito próximos do limite. E os portugueses precisam de saber disso.”(Marta Temido, ministra da Saúde)

 “Ver é ser visto. Por quem? Por tudo. Como se as coisas tivessem um girassol no meio. Mesmo as mais opacas. Sem isso não veríamos nada. Nós não somos o Sol. Apenas um olhar onde, pela meditação das coisas, tudo se torna solar. Até a noite.”  (Eduardo Lourenço, in Da Pintura)

domingo, janeiro 17, 2021

“Preso por ter cão e por não o ter cão”(proverbio português)

 “Preso por ter cão e por não o ter cão”(proverbio português)

 Este é um bem conhecido provérbio português que é usado quando alguém é acusado ou criticado, de qualquer modo, haja o que houver, faça ele ou deixe de fazer alguma coisa. Vem isto a propósito dos que andam agora a querer zurzir no governo, dizem por ter sido demasiado brando nas medidas restritivas tomadas durante a época natalícia e que justificam os atuais, mais 10 mil novos casos diários de contágios e mortes acima dos 150. É uma completa hipocrisia! Pois nessa altura toda a gente queria mais e mais “alivio das medidas”. Podemos imaginar o sururu que se levantaria se o confinamento agora imposto tivesse sido obrigatório nessa quadra natalicia? Quantos políticos da oposição bradariam contra a falta de sensibilidade do primeiro-ministro para com os portugueses culturalmente formatados para celebrar a data na companhia de tantos familiares e amigos quantos em volta de si gostam de congregar? Correu mal? Pois correu! Mas alguém, para além dos urubus do costume, especialistas na previsão dos mais infaustos apocalipses, prediziam a dimensão do que agora se comprova? Houve algum político a propor que se tomassem as medidas que, agora, muitos se apressam a considerar que deveriam ter sido impostas? A verdade é esta: na vontade de tudo maldizer, os que se opõem ao governo querem-no sempre prender por ter cão ou por o não ter.

“Não consigo encontrar esperança neste momento. A grande desvantagem de ser velho é perceber que pouco ou nada muda” (John Le Carré)

Se comer e dormir é meio sustento, como nos diz a sabedoria popular, a interação social surge agora como o mais recente elemento de uma tríade essencial para a vida do Homem. Porque, de facto, a pandemia veio activar o medo, desencadeando uma resposta emocional automatizada face a uma ameaça eminente e que, se não for devidamente erradicada – tal como se procura fazer com o vírus – as consequências podem ser, sem sombra de dúvida, devastadoras. “Ninguém vai bater mais forte do que a vida. Não importa como você bate e sim o quanto aguenta apanhar e continuar lutando; o quanto pode suportar e seguir em frente. Assim é a vida.” ( Frase do filme Rocky Balboa)

sexta-feira, janeiro 15, 2021

“Acima de tudo está a vida das pessoas!” ( Dr. Antonio Costa –primeiro ministro de Portugal)

 Acima de tudo está a vida das pessoas!” ( Dr. Antonio Costa –primeiro ministro de Portugal)

 “E lembre-se: o coronavírus transmite-se de pessoa para pessoa. Ao isolar-se está a proteger-se a si e aos outros. Cuidar de si é cuidar de todos!” (Direcção Geral de Saúde)

Todos devemos ter a consciência que hoje é o primeiro dia da segunda vaga do confinamento, esta é a normalidade possível, até que nos vejamos livres destes tempos impossíveis, a realidade é que “só chegamos a estes momentos difíceis”, porque alguns não “quiseram cumprir um mínimo de regras para viver em sociedade”. “É próprio da natureza humana, lamentavelmente, sentir necessidade de culpar os outros dos nossos desastres e das nossas desventuras.”( Pirandello , Luigi) No entanto, são as nossas atitudes que escrevem o nosso destino. Nós somos responsáveis pela vida que temos. Culpar os outros pelo que nos acontece é cultivar a ilusão. Quanto mais depressa aprendermos isso, menos sofreremos, e o que devem e podem faze é culpar a vossa ignorância por não ter compreendido e pedir desculpa pelos erros que cometeram. Como alguém disse: “Um ser humano sem palavra é como um livro sem páginas...Não serve para nada!”.

Hoje podemos dizer que a pandemia deu-nos a todos uma visão sobre a natureza fundamentalmente do tempo, no geral todos temos a noção que  o “tempo” não é hoje o mesmo do passado. O ano que passou , chamamos ou vamos chamar o “ano da pandemia”, todo o tempo  foi muito parecido com o actual. O tempo dos calendários medindo dias e semanas tornou-se irrelevante - a duração do tempo que vivíamos “temos que reconhecer que não tinha fim ou julgávamos que o mesmo era infinito”.  

Da mesma forma, se olharmos para o futuro, nossos sentimentos sobre os trechos de tempo entre agora e o futuro serão distorcidos. Quando vamos sair de férias? Quanto tempo vai demorar para vermos nossos entes queridos? Sem sinalizações no tempo objectivo, sentimos que o tempo passa - mas porque nada acontece, ele passa muito mais devagar e estamos presos no presente. Se soubéssemos com certeza agora que o mundo voltaria ao normal em alguns meses, a duração do tempo passaria mais rápido. Mas como não sabemos isso ,tudo se arrasta - embora as coisas, o que será muito difícil, mas podemos ir “sonhando”, possam, no final, quando for esse final, voltar ao normal e no mesmo período de tempo, talvez esse seja o nosso  objectivo. “As pessoas com altos níveis de esperança têm certos traços comuns, entre eles o poder de se auto motivar, e sentir-se com recursos suficientes para encontrar meios de atingir os seus objectivos, ter flexibilidade bastante para encontrar meios diferentes de chegar às metas, e ter o senso de decompor uma tarefa formidável em outras menores, mais manejáveis.”(Daniel Goleman)

quarta-feira, janeiro 13, 2021

 "
We always arrive at the place where they are waiting for us." (José Saramago)

Tomorrow we will return to a past of “confined” with the promise that only then will we have a future. But we cannot fail to remind you that, perhaps, these measures were not necessarily so rigid if we all followed the health rules. Or is it not so? There is a Swedish proverb that says: “Fear attributes great shadows to small things”, in these winter times of our existence, at this time of life, when for some, or for all, it is said “of a certain age”, everyone, we can try to hide, we are afraid, because there is no easier feeling to detect than fear. Words are not necessary, fear is read on the body, and it is read clearly on the body of those, “of a certain age”, the reality is that nobody should know what it is to be afraid of ending up being a victim of negligent behavior of others or of himself. Having and feeling fear and anxiety are useful to fulfill isolation and will be blockers when it comes to going out again. The idea that in a while everything will be the same as it was, is completely false, we must have the notion that the reopening of life is a new experience. Here in my corner, where I am now and suddenly an idea came to me: “What if I could write a sentence that everyone understood? The reality is that this phrase would not be mine, but from someone who once said to me “my statistic is living.” To explain the size of important things to us and sometimes we also need to think about others, because we live in society, and we have a duty to respect and safeguard the health of those around us. It is necessary to respect all those who, in order to live, have to work, so it is our duty to stay at home and take all precautions in compliance with health rules, and not out of negligence, bravado, inattention or false sense of security, do not measure the consequences of violating the rules. I remember having read this sentence, anywhere: "Don't want to be the person who will contribute so that a doctor has to decide who will stay with the last ventilator". We have to be aware of this, our statistic has to be living, and we like this statistic so much that we will comply with all health rules. As a friend of mine wrote: ”With the days going by, with the hair whitening, with the wrinkles giving" the air of your grace ", in a path that teaches me ... there is time, space and a learning experience that calls attention to take care of me, look at me and do for me, without forgetting others. ” In "Viagem do Elefante", a last book by José Saramago, it is written: "We always arrive at the place where we are expected". Is this the truth? Is there a certain place, at a certain moment, where someone is waiting for us, regardless of the turns we can take to get there and how long it will take us to do it? Like everything in life there are the most and the least "credulous", life is probably and often sending us messages that, in the end, we end up hearing and recognizing as ours. “I don't think anything happens by chance, you know? That in the end things have their secret plan, although we don't understand. ”(Carlos Ruiz Zafón) There are also those who say that we have two certainties in this life, when we are born and die. In this interval we have to live in the moment, because life is made of those moments. And from moment to moment, we will arrive at the place where they are waiting for us. But we always have to “give a little help”. So, let us think about it, if it were not so, then would life be made only of chance and coincidence without real meaning? As Richard Bach wrote: “Nothing happens by chance. There is no luck. There is a meaning behind every small act. It may not be seen clearly immediately, but it will be before much time has passed. ”

“Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam." (José Saramago)

“Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam." (José Saramago)

Amanhã vamos regressar a um passado de “confinados” com a promessa que só assim teremos futuro. Mas não podemos deixar de aqui relembrar que, talvez, estas medidas não fossem necessariamente tão rígidas se, todos cumpríssemos as regras de saúde. Ou não será assim?  

Há um provérbio sueco que diz que :“O medo atribui a pequenas coisas grandes sombras”, nestes tempos de inverno da nossa existência, nesta altura de vida, em que para alguns, ou para todos, que se diz “de certa idade”, todos, podemos tentar esconder, temos medo, pois não há sentimento mais fácil de detectar de que o medo. Não são precisas palavras, o medo lê-se no corpo, e lê-se com toda clareza no corpo daqueles , “de certa idade”, a realidade é que ninguém deve saber o que é ficar com medo de  acabar  por ter sido vítima de comportamentos negligentes de outros ou dele próprio. Ter e sentir o  medo e a ansiedade são úteis para cumprir o isolamento e vão ser bloqueadores na hora de voltar a sair. A ideia de que daqui a uns tempos tudo será igual ao que era, é  completamente falsa, devemos ter a noção que a reabertura da vida é uma experiência nova.

Aqui no meu canto, onde estou agora e assim de repente surgiu-me um ideia: “e se pudesse escrever uma frase que todos entendessem? A realidade é que essa frase não seria minha, mas de alguém que uma vez me disse ‘a minha estatística é viver.’ Para nos explicar o tamanho das coisas importantes e às vezes também é preciso   pensarmos nos outros, pois vivemos em sociedade, e temos o dever de respeitar e acautelar a saúde de quem nos rodeia. É preciso respeitar todos aqueles que para podermos viver, tem que trabalhar, por isso cumpre-nos  o dever de ficar em casa e tomar todas as precauções cumprindo as regras de saúde, e não , por incúria, por bravata, por desatenção ou por falso sentido de segurança,  não medir as consequências de violar as regras. Lembro-me de já ter lido, em qualquer lado, esta frase :”Não queiras ser a pessoa que vai contribuir para que um médico tenha de decidir quem vai ficar com o último ventilador”. Temos de ter consciência disso, a nossa estatística tem de ser viver, e de gostarmos tanto dessa estatística que vamos cumprir todas as regras de saúde. Como escreveu uma amiga minha: ”Com os dias a passar, com os cabelos a esbranquiçar, com as rugas a dar "o ar da sua graça", num caminho que me vai ensinando...há tempo, espaço e uma aprendizagem que me chama a atenção para cuidar de mim, olhar para mim e fazer por mim, sem esquecer os outros.

Na  "Viagem do Elefante", um último livro de José Saramago, vem escrito: "Sempre chegamos ao sítio aonde nos esperam". Será esta a verdade? Será que, há um certo lugar, num certo momento, onde existe alguém à nossa espera, independentemente das voltas que possamos dar para lá chegar e do tempo que demoraremos a fazê-lo?

Como tudo na vida há os mais e os menos “crédulos”, a vida está, provavelmente e com frequência, a enviar-nos mensagens que, no fim, acabamos por ouvir e reconhecer como nossas. “Acho que nada acontece por acaso, sabe? Que no fundo as coisas têm seu plano secreto, embora nós não entendamos.”(Carlos Ruiz Zafón)

Há , também, quem diga que  temos duas certezas nesta vida, quando nascemos e morremos. Neste intervalo temos que viver o momento, porque a vida é feita desses momentos. E de momento em momento lá chegaremos ao sítio aonde nos esperam. Mas temos sempre que “dar uma ajudazinha”. Por isso, pensemos bem, se assim não fosse, seria então a vida feita somente de acasos e coincidências sem verdadeiro significado? Como escreveu Richard Bach: ”Nada acontece por acaso. Não existe a sorte. Há um significado por detrás de cada pequeno acto. Talvez não possa ser visto com clareza imediatamente, mas sê-lo-á antes que se passe muito tempo.”

domingo, janeiro 10, 2021

"We know that, the problem is that there are those who don't want to understand Portuguese !!!"

 "We know that, the problem is that there are those who don't want to understand Portuguese !!!"

Because there are words that will stay forever and will survive us. Survive our fleeting journey through our existence. They would say that “our fate is sad”… “Ten months after the first cases of covid were officially confirmed in Portugal, the Portuguese still do not know the behaviors to follow to prevent the virus and they need a police officer to tell them, the all the time, what they can and cannot do. ”

The reality is that we have been entrusted with the responsibility of knowing how to manage the space given for the Christmas and New Year celebrations. The risks were known. The ways of spreading this virus are known. Behaviors are our individual choice. There is no need to point the finger at the Government for giving us the freedom to celebrate Christmas and for avoiding meddling in the intimacy of families. And now, instead of taking the blame, we blame others! At least that's what it sounds like, hearing widespread criticism of the Government for not being more restrictive at Christmas, imposing, for example, a maximum number of people per household. As Carl Sagan said: "And if the world does not correspond in all aspects to our desires, is it the fault of science or of those who want to impose their desires on the world?"

In my opinion, the Government should have taken more radical measures and not be waiting for a new in-depth assessment of the epidemiological situation. Because with hospitals at risk of rupture, confinement reaps consensus, but there is no need to wait for it to be decreed to limit (now and permanently) our contacts. Prevention works when we take it voluntarily. Everyone has to do their part - for everyone's health, for those who struggle desperately to keep their businesses and jobs, for those who are collapsing mentally, for teachers who sacrifice themselves to ensure fair access for students to school. "Shame is judging that you know everything. Shame is not knowing that you can always know more, it is not being able to repeat with Garcia de Orta that 'what we know [is] a small part of what we ignore'. No man or woman with a scientific background you can say that you undoubtedly know everything! ". The phrase is from scientist Maria de Sousa, who died with covid.)

The worst that can happen to us is that we have a devastating confinement, economically and socially, but without effectiveness in the health emergency. The responsibility is now as ours since the beginning in March 2020. There is no point in prohibiting decrees if we do not strictly comply with the containment measures. We don't need a policeman to watch every home. Not even watching the others. It is enough that we watch ourselves. “There are three methods for gaining wisdom: first, by reflection, which is the most noble; second, by imitation, which is the easiest; and third, from experience, which is the most bitter. ” (Confucius)

“ Nós sabemos isso, o problema é que há quem não queira entender o português!!!”


“ Nós sabemos isso, o problema é que há quem não queira entender o português!!!”

 Porque há palavras que ficarão para sempre e nos irão sobreviver. Sobreviver à nossa fugaz viagem pela nossa existência. Diriam que “triste sina a nossa”…“Dez meses depois de serem oficialmente confirmados em Portugal os primeiros casos de covid, os portugueses ainda não conhecem os comportamentos a seguir para prevenir o vírus e precisam de um polícia por perto que lhes diga, a todo o momento, o que podem ou não fazer.”

A realidade é que foi-nos confiada a responsabilidade de sabermos gerir o espaço dado para as celebrações do natal e do novo ano. Os riscos era conhecidos. As formas de propagação deste virus são conhecidas. Os comportamentos são uma nossa escolha individual. Não há que apontar agora, o dedo ao Governo por nos ter dado liberdade para celebrar o Natal e por ter evitado meter-se na intimidade das famílias. E , agora, em lugar de assumirmos as culpas, culpamos os outros! Pelo menos é o que parece, ouvindo as críticas generalizadas ao Governo por não ter sido mais restritivo no Natal, impondo, por exemplo, um número máximo de pessoas por casa. Como disse Carl Sagan: “E se o mundo não corresponde em todos os aspectos a nossos desejos é culpa da ciência ou dos que querem impor seus desejos ao mundo?

No meu entender o Governo deveria ter tomado medidas mais radicais e não ficar à espera de uma nova avaliação aprofundada da situação epidemiológica. Pois  com os hospitais em risco de ruptura, o confinamento colhe consenso, mas não é preciso esperar que seja decretado para limitar (desde já e em permanência) os nossos contactos. A prevenção funciona quando a assumimos voluntariamente. Cada um tem de fazer a sua parte - pela saúde de todos, pelos que lutam desesperadamente para manter os seus negócios e empregos, pelos que estão a colapsar mentalmente, pelos professores que se sacrificam para garantir um acesso justo dos alunos à escola. "Vergonha é julgar que se sabe tudo. Vergonha é não saber que se pode saber sempre mais, é não ser capaz de repetir com Garcia de Orta que 'o que sabemos [é] uma pequena parte do que ignoramos' . Nenhum homem ou mulher com uma formação científica pode afirmar que sabe sem dúvida, tudo!". A frase é da cientista Maria de Sousa, que morreu com covid.)

O pior que nos pode acontecer é termos um confinamento devastador económica e socialmente mas sem eficácia na emergência sanitária. A responsabilidade é, agora como desde o inicio em  Março de 2020 é, nossa. Não adianta serem decretadas proibições, se não cumprirmos escrupulosamente as medidas de contenção. Não precisamos de um polícia a vigiar cada casa. Nem sequer de andar a vigiar os outros. Basta que nos vigiemos a nós mesmos. “Há três métodos para ganhar sabedoria: primeiro, por reflexão, que é o mais nobre; segundo, por imitação, que é o mais fácil; e terceiro, por experiência, que é o mais amargo.” (Confúcio)

sábado, janeiro 09, 2021

“Tudo piora muito antes de melhorar."

 “Tudo piora muito antes de melhorar."

 Alfred Pennyworth (Batman - O Cavaleiro das Trevas)

 Esta é uma frase popularizada e que de facto é uma verdade, como exemplo costumamos dar aquela situação de quando se começa a fazer exercício físico, nos primeiros tempos doem todos os músculos, mas depois sentimo-nos revigorados e muito melhor. Isto tudo a propósito das repercussões nos números da pandemia da covid-19 nas próximas semanas, segundo os cientistas motivado em geral, pelos festejos do natal e do fim do ano, o que nos leva que a nossa imaginação sinta algum conforto na referida frase, “ a situação vai piorar antes de melhorar”. O ser humano, por natureza, prefere o passado ao futuro ou vice-versa, sempre à custa do presente. Tanto a ideia que as coisas vão melhorar (não podem piorar mais) como a ideia que não vão piorar (é triste ficar na mesma).” (Miguel Esteves Cardoso

A questão é que mais uma vez as pessoas não quiseram seguir e cumprir as regras determinadas pelos cientistas e instituições de saúde pública. Porquê? Diante da crise gerada pela Covid-19 ficou claro para vários sectores da sociedade, e para muitas pessoas, a nível individual, que apenas a ciência era capaz de encontrar uma solução. “O aparecimento das vacinas foi e é uma esperança, mas  enquanto isso, estamos na luta contra o vírus – a pandemia não acabou, qualquer coisa que fizermos ao não cumprir as regras de saúde, estamos a adiar o final desta pandemia- Estamos numa luta pelas nossas vidas!”(OMS-organização Mundial de Saúde)

 Para nós é bastante claro que entrámos neste novo ano de 2021, com o referido lema de que “isto antes de melhorar, ainda vai piorar” e, talvez seja por isso, que temos de saber adaptarmo-nos, nesta fase muito melindrosa que voltamos a passar com as preocupações diárias centradas na nossa sobrevivência. Esta é a realidade não só no nosso País, mas em todo o Mundo, e no qual  "grupos políticos e ideológicos" têm procurado e usado as redes sociais desde o começo da pandemia para difundir teorias da conspiração sobre a doença e sobre tratamentos, omitindo que este é um vírus que mata, e que não precisamos de teorias da conspiração e que reforçam a ideia de que isto que estamos  a viver não é uma situação real! As estatísticas pouco nos devem importar quando lutamos por cada doente como o ser único que ele é. E uma sociedade que não se une para salvar uma vida não é uma sociedade solidária, é uma sociedade egoísta e individualista.” A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana.”(Franz Kafka)

Chegou o momento de tomarmos a opção que mundo queremos? De respeito ou de ódio? Nestes tempos que comportam um imenso desafio, que até nos parece que não vamos aguentar, mas a verdade é que a humanidade já venceu desafios muito piores. A nossa historia humana está cheia de tragedias e hoje vivemos mais uma  que acaba por ser potenciada pela ignorância de alguns. Hoje a questão parece-nos mais simplista onde a regra de “evitar as aglomerações” não foi suficiente. Temos também que evitar os contactos embora saibamos que seja de facto muito difícil manter o isolamento. “Plante o seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que alguém lhe traga flores. E aprenda que realmente pode suportar, que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que temos valor diante da vida!“ ( William Shakespear)

quarta-feira, janeiro 06, 2021

"In life, there is nothing to fear, but to understand."

 "In life, there is nothing to fear, but to understand." (Marie Curie)

In these times now, in general, we are all, to a greater or lesser extent, managing our anxiety, in the hope that it will pass quickly this week, in order to know the number of people infected with “covid19” after the “Christmas and Christmas parties” new year ”, as almost everyone“ felt some revolt ”when checking out the“ brutal crowds ”on weekend mornings. Why do some people not follow the rules? In fact, as Galileo Galilei said: “We can't teach anyone anything, but we can help people find out for themselves.”

There are those who say that “people in a situation of denial”, have a more common emotional reaction to the new or unknown, which is a movement of doubt and distrust of how much the measures were necessary or if they were not an exaggeration, in their opinion. “Individualism omits” that puts everyone else at risk, they don't understand that we all prefer to live in a less adult, but more humane society, and that understand “possible social sacrifices” in favor of the other's life. ” All people are capable of mastering a pain, except those who feel it. Our doubts sometimes betray us and make us lose what we could often gain, simply by fear of taking chances. (William Shakespeare

Even if there were no covid-19, these were days to protect ourselves from the cold wave that plagues the whole country, with temperatures that can reach many negative degrees. We all have to find some hope in these times, but we must all be aware that they will not be like “the past” again, a new “normalized” life, will certainly be framed by this new “way of living in society”, and as a result some disadvantage of “being older”, is that it is more difficult for us to believe in these changes, we cannot avoid our despair for a vaccine, a cure, a hope to get out of this winter that has lasted us since last spring. As Simone Weil said: "I think it is useless to fight directly against natural weaknesses ... in the normal course of life, we need to know these weaknesses, take them prudently and strive to make them for a good purpose; all are capable of being put to good use. "

We live in our own time, there is that philosophical idea that can help us understand why time is "moving" slowly during this pandemic. The argument is that time has two faces. The first face of time is “objective time”: the time for clocks, calendars and transport schedules, etc. The second is the duration, the "lived time", the time of our subjective inner experience. This is the time felt, lived and performed. The reality is that the so-called "our knowledge", whether we like it or not depends on the "knowledge of others", although sometimes our imagination seems more important than science, because we "feel" that science is limited, whereas that our imagination spans “the whole world.” “There are truly two different things: knowing and believing that you know. Science consists of knowing; in believing that we know lies ignorance. ” (Hippocrates)

“Na vida, não existe nada a temer, mas a entender.” (Marie Curie)

  “Na vida, não existe nada a temer, mas a entender.” (Marie Curie)

 Nestes tempos de agora, no geral, estamos todos, com maior ou menor incidência, a gerir a nossa ansiedade, na espera que passe depressa esta semana, para conhecermos o numero de infectados com o “covid19” depois das “festas do natal e do ano novo”, pois quase todos “sentimos alguma revolta” ao verificarmos os “aglomerados brutais de pessoas” nas manhãs dos fins de semana. Porque é que algumas pessoas não cumprem as regras? Na verdade Como disse Galileu Galilei: “Não podemos ensinar nada a ninguém, mas podemos ajudar a pessoas a descobrirem por si mesmas.”

Há quem diga que as “pessoas em situação de negação”, tem uma reacção emocional mais comum frente ao novo ou desconhecido, que é o de um movimento de dúvida e desconfiança de quanto as medidas eram necessárias ou se não eram um exagero, no seu “individualismo omitem” que põe em risco todos os outros,  não entendem que  todos nós preferimos viver numa  sociedade menos adulta, mas mais humana, e que entendesse os “eventuais  sacrifícios sociais” em prol da vida do outro.” Todas as pessoas  são capazes de dominar uma dor, excepto quem a sente. As nossas dúvidas por vezes traem-nos e fazem-nos perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, pelo simples medo de arriscar.(William Shakespeare

Mesmo que não houvesse covid-19, estes eram dias para nos protegermos da onda de frio que assola todo  país, com temperaturas que podem chegar aos muitos grau negativos. Todos temos que encontrar alguma esperança nestes tempos, mas que todos devemos ter consciência que não voltam a ser como “o passado”, uma nova vida “normalizada”, será certamente enquadrada por este novo “modo de viver em sociedade”, e daqui resulta alguma desvantagem de “termos mais idade”, é que nos é mais difícil acreditar nessas mudanças, não podemos evitar o nosso desespero por uma vacina, uma cura, uma esperança para sairmos deste inverno que nos dura desde a primavera passada. Como disse Simone Weil:"Eu acho que é inútil lutar directamente contra as fraquezas naturais ... no curso normal da vida, é preciso conhecer essas fraquezas, levá-las com prudência e se esforçar para torná-las a um bom propósito; pois todas são capazes de ser colocadas para um bom propósito. "  

 Vivemos no nosso próprio tempo, há aquela ideia filosófica que nos pode ajudar a entender por que o tempo “ se está  a mover” lentamente durante  esta  pandemia. O argumento é  que o tempo tem duas faces. A primeira face do tempo é o “tempo objectivo”: o tempo dos relógios, calendários e horários dos transportes etc. O segundo, é a duração, do “tempo vivido”, o tempo de nossa experiência subjectiva interior. Este é o tempo sentido, vivido e actuado. A realidade é que o chamado “nosso saber”, quer queiramos quer não depende do “saber de outros”, embora por vezes a nossa imaginação parece-nos mais importante que a ciência, porque “sentimos” que a ciência é limitada, ao passo que a nossa imaginação abrange “o mundo inteiro.” “Há verdadeiramente duas coisas diferentes: saber e crer que se sabe. A ciência consiste em saber; em crer que se sabe reside a ignorância.” (Hipócrates)

domingo, janeiro 03, 2021

 Antes de chegarmos ao saber, é preciso percorrer o ser e o sentir.” (António Damásio)

Como todos, no geral, devemos saber o 2021 começou, por  nos ser dado conhecimento da existência de “novas” vacinas que nos permitem ter esperança numa normalização da nossa vida – no entanto está muito longe de ser assim tão fácil, após todos os desafios e escolhos que tivemos que percorrer em todo o nosso caminho. Diz a voz popular que com o tempo as coisas mudam, mas na realidade tal não será assim, pois somos nós que as temos que mudar sozinhos. Numa situação como a de pandemia, o optimismo pode fazer com que uma pessoa corra riscos que são incrivelmente perigosos. Como disse Mahatma Gandhi. ”Se nós queremos mudar o mundo, temos que começar por nós!”.

Vivemos longos meses, e continuamos a viver, com a nuvem da pandemia sobre as nossas cabeças e vamos enfrentar uma crise económica e social, para além de estarmos rodeados de incertezas pessoais e profissionais. Sem dúvidas que  o ano de 2020, dada a "intensidade" com que "fomos" obrigados a viver, deixa marcas em todos nós, sendo que algumas delas nos vão acompanhar para toda a vida, mas que tudo o que se passou sirva para ganharmos maturidade e reforçarmos a aprendizagem daquilo que realmente importa. É por isso, que entendo, que no geral, aprendemos com todo este tempo já passado, que nos ensinou que somos resilientes, competentes e dedicados. Por isso, olhamos para 2021 com confiança, cientes que conseguiremos reforçar ainda mais a nossa valorização humana e aumentar o nosso valor e reconhecimento, conquistando melhores condições pessoais e até para alguns profissionais.O objectivo de um ano novo não é que nós deveríamos ter um ano novo. É que nós deveríamos ter uma alma nova.”(G. K. Chesterton)

Todos devemos ter consciência que o mundo real não é o mundo das redes sociais e aqueles que mais sofrem não têm voz para demonstrarem a sua dor, a fome, a carência daquilo que é essencial. Não sei de quem é a culpa? Mas olhemos para eles, porque talvez sejamos nós todos! Esperar que os outros resolvam os nossos problemas, nunca foi boa política. Enfim, façam vocês as contas, mas todos sabemos que há que dar corda aos sapatinhos. Todos os dias temos exemplos de que não somos nada, mas que tal facto não seja pretexto para deixarmos de lutar, ou para colocarmos nas mãos de terceiros o nosso destino. Faz hoje um ano, “falávamos” nos "profetas" da treta. Hoje reforçamos essa ideia. Que ninguém dê ouvidos à mentira descarada, à ignorância, ao ódio, à frustração, à inveja, ao negativismo, ao pessimismo. Apesar de tudo, acreditemos num mundo melhor, mais justo e mais solidário.Ensinou a amar a vida, não desistir de lutar, renascer da derrota, renunciar às palavras e pensamentos negativos. Acreditar nos valores humanos e a ser optimista. Aprendi que mais vale tentar do que recuar… Antes acreditar que duvidar, o que vale na vida não é o ponto de partida, mas  sim a nossa caminhada.” (Cora Coralina)