quinta-feira, janeiro 21, 2021

“A different world cannot be built by indifferent people.”

“A different world cannot be built by indifferent people.” (Peter Marshall)  

The windows of my room, early in the morning, bring me to life outside. The sounds of life. I got used to listening to them like someone who breathes. But today is different. How was it yesterday. On this cold night, I have the windows closed. And yet, I can't help but hear life out there. The struggle for life. “Life… is never the way to be imagined. It surprises us, and haunts us, and makes us laugh or cry when we least expect it. ”(Niki de Saint Phalle 1930 - 2002)An ambulance march breaks the silence of the almost deserted streets. One and then another. Who will go inside? Minutes later, another ambulance. Who will go inside? In no time, more sirens. Who will go inside? It is impossible to remain indifferent.

Tomorrow, it could be me. Anyone of us. In fact, it is the entire country that goes there. Tonight, I don't like hearing the sounds of the city. In these strange times, death hovers around. It is everywhere. Closer and closer. It is no longer something that happens only to others. “What doesn't cause my death makes me stronger.” (Friedrich Nietzsche)

Statistics are increasingly macabre, fear is a second skin. We live the longest night. A night that seems to have no end. This pandemic started almost a year ago. But it looks like it was yesterday. These days, we live with our hearts in our hands. There is a black cloud that hovers over the sky. Before finishing his speech, Joe Biden (President of the United States) quoted the Bible, namely Psalm 30, recalled that “crying can persist one night, but in the morning joy breaks out”. It's never tomorrow!

 “Um mundo diferente não pode ser construído por pessoas indiferentes.”(Peter Marshall)

 As janelas do meu quarto, logo pela manhã, trazem-me a vida lá fora. Os sons da vida. Habituei-me a ouvi-los como quem respira. Mas hoje é diferente. Como foi ontem. Nesta noite fria, tenho as janelas fechadas. E, ainda assim, não consigo deixar de ouvir a vida lá fora. A luta pela vida. “A vida… nunca é o caminho que se imagina. Ele nos surpreende, e nos assombra, e faz rir ou chorar quando menos espera.“   (Niki de Saint Phalle 1930 – 2002)

Uma marcha de ambulâncias rompe o silêncio das ruas quase desertas. Uma e logo outra. Quem irá lá dentro? Minutos depois, outra ambulância. Quem irá lá dentro? Daqui a nada, mais sirenes. Quem irá lá dentro? É impossível ficar indiferente.

Amanhã, posso ser eu. Qualquer um de nós. Na verdade, é o país inteiro que lá vai. Esta noite, não gosto de ouvir os sons da cidade. Nestes tempos estranhos, a morte ronda por aí. Está em todo o lado. Cada vez mais perto. Já não é algo que acontece apenas aos outros. “O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.”(Friedrich Nietzsche)

As estatísticas são cada vez mais macabras, o medo é uma segunda pele. Vivemos a noite mais longa. Uma noite que parece não ter fim. Esta pandemia começou há quase um ano. Mas parece que foi ontem. Nestes dias, vivemos com o coração nas mãos. Há uma nuvem negra que paira sobre o céu. Antes de terminar o seu discurso Joe Biden (presidente dos Estados Unidos) citou a Bíblia, nomeadamente o Salmo 30, recordou que “o choro pode persistir uma noite, mas de manhã irrompe a alegria”. Nunca mais é o amanhã!