“TUDO NOS PARECE DE PERNAS
PARA O AR NO MUNDO DE HOJE!” (Alexandre Dumas)
Nestes tempos que agora passamos, somos
ameaçados, pelo menos é isso que nos parece, por uma “geração de meninos
mimada”, apostada em deitar lixivia para cima da nossa História, sem perceber
que “sem conhecer as suas raízes” não sabe quem é??? Só nos resta esperar que,
estudem um pouco a nossa História, que as mentes se iluminem e saibam o que foi
diferente, pois não tenhamos dúvidas ou ilusões, se não soubermos resistir a
esta espécie de vaga, que se denomina “libertadora e igualitária” mergulhamos
rapidamente em novas eras obscurantistas. Como escreveu Alexandre Dumas
(escritor francês) “por vezes a soma da sabedoria humana, encontra-se no
saber esperar e na esperança”.
Parece-me que será o momento de recordar, que
após o episódio fatal, (morte de George Floyd nos Estados Unidos) que ocorreu
em 25 de maio, e perturbou a vida social e política dos Estados Unidos,
alimentando o debate sobre o racismo e levantando novas questões sobre a
actuação das forças policiais contra a comunidade negra e que inicialmente
provocou a discussão sobre racismo para as ruas, com manifestações em cidades
de todo o mundo, depois para o sofá da sala, com a interrupção de filmes e
séries criados sob um olhar colonialista, e agora para os livros de História,
com o questionamento das figuras que os países homenagearam em estátuas e
monumentos. “Estranho destino que leva os homens a destruírem-se uns aos
outros por interesses de pessoas que lhes são estranhas, e que na maior parte
das vezes nem lhe sabem da existência.” (Alexandre Dumas)
Entendo ser admissível, e não será de agora “ que
os heróis estão sempre a ser repensados, pois eles falam por esse momento da
História, e é obrigação e faz parte da
tarefa do historiador desmontar certo tipo de olhar, dado que essas
personalidades que marcaram um determinado tempo “não se destroem”, mas exigem
que se olhe para elas com “espírito crítico”. Por isso, não se percebe o derrube de monumentos de homenagem a
figuras como Cristóvão Colombo, como não perceberia se acontecesse com o
Parthenon. “A escravatura era a base do sistema social da Grécia Antiga.” Os
monumentos da acrópole foram erguidos com esse suor e sangue. “Não vamos agora
destruí-los. Ou vamos?
Para nós é inaceitável querer viver numa
sociedade desprovida de valores, onde tudo é possível e permitido, e onde os
que defendem esses valores são conotados como reaccionários, onde a recente
onda de vandalismo é reveladora de fundamentalismo e ignorância, sectarismo e
estupidez e revela como são “farinha do mesmo saco” aqueles que querem impor uma razão, como se alguém dela
fosse dono, e por isso, causa-nos uma natural indignação que se tentem censurar
proibir e destruir estátuas, livros, monumentos e agora até filmes, que são
obras-primas e testemunhos de um passado colectivo, que deviam permanecer como
memórias de tudo aquilo que não devia voltar a acontecer (e que se repete,
afinal, ao longo dos séculos), que nos permitem tirar lições e ilações, se não
estivermos cegos pela ignorância e pela febre das redes sociais. “Os que
cuidam que tudo sabem necessitam de mais advertências, porque erram mais
torpemente por isso necessitam de mais conselhos, porque presumem que de nada
carecem, cegueira em que os mais advertidos tropeçam”(Padre António Vieira)