quarta-feira, maio 12, 2010

ALMEIRIM. Já não há santos milagreiros?

Já vimos o fumo e o fogo, (como diz o povo não há fumo sem fogo!) mas ainda ninguém teve paciência de ordenar a evacuação ou de chamar os bombeiros. Se calhar o vento muda e pronto. Mas nunca é bem assim, quem vai pagar é sempre os mesmos! (ou será mesmo que os nossos reformados não sofreram um aumento do preço da água, de tal modo escandaloso que ninguém fala?)
Sempre que assisto a filmes que descrevem as vésperas das guerras e das grandes crises, que me questiono com algum nervosismo, e até irritação: "Mas, porque é que esta gente não se pôs a andar dali mais cedo, porque é que não fizeram nada? Os sinais eram tão claros. Burros. Porque é que só reagiram no último momento, no derradeiro, naquele em que já não há nada que se possa fazer para salvar o dia, o País ou o Mundo?"
Está claro que a minha arrogância advém do facto de saber em cada filme aquilo que vai acontecer a seguir. Por isso, os sinais parecem-me sempre tão claros, tão óbvios, tão alarmantes. Por exemplo, em Outubro ninguém diria que o que está acontecer aconteceria. Mas desde 2007, pelo menos, que os sinais são alarmantes. Porque raio de carga de água é que não fizeram nada para evitar esta catástrofe?
Mas dirão alguns que não são assim tão irresponsáveis? Um dá uma ajudinha, outro dá outra, as pessoas acreditam e pronto, voltamos à normalidade. Um bocadinho mais crescidos e madura, alguém há-de encontrar uma solução para o nosso caso. (para um cenário de falência tem que se aplicar um plano de recuperação financeira) É fundamental. E no final poderemos todos dizer: " Ufa, foi só um susto", mas então não se apuram as responsabilidades?. Porque essas coisas dos grandes dramas, crises e misérias só acontecem nos filmes. Mas cá não. Ou alguém já nos tinha avisado, e há muito tempo. Não era? Claro que era! Nós não somos como os do lado, claro que não! Mas tanto quanto sabemos até os tinteiros para as impressoras já só se compram a crédito! Até quando?

Quando o passivo de uma empresa é superior ao seu activo e esta não apresenta capacidade para cumprir com as suas obrigações – estamos a falar de “falência técnica”. A falência de uma empresa ocorre quando em função de uma situação presente em que o Activo é inferior ao Passivo (falência técnica), se percebe que a situação é irrecuperável em face à actividade, custos e perspectivas de negócio futuro. Ao perceber-se a irrecuperabilidade da empresa, abre-se falência, tentam liquidar-se o maior volume de activos para pagar passivos e assim sair o mais honradamente do processo, normalmente traumático. A expressão de falência de uma Autarquia está associada à impossibilidade de fazer face ao serviço da dívida dessa Autarquia.
A derradeira questão que ora se coloca é: Conseguirá a autarquia manter a prestação dos serviços básicos à população? A face mais visível mostra já muitas estradas locais quase intransitáveis... (serve de exemplo local o que se passa em Paço dos Negros).