sexta-feira, fevereiro 10, 2017

Outra vez, mais do mesmo? “Cegam” de só ver pensionistas!

 Outra vez, mais do mesmo? “Cegam” de só ver pensionistas!
Num relatório hoje publicado sobre a economia portuguesa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) refere que as reformas de pensões em Portugal foram feitas à custa dos jovens e dos futuros reformados e que os pensionistas actuais, em particular no sector público, têm benefícios "significativamente mais generosos".
 É por todas estas “coisas” que já não sabemos se a opção de escolha será a “era da pós-verdade” se a de “factos alternativos”?
Para esta dita organização internacional, ao que sabemos sofre influência directa de “neoliberais” que de ex-ministros “falhados” foram ocupar “tachos” bem remunerados, os factos não importam, a veracidade das informações também não, o que interessa são as emoções que a divulgação destes “pseudo-relatórios”, ou supostos “estudos estatísticos” provocam. Começa a ser muito difícil, em tempos da pós-verdade, distinguir as verdadeiras mentiras de factos falsos, dado que há muito se instalou uma deriva da “direita neoliberal”, nesta selva no panorama da imprensa que os que ainda lêem os jornais descobrem todos os dias. 
É sempre a treta do costume. Pressão, chantagem sobre quem tem um pouco de melhores condições de vida e trabalhou e descontou para tal. O objectivo não é a defesa dos mais jovens, mas sim criar condições para reduzir os salários, as pensões de reforma, aumentar a precariedade laboral. Os ganhos, ou melhor os roubos da banca, dos banqueiros, todas as fraudes cometidas e ainda o planeamento fiscal que com a ajuda dos offshore roubam aos estados milhões e milhões de euros, quando o que  importava era que fossem divulgados, com urgência, as imparidades (uma nova forma de dizer as dividas) (as existentes, seus montantes, a identidade dos respectivos devedores, bem como os responsáveis   pela concessão desses créditos mal parados,  nomeadamente os milhões que “desapareceram “ na CGD e no BES. Mas, parece que  tudo isto é uma insignificância para a OCDE e quejandos. Grave, grave são as reformas e pensões o salário mínimo nacional ser de 557 euros!  
É ver as previsões da OCDE e de outros organismos internacionais para 2016 e ver a credibilidade das mesmas. Falharam em tudo e a direita neoliberal em Portugal agarra-se a isto para fazer futurologia e conta com o apoio da imprensa através dos seus  comentadores e em entrevistas sucessivas, onde “truncam” e “manipulam” dados e impõem os “chamados factos alternativos”, quando deviam realçar que os dados estatísticos obtidos foram melhores que as previsões, porque  o modelo de previsão e metodologias utilizadas pela OCDE é inadequado e conduziu a margens de erro graves por subestimar politicas que foram aplicadas, ou existe um enviesamento ideológico que torna impeditivo aos “actores estatísticos” aceitarem critérios adequados à realidade socio-economia portuguesa.
Talvez seja o momento de afirmar que os portugueses precisam de tudo, menos destes “diabinhos” e de outros que vivem da corrupção e das fragilidades do Estado, pois todos nós sabemos que quando se noticia um “facto” que começa a parecer-se com o que sentimos que “possa ser verdade”, torna-se muito difícil distinguir “factos “ verídicos de “factos” que não o são e, não pode ser normal assistirmos a políticos supostamente credíveis a promover mentiras (factos alternativos) apenas porque servem os seus interesses de momento, sem respeito pelo interesse publico, nem pelos cidadãos – já chega de mais do mesmo imputar as reformados e pensionistas os “desvarios” que foram cometidos para “salvar” os banqueiros e agiotas financeiros. Ao diabo que os carregue! Não há discurso possível sobre este assunto e muito menos feito por quem não honra a palavra e faz da vida pública trampolim para tudo, menos para salvar o País. Chega de embuste!

Armindo Bento (economista aposentado