sexta-feira, outubro 19, 2007

AS PESSOAS NÃO COMEM DÉFICE, MAS....PAGAM!

"As pessoas não comem défice, eis a frase do momento para apoucar a inédita rapidez da estabilização das contas públicas !"Numa economia social de mercado, o progresso mede-se não apenas em termos de rentabilidade crescente das empresas, mas também em ganhos no nível de vida dos trabalhadores e na redução das desigualdades económicas, sociais e culturais, apoiada na acção do Estado social junto dos mais vulneráveis e marginalizados."
Na verdade com dois anos e meio de Governo, temos muito boas razões para acreditar que Portugal está a ganhar o desafio económico e orçamental. “Os resultados estão à vista de todos. A execução orçamental mostra que vamos cumprir os objectivos da redução do défice orçamental “ .
Na verdade os “déficites” tem sempre estado na ordem do dia : o défice externo e, sobretudo, o famoso défice das nossas contas públicas, sendo que no seu grau de importância, o primeiro é mais que o segundo , uma vez que aquele é e a expressão concreta da nossa fraca produtividade e da diminuta evolução da situação económica. No entanto, estes não são os únicos, pois na verdade existe um défice que é tanto ou mais importante e que se reflecte nos anteriores , mas que estranhamente não tem notoriedade. PORQUE SERÁ QUE NINGUÉM "FALA" do “défice crónico” das empresas do sector empresarial publico de transporte de passageiros ?

- Perda de 7,6 milhões de passageiros ( - 1,3%) – ( em média 25 mil passageiros/dia)
- Endividamento de mais de 12,7 mil milhões de euros ( + 9,7%) ( em média mais de 3,1 milhões de euros/dia)
- Resultados negativos em 2006 cerca de 760 milhões de euros ( + 11,9 %) ( em média mais de 2,1 milhões/dia de prejuízo )
- Os capitais próprios negativos atingiram mais de 2,1 mil milhões de euros ( + 2,5%)
- Esforço financeiro do Estado atingiu mais de 311,3 milhões de euros ( + 1,14%)O aumento dos títulos de transporte atingiu nos últimos dois anos mais de 13,2% ( o maior aumento desde sempre no serviço público de transportes de passageiros)

O endividamento Municipal

Em Novembro, 22 municípios irão receber menos dinheiro do Estado por terem ultrapassado o limite máximo do endividamento permitido em 2006. E em meados deste ano 36 câmaras já se tinham endividado mais do que podiam. Os efeitos das novas regras sobre o endividamento municipal, ainda impostas pelo Orçamento de Estado de 2006, começam a fazer-se sentir sobre os municípios de Ansião, Carrazeda de Ansiães, Castelo de Paiva, Fornos de Algodres, Guarda, Lisboa, Lourinhã, Macedo de Cavaleiros, Mangualde, Mondim de Basto, Nazaré, Ourique, Penamacor, Santa Comba Dão, Santarém, São Pedro do Sul, Torres Novas, Trancoso, Vila Nova de Gaia, Vila Nova de Poiares, Vouzela e Vila Franca do Campo (Açores)