segunda-feira, setembro 28, 2020

“Os números governam o mundo.” (Platão)

 “Os números governam o mundo.” (Platão)

 Um número só por si nada significa, quando se junta a outra qualquer coisa carece sempre de interpretação o seu significado, e nada é mais forte para a expressão e comunicação humana do que as palavras convertidas em números. Como afirmou Pierre Laplace: “É notável uma ciência que começou com” jogos de azar” se tenha tornado o mais importante objecto do conhecimento humano.”

Nestes tempos que não são os nossos tempos, em que “nos é dito” que “estamos no principio do principio”, mas que nos pode demostrar que tantas vezes e em tantas circunstâncias o bem comum (o melhor interesse da sociedade) deve prevalecer sobre o bem individual (melhor interesse do indivíduo), e talvez por isso, por vezes apetece-me adaptar o conceito de Winston Churchill,  que quando os aliados ficaram eufóricos com a vitória na batalha de El Alamein, disse:” Não é o principio do fim, não é sequer o fim, é apenas e só o fim do principio”.


A este propósito hoje Portugal registou 899 infectados confirmados o que me deixou, não digo “pasmado” mas algo apreensivo, porque tenho a percepção que as pessoas  estão informadas e algumas só correm os riscos porque querem, põe em causa eles próprios,, mas o mais grave é colocar os outros! Assim com recurso aos dados estatísticos conhecidos até 23 de Setembro, podemos concluir que:

 

·        Foram registados um total de 71005 infectados com o coronavírus, para uma população total de 10 286 268 residentes em 2019 (com um grau de incidência global da infecção de 0,69%);

·        O maior numero global de infectados  11 706 ,situa-se no nível etário 30-39 anos, que representa cerca de 16,49% do total dos infectados e 12,16% do total da população residente, com um grau de incidência da infecção de 0.94%;

·        O maior e mais grave grau de incidência de infectados (1,04%) situa-se no nível etário de 20-29 anos, que representa 16,05% do total dos infectados e 10,62% do total da população residente em Portugal;

·        É no nível etário 70-79 anos (9,46% do total dos residentes em Portugal), que representam 6,73% do total dos infectados e o mais baixo grau de incidência 0,49%;

 

Em resumo podemos constatar que cerca de 48,9% do total dos infectados, até 23 de Setembro de 2020, quase metade, encontram-se no nível etário 20-49 anos e representam apenas cerca de 38% dos residentes em Portugal. E porque como disse Emile Lemoine: “Uma verdade matemática não é simples nem complicada por si mesma. É uma verdade. “

Também queremos deixar bem claro que não temos nenhuma recomendação específica, a não ser aquela que é as próprias pessoas fazerem a automonitorização dos seus sintomas, entre eles a temperatura, antes de se deslocarem para a escola ou para o trabalho”. Alguém já me disse que o que conta a inspiração que lhe surgiu  sobre como poderia usar “os três elementos mais importantes: a máscara, o sabonete e o álcool”. E, aqui quero relembrar que não  se ponha em causa o papel da escola  na oferta de conhecimentos que habilitem o jovem a formar, livremente, opinião sobre aquilo que o rodeia. Se a escola o não fizer, lá estará a Internet, lá estarão as redes sociais para ocuparem o seu lugar.

Sem dúvida que não se pode deixar estas ditas “ maleitas” sem qualquer tratamento, mas vamos dosear a medicação que conta, com peso e medida. Há muito medo e muita ansiedade nestes tempos de incerteza, como dizia Platão, “a coisa mais indispensável a um ser humano é reconhecer o uso que deve fazer do seu próprio conhecimento”. A este propósito não deixo de dizer que até há um estudo que também nos descansa: cantar não contribui para a propagação do vírus, já o volume… O importante é respeitar as regras de distanciamento. Na minha opinião e para finalizar não podemos esquecer que serão necessárias duas coisas para controlar o vírus, este ou outro qualquer: medidas de higiene e uma vacina. A questão é que  não podemos ter uma sem o outra!  Haruki Murakami  também deixou uma afirmação para a posteridade: “Quando sairmos da tempestade, não seremos mais a mesma pessoa que havia entrado nela. É disso que  tratam as tempestades”