quarta-feira, março 05, 2008

O Jumento: " Se fosse professor não quereria mudanças e o discurso da ministra não me teria convencido a mudar de ideias, antes pelo contrário."
Nunca te justifiques.
Quem gostar de ti não precisa que o faças e quem não gostar nunca acreditará !

AS MUDANÇAS NA EDUCAÇÃO - Com determinação, paciência e clarividência !

A questão agora é simples: ou o Governo tem autoridade e força para fazer valer as suas políticas, ou desiste e se dá por derrotado, com todas as consequências políticas inerentes......."

Nas suas decisões os políticos devem estar sempre atentos não só ao meio ambiente ( económico, social e político) que os rodeia, mas também á uma outra realidade – isto é não podem apenas e só estar sempre a pensar em política, mas devem estar atentos às pessoas – ao não estar atentos a esta outra realidade tem sido o seu grande erro com graves repercussões an sociedade.
Quando se pede sacrifícios, por maior que seja a justeza desse pedido tem que se ser mais humilde, não prescindindo da firmeza, das convicções e do empenho na resolução dos problemas – a arrogância e a falta de humildade é “castradora” da vida própria e a subserviência é o pior que pode acontecer na política.
Sempre foi nosso entendimento e a nossa postura de que na vida política aqueles que se acham acima da critica ou de qualquer controlo e obrigação da prestação de contas da sua actividade, transformam o exercício do poder numa sucessão de decisões povoadas pela arbitrariedade ou pelo preconceito que conduz não ao interesse publico que deveria prosseguir mas aos interesses particulares de alguns poucos.

“A grave situação na área da Educação não pode ser , resumida à situação profissional, entenda-se remuneratória dos professores e por isso se a sua avaliação é absolutamente necessária, e é, se os sindicatos não concordam com o método, e não concordam, devem apresentar o método que na sua opinião mais se aproxima da perfeição. Ou seja, fazer parte da solução e não do problema.”

A propósito do nosso “ post” – “ A Escola tem que mudar .... “ recebemos diversas participações das quais acho todo o interesse dar conhecimento:

«...Até parece, que as nossas escolas foram feitas e existem apenas e só a pensar nos professores, onde os alunos são mera matéria-prima das escolas e os pais , esse nem sequer existem
Neste ponto posso dizer-te o que penso e o que fiz, há muitos anos: os alunos são o centro das minhas preocupações e considero que os pais são imprescindíveis na Escola, não como polícias mas como parceiros. Enquanto presidente do Conselho Directivo durante dois mandatos, na Escola Secundária ..... os pais participaram em toda a actividade da Escola, desenvolviam projectos próprios e até tinham a chave da Escola. Alguns dos meus melhores amigos foram membros dessas Associações de Pais.
.... claro e devemos reconhecer com toda a seriedade que, como em todas as classes profissionais há excepções e felizmente para o nosso País as excepções no ensino são mesmo a regra, simplesmente sentem-se coagidos na sua participação e completamente ultrapassados por aqueles , poucos, que dominam a vida política e tem uma enorme aversão á necessária e urgente mudança por em causa os seus interesses particulares .... ou não será assim ?

«Ainda que modestamente temos tentado, reafirmar, sempre que possível ser contra aqueles que por facilitismo,medo da perda de votos e aversão à mudança, alinham na "orquestração quase mafiosa",para a substituição da Ministra da Educação. É reconhecido e demonstrado a sua muita corajem na aplicação de medidas tão necessárias para ajudar este País a sair do atoleiro de interesses que germinam em cada canto.»
Exigimos que a ministra continue no cargo e que dê alguma coerência às reformas que pretende realizar. Não contra mas a favor. Não confundir coragem com decisão autocrática e autista. A não ser asim, arrisca-se a deixar não uma reforma mas mais um conjunto de decisões, desconexo. Não sou mafioso. Aliás sinto, ao afastar-me da vida partidária, "que me livrei de uma rede mafiosa e de interesses que dominam a politica , regional e local", girando em torno de lideranças éfemeras por muito inovadoras que possam parecer. E digo-o com conhecimento de causa.
Tudo o que transparece é precisamente o contrário - pede-se a demissão da ministra e reafirma-se que o problema é o sistema de remunerações

«Eu e muitos portugueses sentiram uma enorma vergonha " daquele miudo que se disse professor de matemática e que insultou a senhora Ministra( bem sei que nos jornais de domingo já vinha apresentar desculpas pelo que disse, "dado as suas afirmações não corresponderem à verdade e que se ficou a dever a sentir-se muito nervoso " Quem tem filhos, e os jovens professores mais velhos do que aquele "sábio" a esta hora e não só os seus pais, estarão tão envergonhados como eles devem estar.»
Também eu estou envergonhado com o tal miúdo, escolhido a dedo, não entre os sindicalistas... mas nos ditos movimentos suprapartidários que agora estão tão em moda , mas mais partidários e sectários ... e outros desvairados, para superar a "rede sindicalista oportunista e partidarizada ....
Acrescente-se que o referido " professor" já veio pedir desculpa..... segundo disse foi o stress e o nervoso..!

«Só espero que o Senhor Presidente da República que não vai a votos, defenda esta Ministra e dê o exemplo da Irlanda onde os professores são a base do sucesso da economia pelos alunos que preparam e formam no interesse do seu País. Será que algum Sindicato de Professores em Portugal pode dizer o mesmo? Vejam as recentes estatisticas e o ranking do ensino europeu. Não devemos todos meditar o que andam os nossos professores a fazer ?»
Tambéu eu espero que o Presidente presida. E que se conheça o exemplo da Irlanda ou da Finlândia, mas também dos efeitos da reforma efectuada na Inglaterra. Que se estude a sério o que andam os professores a fazer, e os ministros da Educação dos últimos 30 anos, com milhares de disparates reformistas, casuísticos, populistas e desgarrados. Que se avalie a sério o sistema e os professores. E que se meditem as reformas a efectuar. E que se experimentem os modelos antes de generalizar.
Para que tal aconteça o Governo tem que decidir, com toda a legitimidade e fazer as correcções que tem que fazer. Acontece que transparece é uma resistência ilegitima á acção governativa..

«Tenho procurado por argumentos e motivos que fossem justos ou razoáveis, para tanta contestação e tanto insulto, mas sempre em vão. É precisamente este «sindicalismo em estado puro» que ameaça hoje, destruir o futuro do ensino público em Portugal.
Tenho amigos professores, que me dizem sentirem-se hoje pela primeira vez, em democracia, com receio de partilhar a sua opinião em relação à actuação demagógica e até reaccionária de sindicalistas, que de professores são muito pouco,( não sei até se alguma vez exerceram a sua profissão ...) pois são profissionais da politica, que apenas e só pretendem que nada mude, para que tudo fique na mesma, isto é defendem só os seus interesses particulares e os interesses partidários daqueles que sempre viveram da politica. Na minha opinião não seria necessário que os professores se deixem assombrar pelo fantasma da avaliação pois apenas se terá que explicar por que tem a Escola que mudar, quando à sua volta tudo mudou, e os professores de facto ainda não deram por isso ! »
Sindicalistas profissionais, estamos de acordo, estão a mais. Sou sindicalizado desde 1969 mas não milito.
E não estamos assombrados pela avaliação: sou avaliado desde sempre e quero ser avaliado. Pouco me importa de que forma. Digam lá como é. Tentarei fazer o melhor e quando não concordar uso o Tribunal. E dou muito bem pelas mudanças.
Ma snão é torcendo a verdade, diabolizando alguém, minando, tentando desmobilizar pela colagem de rótulos tidos por negativos. Não sou facilmente manobrável. Sobre a Escola que não muda, é verdade: está cheia de filhos órfãos de pais vivos. De pais ausentes e responsabilizantes pelas suas próprias incapacidades de proteger e educar os filhos. Quanto ao clima de medo que é imposto pelos sindicalistas. Não digo que não porque não conheço todos locais de trabalho . Mas conheço outros climas que afectam os professores pela acção de gente que não é sindicalista. Argumentação débil ... demonização....
Todos os profissionais dão passíveis da respectiva avaliação no exercício da sua profissão, qual a funfamentação para que os professores não o sejam ?

«Como é possível estar contra as aulas de substituição ou mascarar essa oposição inicial com a posterior reivindicação de as tolerar desde que pagas em horas extraordinárias, quando se sabe da necessidade dos alunos? »
Não sou contra as aulas de substituição, sempre as fiz e de borla. Falso problemas, criado a partir de um conjunto de afirmações diabolizantes dos professores, acusados de faltistas, calões e desonestos, com três meses de férias anuais, bem pagos,...
Mas as horas, estas horas, nos termos do Estatuto na altura em vigor, teriam de ser pagas como extraordinárias. Serão os únicos profissionais a exigir o cumprimento da lei?

«Como é possível ser contra a avaliação, ou apenas contra a sua complexidade, ignorando o rigor e a qualidade que devem ser colocados em cada metodo de avaliação?
Como é possível ser contra a hierarquia docente, assente em critérios objectivos, com o argumento de que a selecção não foi perfeita, terá deixado alguns de fora,( sindicalista ....) ou deva ainda ser corrigida? »
Neste caso revelas ignorância profunda. Avaliação? Sim. Num método conhecido antecipadamente, testado (como convêm nas reformas). Sabes que continuam a chover informações, orientações avulsas todos os dias? Como se avalia um ano lectivo no terceiro período? Ser avaliado pelo coordenador? Sim, se ele o souber fazer. Avaliar professores não é o mesmo que avaliar alunos.
De qualquer modo só um sistema de avaliação rigoroso permite a qualidade na educação.

«Porventura ficou fechada a porta do aperfeiçoamento das soluções? Como é possível ser contra a direcção unipessoal das escolas, com base em planos, programas e órgãos consultivos de representação comunitária, com o velho e gasto argumento da alegada "gestão democrática das escolas"? »
Sou pela nomeação das direcções das Escolas e sou-o desde 1996, por considerar que o modelo dito democrático assenta na formação de classes de apoio aos dirigentes eleitos. Se há projectos governamentais para a educação, deve ser o governo a escolher os seus executores. Os professores não são gestores. E se os pais e as empresas e as autarquias querem, deixá-los entrar, experimente-se.
Não é o que a FNPROF anda a fomentar ....

«Em que século vivem os opositores das reformas na Educação? Terão eles pensado no dia seguinte e como vai ser o futuro deste nosso País?»
Eu penso, todos os dias, com o país e, em termos imediatos, diários, nos meus alunos, no seu futuro, nos seus problemas, porque choram, se almoçam, se tomam banho, se são excluídos pelos colegas, que resultados conseguem, se os pais têm dinheiro para pagar a visita de estudo, se.....
E esse é o drama. Não consigo reduzir tudo à luta partidária, à conspiração de perigosos sindicalistas, frustrados, politicos de diversas facções , absentistas....
A razão única para o meu descontentamento não está na lista de disparates e lugares comuns: estou farto de que me chamem nomes...., que me considerem o que não sou.

Mas lembramos que as ausências de participação e discussão não resolvem os problemas nem criam a pressão necessária sobre aqueles que tem a responsabilidade de decidir, ou nãos erá assim?
Nada nos pode fazer desistir daquilo em que acreditamos e que consideramos necessário que seja feito.