quarta-feira, maio 28, 2008

Será assim tão dificil explicar a situação?

Porque é que os jornais, designadamente os especializados, os economistas profissionais, a oposição, o Governo...... não explicam com rigor e verdade ?
" Em Portugal a carga fiscal (ISP), acrescido do IVA representa cerca de 60% do preço à saída das bombas de combustível" - esta é a base para o "chorrilho" de mentiras, inverdades e tantas outras coisas que , "diarimente cai" em cima dos cidadãos e acima de tudo não compreendo qual a razão porque os jornalistas, em especial os especializados não questionam esta situação, que segundo afirmou o senhor presidente da Républica - " há concerteza uam dose de especulação nos altos preços do barril do petróleo "
DEIXO AQUI OS DADOS, CADA UM FORME A SUA OPINIÃO !
Portugal, tal como a Europa, aderiu ao gasóleo e os refinadores europeus, GALP incluída, são largamente deficitários na produção de gasóleo.
De cada barril de crude destilado extraem-se vários refinados (apenas os principais - gás, gasolina, jet, gasóleo, óleos base, fuel, asfalto) em percentagens apenas elásticas em função do crude mais ou menos leve (light).
Quer isto dizer que não se pode tirar mais gasóleo e menos gasolina do crude (petróleo bruto), só porque o mercado escoa melhor um refinado em detrimento do outro.
Da actividade refinadora da GALP sabe-se publicamente que não consegue escoar no mercado interno nem europeu, a gasolina (obrigatoriamente) obtida na refinação, pelo que exporta o excedente para os EUA, onde o mercado é exactamente o inverso do nosso, sendo deficitário em gasolina. E este parece um excelente negócio para a GALP e para o país por efeito da exportação.E agora o reverso da medalha. Onde vamos buscar o gasóleo que nos falta? Bem, principalmente à Rússia, que abastece praticamente toda a Europa. Em consequência da grande procura o gasóleo tornou-se escasso e principalmente objecto de grande especulação dos traders no mercado de Roterdão, que se estabeleceram como verdadeiros e poderosos intermediários.
Os Russos vendem a quem dá mais e não estão muito dependentes das grandes petrolíferas e, aqui está uma situação que estas não controlam, provando também um pouco do seu veneno, destilado noutras zonas do globo.
O preço (especulativo) do gasóleo tem aumentado muito mais do que o crude e, a verdade é que o preço actual do gasóleo ao consumidor não reflecte o seu custo nos mercados.
Sobre o preço de venda ao consumidor no nosso País , existem dois impostos:
  • O ISP ( Imposto sobre os Produtos Petroliferos), que é um valor fixo ( gasóleo 36,4 cêntimos por litro e na gasolina 58,3 cêntimos por litro) , anote-se que este método valorativo foi aprovado em 2004 ( Governo PSD/CDS) .
  • O IVA que foi fixado com uma taxa de 21%

As taxas do ISP são fixadas por forma a garnatir a neutralidade fiscal e não o agravamento do preço de venda dos combustíveis - Conclusão : Mentem todos aqueles que defendem uam reduçao deste imposto ou então são incompetentes ou que é tão grave uma coisa como outra.

EXEMPLIFICO:

Entre os dias 11 e 15 de Maio 2008, dados no quadro abaixo, utilizei as bombas ad GALP, 4 vezes, sempre com custo base de 45,00 euros de combustivel e posso constatar que nesse período o preço litro aumentou 5,25% oq ue correpondeu a uma redução de cerca de 4,98% no número de litros, isto é conjugado estes dois factores tive uma perda ( aumento de custo de utilização) de cerca de 10,2% . Afinal se eu perdi quem ganhou ?

  • O valor ISP reduziu-se em cerca de 4,98%
  • O valor do IVA manteve-se, não aumentou , nem diminui
  • A GALP e as gasolineiras aumentaram cerca de 2,4%

NOTA: Se se mantivesse esta situação ao longo do ano , os meus custos com o combustível ( gásoleo) aumentavam cerca de 10,2%, o Estado perdia mais de 150 milhões de euros e a GALP e gasolineiras aumentavam as suas receitas em mais 2,4% !

QUESTÃO : Porque é que isto não é explicado aos Portugueses?

MAS MAIS: Por exemplo se , o Estado reduzi-se o ISP, por exemplo em 10% . O que acontecia?
  • Os meus custos sofriam uma redução de 2,5% ( isto é 3 cêntimos por litro)
  • O valor do ISP sofria uma redução de 9,3%
  • O valor do IVA sofria uma reduçao de 3,3%
  • A GALP e as gasolineiras aumentavam as receitas em 1,0%

Esta proposta iria gerar, neste período, uma redução de 3 cêntimos por litro de gasóleo, a GALP e as gasolineiras ganhavam mais 1,0% e o Estado perdia 9,3% do ISP e 3,3% do IVA, sendo que antes do fim de Maio essa redução de 3 cêntimos já estaria completamente absorvida, por novos aumentos e o Estado continuaria a perder e a GALP continuaria a ganhar. Uma medida inutil e irresponsável mas que ia ocasionar uma perda só em ISP de cerca de 290 milhões de euros/ano, sem qualquer proveito para os consumidores que continuavam a ver os seus custos a aumentar do mesmo modo.

Então os senhores economistas não estudam antes de falar ?Ou será mais uma campanha orquestrada para convencer que estamos no Inferno e que a salvadora vem a caminho?
Portugal tem as suas cidades, vilas e até aldeias, cheia de praças, ruas e travessas cheias de nomes de jornalistas. Seria fastidioso, citar aqui a história de muitas dessas figuras que granjearam o respeito a admiração dos portugueses. Apenas me resta uma pergunta: alguém acredita, que daqui a alguns anos, haverá um só nome de um Jornalista, em alguma rua de alguma cidade, vila ou aldeia deste País?
A verdade é que em Portugal a carga fiscal (ISP), acrescido do IVA não representa cerca de 60% do preço do gásóleo à saída das bombas de combustível , mas sim e apenas 46% ( ISP 25% e IVA 21,0%) sendo que a GALP e gasolineiras arrecadam 54,0%. Então porque se continua afirmar que o Estado é que recebe uma maior percentagem?

Os que defendem a descida dos impostos ..MENTEM!

Com ou sem limites ao IVA, com ou sem descida do ISP a única solução para a alta dos preços é poupar, poupar a curto, a médio e a longo prazo. Isto não é nada de novo, já sucedeu no passado com os choques petrolíferos, os países que reagiram poupando ganharam, os que evitaram esse percurso perderam competitividade.
Quaisquer reduções fiscais não passam de paliativos cujo único resultado é a preguiça, o adiar das medidas inevitáveis, seja o deixar o carro à porta por parte das famílias, seja a inovação tecnológica ou o investimento em novas tecnologias por parte das empresas, seja a reformulação das políticas do Estado.
Os que defendem a descida dos impostos sem explicar e assumir que tal medida não resolve nada estão a enganar os portugueses, estão a optar pelo caminho mais cómodo, nalguns casos fazem-no mesmo por interesses pessoal, para conquistar uns votos para não sugerir que há também quem receie a queda das acções da GALP !
Vamos explicar porquê?

Dá que pensar......


Mas alguém no seu prefeito juizo toma como verdade o que lê nos jornais?

"Os que já foram de referência agora são autênticos pasquins (Público). Uns querem marcar a agenda política numa clara confusão de qual a missão de um jornal (Sol). Os gratuitos, o CM e o 24 horas são sensacionalistas e não são para leva a sério! Em todos eles as manchetes da 1ª página são por vezes falsas e desmentidas no corpo do artigo!!!!Se exigissemos dos jornalistas (e de nós próprios) o que exigimos dos políticos talvez estivéssemos bem melhor"

Bem vistas as coisas, porém, o único défice estrutural do País é de competências: não há ninguém capaz de analisar e interpretar uma simples síntese de conjuntura. E assim se faz uma crise.