sábado, maio 08, 2021

"A vida é o que fazemos e o que nos acontece."(Ortega y Gasset)

"A vida é o que fazemos e o que nos acontece."(Ortega y Gasset) Hoje reparei que as pessoas na minha rua, rua onde se situa a moradia onde vivo há quase 40 anos, os meus vizinhos ainda praticam os usos e costumes de saudação: bom dia vizinho(a)!...Boa tarde…Boa noite! O mais interessante é que os mais jovens seguem estes exemplos – faz-nos sentir que afinal somos humanos, e que estes tempos nos ensinam sobre a vida! Na verdade, quando acordo de manhã, e começo a ler as noticias, sinto que as mesmas são sempre piores que as do dia anterior e, talvez por isso, hoje quando me interrogam.. como estou??? Não respondo que está tudo mal, mas também não digo que está tudo bem ….hoje a minha resposta é “estou como nos deixam estar” ou “estou vivo”! Como estes tempos, que não são os nossos tempos, mudam as coisas, e se temos esperança que as coisas vão melhorar não nos devemos desgastar a pensar que vão piorar! “Nunca será tarde para buscar um mundo melhor e novo, se no empenho pusermos coragem e esperança. A pessoa que conserva a fé no passado não se assusta com o futuro.”(Ortega y Gasset) Todos nós como seres humanos que somos , temos uma tendência natural para formar primeiro as nossas convicções e depois ir à procura dos argumentos que as justificam. Mas poucos fazemos isso com uma intensidade profunda de modo que que nunca seja tarde demais para nos reconciliarmos com o raciocínio lógico, nem para perceber que às vezes nos enganamos redondamente sobre o carácter de pessoas a quem “pretendemos” julgar ou interpretar o seu pensamento. “A cultura é uma necessidade imprescindível de toda uma vida, é uma dimensão constitutiva da existência humana, como as mãos são um atributo do homem.”(Ortega y Gasset) Considerado como um dos livros mais importantes da última década - “Pensar, Depressa e Devagar “ de Daniel Kahneman, prémio Nobel da Economia em 2002, e um dos grandes especialistas mundiais em ciência cognitiva e nos processos de tomada de decisão, neste livro desenvolve a tese de que a nossa mente está dividida em dois sistemas: o Sistema um, que “opera automática e rapidamente, com pouco ou nenhum esforço” (daí o pensar depressa); e o Sistema dois, que “distribui a atenção pelas actividades mentais esforçadas que a exigem, incluindo os cálculos complexos” (daí o pensar devagar). Daniel Kahneman tem aplicado as suas teorias sobretudo à área da economia comportamental, e nunca se dedicou, que eu saiba, à análise do que é escrito na imprensa jornalística e do comentário político. No entanto, uma volumosa parte do seu livro é centrada no excesso de confiança e nos enviesamentos de percepção que a imprensa de hoje utiliza e manipula, ou tenta manipular a nossa maneira de pensar e de agir, pois como sabemos todas as nossas decisões tem sempre um fundo emocional por detrás e, somos levados a arriscar mais quando sentimos que vale a pena. “Não sei nada sobre como superar os outros. Só conheço a maneira de superar a mim mesmo. Enquanto se possa mexer, treine o corpo. Enquanto não se possa mexer, treine a mente.”(Código Samurai) Não é nosso uso e costume discutir nem política nem futebol, para não exacerbar paixões desnecessariamente, porquanto prefiro manter os meus amigos (as) por perto, independentemente das suas convicções políticas ou futebolísticas, que geram não raro discussões muito agrestes, que quer sempre dispensar. No entanto quero deixar bem claro que esta é apenas e muito simplesmente uma chamada de atenção ao universo das minhas amizades para pensarem e agirem sempre com sensatez e não se deixarem ir ao sabor dos ventos do quadrante que sopra mais forte no momento e em determinado tempo. Diz a voz popular que “presunção e água benta cada um toma a que quer”, no entanto e, perseguindo o politicamente correcto, nem sempre é o mais avisado, por muito que as maiorias de influência se esforcem por inculcar na opinião pública, o que julgamos ser o mais correcto, por vezes não só nos enganamos, como somos enganados e erramos. “Não são as circunstâncias que decidem a nossa vida....É, pois, falso dizer que na vida «decidem as circunstâncias». Pelo contrário: as circunstâncias são o dilema, sempre novo, ante o qual temos de nos decidir. Mas quem decide é o nosso carácter.”(Ortega y Gasset)