PARA QUE NÃO HAJA EQUÍVOCOS!
“O meu corpo não se adapta a nenhum colchão, nem
o meu espírito a nenhum sono” (Miguel Torga, Diário XI) “Não é bem a vida que
faz falta – só aquilo que a faz viver” (Vergílio Ferreira, “Para
sempre”).
Não
será nenhuma novidade a afirmação de que “ as
pessoas muitas vezes se precipitam a formar opiniões”. Já todos formámos
opiniões apressadas e fomos demasiado lentos a mudar de opinião, é por isso,
que a sabedoria popular nos ensina que precisamos de saber ir mais devagar e
pensar sempre um pouco mais, antes de se extrair qualquer conclusão!
Isto
tudo vem a propósito de que ao iniciar 2017, quero deixar bem claro que, sendo
verdade que já “estive vida politica” e também já tive uma “agenda”, mas deixei
de estar e a ela não vou voltar. Hoje em dia não tenho qualquer intervenção
politica e sobretudo, não tendo “agenda”, nem clara, nem oculta. Participo nas
chamadas redes sociais, facebook, twitter, e de tempos a tempos com alguns
“escritos” num jornal local e num blogue, como forma de contextualizar, emitir opinião e
exercer o meu direito de cidadania, com sentido de responsabilidade e de
respeito pela a opinião de terceiros, com a plena consciência que quando não
sabemos ouvir os outros, não podemos esperar que nos oiçam.
Há
aqueles que pensam, na generalidade os políticos, que o passar do tempo é uma
“ponte” de amnésia, que tudo faz esquecer e tudo torna relativo, sem
importância, dentro do velho principio que o que esquecemos não existe, em
contraponto lembro-me sempre daquele velho lema: perdoar sim, esquecer nunca!
Parece-me
que me posso considerar um “leitor” assíduo da mais diversa produção da
“chamada informação” disponível nos mais diversos meios, seja ela escrita,
televisiva, radiofónica ou nas redes sociais, por isso parece-me que conheço
as chamadas “regras do jogo”, pelo menos
as mais básicas – como se manipula a
noticia, como se fabrica a mentira, agora diz-se “pós-verdade”, como se
inventam casos, como se silencia um escândalo, como se projecta este ou aquele
politico, como se faz um “frete” a este ou aquele amigo de certo e determinado
grupo de pressão.
Todos
devíamos saber, muito poucos sabem, que hoje “fazer informação” livre e isenta
fica muito caro. E, sejamos sérios a quem interessa a verdade? Já Oscar Wilde,
com o seu sarcasmo imbatível bem nos avisava: “ se disseres a verdade, vais ver
que, mais tarde ou mais cedo, vais ser descoberto!” É, por isso que
acredito que criamos as nossas próprias circunstâncias através das escolhas que
fazemos na nossa vida, sendo que, também há quem diga que se soubéssemos tudo
sobre o presente, poderíamos prever tudo sobre o futuro, ou parafraseando um celebre
juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos (Learned Hand) “o espírito da liberdade é essencialmente o
espírito que não tem muita certeza de que está certo.”