sexta-feira, julho 28, 2017

O OPORTUNISMO E A ÂNSIA DO PODER

O OPORTUNISMO E A ÂNSIA DO PODER

  
“A ânsia de poder não é originada da força, mas da fraqueza.” Erich Fromm

A propósito, ainda, dos incêndios, erradamente nominados de Pedrogão, quando os mesmos “invadiram” outros concelhos, não deixa de ser intrigante a azáfama dos pseudo jornalistas duma imprensa pirómana. Ao  analisar as redes de intriga que o actual PSD fabricou para lançar o medo e a suspeição no Estado, que Passos Coelho ensaiou de forma canhestra com o suicídio inventado pelo provedor da Misericórdia, candidato do PSD à Câmara de Pedrógão, isto é  Passos Coelho deu-se ao luxo de transmitir boatos aos jornalistas  sem cuidar de saber nem confirmar o que ouvira. É uma atitude absolutamente inaceitável, porque é imoral e, como tal, merece ser condenada por todos.
Temos aqui uma clara fotografia dos apoiantes da actual direcção do PSD, impacientes por mortes, para saciarem a voracidade, a que há acrescer neste incêndio trágico em que, pseudo jornalistas noticiaram erradamente, durante duas horas, que um avião de combate às chamas tinha caído, incluindo a identidade do piloto entretanto falecido, nada nos devia já admirar, por era tempo de estarmos habituados “a fenómenos do “tipo entroncamento” no espaço público.

Assistir agora ao patético ultimato do líder parlamentar do PSD, na sua colossal ignorância, a exigir ao Governo a lista de mortos sob sigilo judicial, é não perceber o funcionamento democrático da separação dos poderes nem ponderar se é esse o desejo dos familiares. Este “senhor”, sabia muito bem que a referida “listagem” estava protegida pelo segredo de justiça, determinado pelo Ministério Público (Procuradoria Geral da Republica), assim como sabia que a regra da separação de poderes impede o poder executivo de interferir com o poder judicial. O Governo não podia ordenar ao poder judicial que divulgasse tais informações.
Acontece que o Governo cumpre a lei, mas a questão que esteve em aqui em causa foi o aproveitamento político imoral feito pelo PSD e CDS-PP em relação à tragédia de Pedrógão Grande. É absolutamente inaceitável que, num Estado de Direito e numa democracia avançada como a portuguesa, estes dois partidos da oposição façam aproveitamento político de uma tragédia
 Na verdade pensamos que tudo isto só se pode explicar a título de um descabelado oportunismo político, quando o  cheiro a poder “faz salivar como cães esgalgados”,  ao mesmo tempo retira racionalidade e entorpece a mente. Mas ao descer a níveis de "reserva mental" tão óbvios como este, já é um exagero que retira credibilidade política. Manifestamente, a direita que se caracterizou como “neoliberal” está sem norte na oposição. Acredito que aqueles que frequentam estas escolas se apaixonem perdidamente pelo poder, pela ideia de exercer supremacia sobre os outros, de vir a tirar todo o tipo de dividendos, de decidir sobre a vida das pessoas… Aí está a fraqueza de quem carrega esta ânsia! Mas, quando se procura o poder, sem um projecto mobilizador, um programa para sufragar ou uma simples ideia construtiva, esperando que caia nos “braços do clube politico” que se frequenta, fomenta-se a decadência ética dos partidos e a erosão do respectivo regime democrático.
O que fica bem claro é que quem se afadigou a desmantelar as estruturas do Estado, lhe retirou as alavancas do poder e deixou  os serviços públicos num caos, não aguenta o período de nojo que a decência recomendava nem o alívio que a mudança de Presidente da Republica  e Primeiro Ministro  trouxeram ao País. À falta de políticos e de política fazem ruído, criam talibãs, soltam jagunços e largam os acólitos a uivar, grasnar e crocitar intrigas na esperança de receberem destroçado o País para cuja ruína usaram o poder e reincidem na oposição.
Para terminar, reflicta-se nas palavras de um sábio oriental que disse que “conhecer os outros é inteligência, conhecer-se a si próprio é verdadeira sabedoria. Controlar os outros é força, controlar-se a si próprio é verdadeiro poder.”


Armindo Bento (cidadão aposentado)

terça-feira, julho 25, 2017

NUNCA É TARDE DEMAIS....

NUNCA É TARDE DEMAIS……..

“Um euro gasto a cobrir os prejuízos de um banco privado é um roubo aos contribuintes”.
Atravessamos um período em que se usa e abusa dos facebook e redes sociais como forma de "informação", e por isso deverá ser  prioridade procurar os dados, para podermos tirar as nossas  conclusões, baseadas em factos reais e não nas convicções, que temos e devemos  e podemos continuar a ter, para “os templos” que cada um frequenta ou não – isso será um problema, uma opção de liberdade individual de cada um. Devemos saber que durante décadas a comunicação social foi usada de forma oculta para manipular a opinião pública, e nem sempre de forma ingénua (vide a grande mentira sobre a guerra do Iraque e as armas químicas do Sadam, os “casos” ainda esclarecidos na eleição de Trump, ou ainda á bem pouco aquela da “queda duma aeronave em Pedrógão”). Ou seja, a comunicação social "respeitável", tinha o monopólio das "fake news", e também elas faziam parte do seu "core business". Neste momento perdeu esse monopólio. E quando se passa de monopólio para um mercado de concorrência, o trauma é sempre enorme.
Mas não será nenhuma destas razões que os jornalistas, e especialmente directores e editores de órgãos de comunicação social, reagem com uma rara violência a uma simples página de Facebook ou nas redes sociais. A razão é mais simples: os jornalistas, que se dedicam ao escrutínio, odeiam ser escrutinados. Sobretudo quando percebem que esse escrutínio é ouvido e lido por muita gente. Estão, aliás, muito pouco habituados a ser escrutinados de forma sistemática. E esse escrutínio torna-se especialmente cruel quando a quase totalidade das empresas de comunicação social está virtualmente falida.
A este propósito a entrevista de hoje do Dr Ricardo Salgado, que se pode ler aqui  https://www.dinheirovivo.pt/banca/galeria/ricardo-salgado-o-banco-de-portugal-e-que-criou-os-lesados-do-bes/ e que, foi quase “omitida, suprimida” pela imprensa, nomeadamente , talvez porque o entrevistado afirma que  “acerca do colapso do BES, durante toda a entrevista deita culpas ao governador do Banco de Portugal e a Passos Coelho”, leva-nos a relembrar que está em causa muitos milhões de euros, que foram suportados pelos impostos dos portugueses, nomeadamente, pelos reformados,  pensionistas e pelos que dependem do salário, que o governo presidido pelo senhor Passos Coelho decidiu “fanar, surripiar”, em especial a estes portugueses, com a aplicação de impostos extraordinários que atingiram, em exclusivo os respectivos rendimentos destes cidadãos. Uma primeira questão para onde foram esses milhões de euros e para quem? Quem foram os “beneficiários” desses milhões de euros? Porque é que  os impostos pagos pelos portugueses, nomeadamente os impostos extraordinários, que durante 4 anos (2011-2015) foram aplicados compulsivamente e ilegalmente aos reformados e pensionistas, de acordo com a decisão do Tribunal Constitucional, não foram devolvidos aos seus legítimos beneficiários?
Hoje sabemos que mais de 3 milhões de portugueses foram espoliados dos seus rendimentos, nomeadamente os reformados e pensionistas, enquanto os beneficiários dessa espoliação não ultrapassará os 200 mil, entre os quais os cerca dos 10 mil mais ricos do País, por isso o que impede que até hoje, ainda não fosse publicitada a listagem desses “beneficiários” dos “ditos créditos bancários”, que foram, estão e tem de ser suportados pelos impostos dos portugueses?
Por isso tem actualidade fazer uma leitura profunda e atenta do parecer da Procuradoria  Geral da Republica sobre a imputação de responsabilidade civil aos enfermeirospelos danos causados aos utentes, quando designadamente não seja salvaguardada a prestação de determinados serviços", se , no caso em apreço foram salvaguardados pelo então governo do senhor Passos Coelho os serviços prestados pelo Estado de modo a reduzir ou evitar os danos causados aos reformados e pensionistas?
Foi o PS que teve um papel determinante na inspiração constitucional do princípio da legalidade (que significa que todos os processos conhecidos têm de ser investigados), foi o PS que sempre defendeu e reforçou a autonomia do Ministério Público, foi o PS que impulsionou a criação e a extensão dos departamentos de investigação e acção penal, foi o PS a força democrática a que os sectores moderados das magistraturas sempre recorreram para moderar os ímpetos destrutivos de algumas políticas dos governos PSD e PSD/CDS, o que é que impede, que sobre esta matéria se esclareça os cidadãos? O que impede que se responsabilize quem tem que ser responsabilizar? É preciso, muito mais na política, ajudar a construir alternativas. Caso contrário a exigência torna-se apenas numa forma de suicídio democrático. A questão é se para além de escrutinar e exigir ainda somos capazes de construir e de manter alternativas ao “desvio de direitos e deveres de cidadania” praticados pelo governo do senhor Passos Coelho?

E por aqui me fico. Nunca é tarde para tentarmos corrigir erros das nossas vidas. Depende de nós próprios e de aceitar corrigir esses erros.

segunda-feira, julho 17, 2017

OS VENDEDORES DE “BANHA DA COBRA”!

OS VENDEDORES DE “BANHA DA COBRA”!

Já não há vendedores de banha de cobra como havia dantes é certo que hoje ainda os há e cada vez mais mas a banha é que passou a ser diferente e diferente para pior porque a banha de cobra autêntica era mesmo banha e a banha de hoje é tudo menos banha. De qualquer modo, o notório vendedor da banha da cobra não é uma personagem de histórias de ficção. O vendedor da banha da cobra existe, evoluiu, continua por aí e é muito hábil e astuto. Todos sabemos que a banha da cobra não serve para nada, mas a convicção que esse vendedor transmite, através de uma oratória bem estudada e estruturada, convence muita gente sobre as capacidades infinitas da milagrosa curandice.
Ora, fazer política como se tratasse de vender “banha da cobra” é subverter o que ela tem de nobre no sentido de permitir aos cidadãos a melhor escolha para dirigir a comunidade em que se inscreve essa opção. É fazer dessa arte e ciência um tratado de peripécias para tomar o poder em que o que se promete é apenas um meio para o alcançar e dele se servir e não para o servir.
Vem isto a propósito daquilo que vamos lendo e ouvindo sobre o, dito classificado “furto de material de guerra em Tancos”, algo profundamente estranho quanto ao que é conhecido, pois de novo aparecem versões e mais versões e sobretudo um violento ataque ao Governo. Até parece que nunca houve furtos de material de guerra por esse Mundo fora. É triste. Mesmo no tempo da ditadura de Salazar e Caetano havia quem fosse capaz de chegar aos quarteis, por motivos honrosos e não para “desviar material”.
Mas já se sabe o que aconteceu em toda a sua extensão? Mas há alguém que acredite qua caia num jornal de “internet”, qualificado com ideólogo da “extrema direita neoliberal” sem relevo em Espanha o rol das armas furtadas? Como se passou o furto? O chefe de Estado-Maior do Exército disse que “se sentia humilhado” pelas falhas dos militares e que afinal havia misseis nos paióis onde ocorreram os furtos e não os levaram por serem pesados… Que é muito grave, se houve, de facto, um furto desta dimensão ou apenas uma “invenção de um furto” para esconder algo mais. Por isso temos dúvidas, mas que é preciso pesquisar, investigar e tirar as devidas conclusões.
A PGR não comunicou ao gabinete do Ministro da Defesa Nacional (MDN) a suspeita de roubos de armas e ainda ninguém colocou o cargo à disposição. A inqualificável baixeza ética dos deputados da comissão parlamentar de Defesa que passaram para a comunicação social informação sobre o que se estava a discutir à porta fechada não terá sido o melhor exemplo de responsabilidade democrática (não será difícil adivinhar de que bancada terá vindo).

Um “político” que foi primeiro ministro deste País, como Passos Coelho que cortou em todo o lado, empobreceu os portugueses e o País, perdido na sua solidão dentro do PSD, sai a terreiro para ganhar oxigénio e afirmar que o furto se deveu “a cativações” – o que demonstra aquilo que já sabíamos ser um “individuo impreparado para exercer tão alto cargo publico”, já que o sistema de cativações é um modelo de gestão criteriosa, exigente na sua fundamentação para os responsáveis por qualquer despesa dos meios e recursos intermédios -  logo seguido pelo CDS, não vá o resultado eleitoral de Lisboa ser mau. Sabemos que o fazem por mera  sobrevivência politica, não deixa de  trata-se de mera politiquice barata em que tudo é permitido para se chegar a uma certa conclusão, mesmo antes de se fazer o que se tem de fazer no capítulo da investigação. Afinal qual é o medo de Passos e Cristas?

quinta-feira, julho 06, 2017

"Boys Partidários ou ditos Gestores mediáticos"

A propósito da nomeação de "pseudo-gestores públicos" - Será que a Ordem dos Economistas está atenta? - desvario que se iniciou, em grande escala, a partir de Junho de 2002 (desGoverno de Durão Barroso), não resisto deixar aqui, a "definição que um professor que costumava apresentar, na primeira aula de gestão estratégica" (há muitos anos atrás)"
"Gestor é um indivíduo, com completo domínio das ferramentas teóricas de gestão, capaz de identificar as vantagens competitivas da sua organização, estabelecer um programa estratégico de intervenção em interacção com o meio envolvente e implementá-lo, liderando as pessoas da organização de um modo eficiente.""
Esta definição é clara, pelo modo afirmativo como caracteriza um gestor e pela quantidade de equívocos que faz cair por terra, entre os quais se incluem a substituição do conhecimento, pelo 'ter jeito' para mobilizar pessoas na organização; a decisão por 'bom senso' cabendo aos directores funcionais o domínio das várias funções de gestão; a dispensabilidade do conhecimento, aprofundado do negócio podendo 'viver' e 'decidir', com base em ideias gerais e na sua rede de influências; a liderança sem o respeito técnico dos quadros, baseada em frases do tipo 'contamos convosco', 'este é o nosso projecto colectivo' e outras banalidades semelhantes.
Construído este enquadramento, as questões relevantes situam-se no âmbito das entidades empresariais que acolhem estes 'aprendizes de feiticeiro', as suas classes estatisticamente representativas, como sobrevivem num universo teoricamente competitivo e qual o grau de destruição de valor pelo qual são responsáveis?
Embora não em exclusividade, estes 'ignorantes da gestão' situam-se preferencialmente nas entidades públicas ou parapúblicas e são responsáveis por uma destruição de valor considerável (basta analisar a evolução dos resultados económico-financeiros destas entidades). Na sua distribuição por classes, temos os "boys partidários", que ocupam, com eficácia, os lugares disponíveis nestas organizações e um segundo grupo, a crescer de forma significativa, os 'especialistas mediáticos'.
Trata-se de um conjunto de habilidosos, pseudoespecialistas em determinadas matérias, de presença constante na comunicação social, a comentarem e criticarem o trabalho e actividade de outros, que, com cumplicidades claras, vão construindo uma falsa imagem de competência e de que são capazes de gerir qualquer tipo de organização pública. Enquanto a classe dos boys está em escrutínio público permanente, este grupo, com 'diplomas mediáticos', é tratado com condescendência e desvelo, levando a que alguns decisores políticos os escolham, na convicção de que obtêm, por essa via, um 'seguro de vida'.
O potencial de destruição de valor destes 'novos aprendizes de feiticeiro' é enorme, pelo que a sua vigilância e acompanhamento por parte deste Governo seria absolutamente indispensável. Lamentavelmente não me parece que o actuais governantes até hoje o tenham feito.

quarta-feira, julho 05, 2017

SÓ PODE SER UMA “AVARIA CEREBRAL”?

SÓ PODE SER UMA “AVARIA CEREBRAL”?

Não podemos pactuar com a onda de cinismo e hipocrisia que nos invadiu, não só a “classe politica, mas também jornalística”, e foi alargada pela imprensa a propósito dos denominados incêndios em Pedrogão Grande, pois também foram e são uma forma de mentir – exemplifica-se claramente com a intervenção não só de Passos Coelho, no seu anuncio de suicídios, mas também da muito “difundida queda de um avião” que, salvo melhores conhecimentos, constituiu uma forma de alarme social grave, passível de avaliação criminal, por parte de quem tem a obrigação e dever de zelar pelo cumprimento das leis e defesa do interesse publico.
Com este grave acontecimento ficou demonstrado claramente a clara incompetência daqueles que deviam saber informar, esclarecer e dar conhecimento dos factos e dos acontecimentos que pelo seu relevo público, devem ser participados pelas formas diversas, em especial pelos “denominados profissionais da imprensa”, escrita e falada, com maior relevo e responsabilidade para as televisões – o que vimos, repetidamente foi a “tentativa de espectacularidade onde a sobriedade devia ser realçada”, deixando-nos uma clara conclusão daquilo que todos já sabemos – a verdade e os jornalistas, incluindo alguns políticos, estão há muito de relações cortadas!

É neste registo manso que manifesto outras estranhezas, sabendo não só que “a melhor maneira de chegar a lado nenhum é seguir a multidão”, e como diz um ditado popular “dificilmente se acerta o tiro, quando há mais alvos que balas”. Mas nunca é tarde para aprender, pois quanto mais avançamos na idade e na vida, mais sabemos que pouco sabemos – isto ajuda a sabedoria da humildade – tão esquecido pelos “interventores” (políticos, comentaristas e outros servidores da imprensa).

Hoje já sabemos que houve 64 vitimas, das quais 47 pessoas morreram na Estrada Nacional 236-1 ou nos seus acessos, sendo que pelos relatos, as vítimas do incêndio dirigiram-se de Norte para Sul (de Castanheira de Pera para Figueiró dos Vinhos), enquanto que a GNR cortou o IC8 às 18h50, dando como alternativa a EN 236-1 no sentido Figueiró dos Vinhos-Castanheira de Pera (isto é Sul para Norte), não há registo público de uma vítima que tenha seguido no sentido Sul-Norte, em resultado dessa ordem.  Por outro lado é conhecido que   na zona de Escalos Fundeiros, há registos de 300 descargas eléctricas na zona e que houve condições de excepcional complexidade que levaram a uma propagação rápida do incêndio — o tal fenómeno downburst, "ou seja, vento de grande intensidade que se move verticalmente em direcção ao solo, e que após atingir o solo sopra de forma radial em todas as direcções". E o que tem feito alguns políticos e a nossa imprensa?

O mais grave é que se “esqueceram” de realçar o trabalho incansável e perigoso realizado pelos bombeiros, nesse dia houve mais de 150 incêndios no nosso País, pelas forças de segurança e pelos militares na defesa das populações e dos seus bens, com enorme sucesso, basta comparar com os incêndios em Espanha, na semana passada, e cuja gravidade não é comparável, que foi apenas um incêndio comum, não associado a uma trovoada seca, nem ao fenómeno do downburst (parecido com tornado) dando preferência a discussões – como alguns disparates de gentes atrasados mentais em que afirmavam que “as faíscas são comparáveis a um isqueiro”-, gente que desconhece a força de um trovão, de descargas eléctricas, mais perigosas em tempo seco, que destrói qualquer árvore de grande porte – nunca viram? Ou que repetiam quando se “demitia este ou aquele” – será que esta gente serve o País?
No entanto, muito eu gostava que se parasse de achar que é através do Direito Penal que se resolvem os problemas das vítimas. É todo um gerar de expectativas impossíveis de satisfazer que desgasta a justiça penal, criando pressões para condenar a todo o custo e frustração perante absolvições necessárias. A existência de falhas não é sinónimo de responsabilidade penal. Pode haver responsabilidade política, administrativa, civil. Não é através do Direito Penal que se vão resolver as eventuais falhas de previsão, coordenação ou resposta que se venham a detectar. É através dos meios administrativos (planeamento florestal, medidas de contenção da floresta junto a habitações, melhoria do sistema de comunicações, melhoria da resposta da protecção civil, GNR, bombeiros, etc.).Não é através do Direito Penal que vamos compensar as vítimas. É através do direito administrativo e civil (reconstrução e indemnizações).”
Não há responsabilidade penal colectiva. Estamos a falar de pessoas que estavam no terreno, num dos piores incêndios de sempre. Terrível, imprevisível, impiedoso, será que o “guru” Marques e o seu “líder” Passos não sabem disso?
E, ainda lamentável e triste, foi ver o pobre do senhor “Passos Coelho, que com a lucidez de uma barata tonta, oscila sem sentido que nem um tornado, veio subitamente em defesa das celuloses proclamando que não são os eucaliptos os responsáveis pelos incêndios, mas sim o mato a seus pés. Bravo, descobriu a pólvora — literalmente! De facto, o fogo nunca começa por cima, pela copa de árvore alguma. Começa sempre por baixo, pelo mato, pela resina, pela caruma dos pinheiros, pelo que houver de combustível em baixo”. Sabia disto? É verdade que Passos nunca teve especial apego pela verdade nem, tão-pouco, revelou quaisquer vestígios de pudor na moderação do verbo, do recurso à demagogia desmedida ou mesmo à aldrabice pura e simples. Posto isto, sugiro que alguém lhe empreste um espelho, uma Constituição e um álbum, comparado, de recortes dos jornais do tempo do seu governo com as metas que aceitou, e falhou, e os sacrifícios que, em vão, impôs a milhões de Portugueses.


Armindo Bento (economista –aposentado)

terça-feira, julho 04, 2017

AFINAL O QUE FOI ROUBADO EM TANCOS?

ALGUÉM, SÉRIO E HONESTO, PODE EXPLICAR? QUE ROUBO HOUVE EM TANCOS?

O que é que o dito, mas não confirmado “buraco na  rede” tem a ver com o desvio deste material militar?
Por uma lado o  terreno em que estão instaladas aquelas estruturas – e onde é guardado equipamento militar sensível, como era o caso das armas de “guerra furtadas ou desviadas, ainda ninguém disse em que data!!!  – fica em frente ao regimento de Engenharia do Exército, uma das unidades, que segundo lemos  conta mais “projecções” (missões) para cenários internacionais.
Reparem nesta ,”maravilhosa noticia do jornal de direita “O Observador” “Suspeitas recaem sobre as missões dos militares com ligação aos paióis. O assalto foi preparado ao milímetro, feito com uma carrinha e as armas seleccionadas e carregadas às costas durante 500 metros”. Tinham que ser super-homens para carregar 250 kg às costas!
Por outro, pela quantidade que o dito “jornal da direita espanhol”, afirma numa “listagem e material de guerra “roubado” em Tancos, seriam necessários para o seu transporte, dois/três camiões TIR, usar monta –cargas (cada caixa de lança-rockets pesa cerca de 250Kg), carregar uma caixa dessas, seriam precisos, no mínimo 4 homens e levá-las até aos camiões, demorava no mínimo 15 minutos.
Em alternativa a “dita imprensa portuguesa”, indivíduos que nem sequer foram “tropa” afirmam que foi pelo “buraco da rede”! Estamos a ver um “batalhão” de homens a “transportar”, nem pergunta como?, tal material e a atirá-lo para contentores, pelo “buraco duma rede”? Tenham pena e sejam sérios!
Suprema ironia que esta histeria dos "fake news" seja ela própria fake news.. agora que as pessoas conseguem informação de forma independente e alternativa, os “pseudo-jornalistas” que se habituaram a ser donos da "verdade" e a manipula-la através de fake news (veja-se o processo que conduziu a invasão do Iraque, destruição da Líbia ou agora da Síria) promovem esta narrativa reaccionária das "fake news" para descredibilizar a "concorrência" e os “governos”.
De facto hoje há gente espalhada por todo o Mundo que se especializou em escrever mentiras e há gente que ajuda essas mentiras a circular. Lamentavelmente a grande maioria, são os meios de informação tradicionais – jornais e tvs.