quinta-feira, janeiro 23, 2014

PORQUE A VERDADE É DURA,MAS OS VIGARISTAS ABUNDAM

PORQUE A VERDADE É DURA,MAS OS VIGARISTAS ABUNDAM  !!!!!

A meta do défice para 2013 era de 4,5% do PIB, foi posteriormente em Junho renegociado a sua revisão para 5,5%.
De facto hoje é o dia do Santo IRS, São CES, São Perdão Fiscal Para Incumpridores, São Funcionário Público Expropriado, Santo ADSE Excedentário, até do São Troika Perdulário em relação à prenda de Natal para o BANIF.
NÃO POSSO MAIS COM TANTA MENTIRA! Trata-se de uma manipulação criminosa com a colaboração do “falso jornalismo”
O mais grave desta política é a destruição do muito de bom que se tinha feito, mais por invejas e complexos de um líder pequenino do que por qualquer política pensada. Mas também se aprendeu como um líder pequenino consegue fazer o que quer de todo um país sem qualquer oposição, ficámos a conhecer o povo que somos, a sentir o que é e ao que pode conduzir a cobardia colectiva.
Esta gente sem coragem para uma reforma da máquina do Estado, de alto a baixo, que passe pelo aproveitamento das capacidades, pelo combate ao desperdício e à duplicação, que comece na mais modesta freguesia e acabe na presidência da república, não se pode aspirar a mais que isto, apenas sabe saquear os rendimentos dos pensionistas, reformados e funcionários públicos, em especial e dos que vivem do salário em geral.
Os ditos “ténues sinais de recuperação económica” encobrem o ajustamento falhado e as reformas estruturais não realizadas. A dívida pública galopou para os 130% do PIB, para a qual qualquer técnico sério sabe perfeitamente que não temos capacidade para suportar, o Estado foi estrangulado mas não reformado, o ensino e a ciência incompreensivelmente amputados e a competitividade da economia cai nos rankings internacionais. As recentes migalhas de crescimento significam apenas que uma parte da economia conseguiu sobreviver ao tsunami da austeridade excessiva. Mas quantas empresas viáveis e competências valiosas não se perderam irreversivelmente? Quantos postos de trabalho, jovens saídos do país e famílias insolventes poderíamos ter poupado? É a nossa dívida mais sustentável agora? Podem umas migalhas de crescimento justificar e ilibar toda a destruição económica e social dos últimos 3 anos (e que deixará profundas marcas nos seguintes)? Quantos anos vamos demorar a recuperar o que foi perdido?
Esta gente mentem, e para isso sacrificam os seus próprios povos no altar deste capitalismo brutal e desumano, cujos objectivos são hoje por demais claros: estamos a caminho duma nova era de escravatura esta, porventura tão cruel e desumana como a anterior, embora, obviamente, aplicada em moldes diferentes
 Nem já os “ditos mercados neles acreditam”…
“As yields das Obrigações do Tesouro (OT) no prazo a 10 anos voltaram a subir acima dos 5% no mercado secundário. A linha foi ultrapassada às 16h, segundo dados da Investing.com. Ontem tinham fechado em 4,89%.


Ler mais: http://expresso.sapo.pt/juros-regressam-aos-5=f852244#ixzz2rG2G5YzF

segunda-feira, janeiro 13, 2014

Falácias e mentiras sobre pensões

AS FALÁCIAS E MENTIRAS DO GOVERNO DE COELHO E PORTAS!

Com este artigo do Bagão Félix, ficou tudo bem claro e praticamente nada mais há a acrescentar, além de que a CES é descaradamente inconstitucional. Se foi aprovado esse imposto, a título excepcional para o ano de 2013, isso não poderá ser repetido. Foi toda a sociedade portuguesa que fez a dívida e não pode ser só uma parte dessa mesma sociedade a pagá-la. -"no Governo há “assessores de aviário”, jovens promissores de 20 e poucos anos a vencer 3.000€ mensais. Expliquem-nos a razão por que um pensionista paga CES e IRS e estes jovens só pagam IRS! Ética social da austeridade?"- E isso aplica-se a todo o universo da sociedade, pelo princípio da equidade contido na Constituição. Alguma coisa tem que ser feita no sentido de impor os princípios da Constituição.
A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida.
Escreveu Jean Cocteau: “Uma garrafa de vinho meio vazia está meio cheia. Mas uma meia mentira nunca será uma meia verdade”. Veio-me à memória esta frase a propósito das meias mentiras e falácias que o tema pensões alimenta. Eis (apenas) algumas:
Com este artigo do Bagão Félix, ficou tudo bem claro e praticamente nada mais há a acrescentar, além de que a CES é descaradamente inconstitucional. Se foi aprovado esse imposto, a título excepcional para o ano de 2013, isso não p0derá ser repetido. Foi toda a sociedade portuguesa que fez a dívida e não pode ser só uma parte dessa mesma sociedade a pagá-la. -"no Governo há “assessores de aviário”, jovens promissores de 20 e poucos anos a vencer 3.000€ mensais. Expliquem-nos a razão por que um pensionista paga CES e IRS e estes jovens só pagam IRS! Ética social da austeridade?"- E isso aplica-se a todo o universo da sociedade, pelo princípio da equidade contido na Constituição. Alguma coisa tem que ser feita no sentido de impor os princípios da Constituição.
1. “As pensões e salários pagos pelo Estado ultrapassam os 70% da despesa pública, logo é aí que se tem que cortar”. O número está, desde logo, errado: são 42,2% (OE 2014). Quanto às pensões, quem assim faz as contas esquece-se que ao seu valor bruto há que descontar a parte das contribuições que só existem por causa daquelas. Ou seja, em vez de quase 24.000 M€ de pensões pagas (CGA + SS) há que abater a parte que financia a sua componente contributiva (cerca de 2/3 da TSU). Assim sendo, o valor que sobra representa 8,1% da despesa das Administrações Públicas.

2. Ou seja, nada de diferente do que o Estado faz quando transforma as SCUT em auto-estradas com portagens, ao deduzi-las ao seu custo futuro. Como à despesa bruta das universidades se devem deduzir as propinas. E tantos outros casos…

3. Curiosamente ninguém fala do que aconteceu antes: quando entravam mais contribuições do que se pagava em pensões. Aí o Estado não se queixava de aproveitar fundos para cobrir outros défices.

4. Outra falácia: “o sistema público de pensões é insustentável”. Verdade seja dita que esse risco é cada vez mais consequência do efeito duplo do desemprego (menos pagadores/mais recebedores) e - muito menos do que se pensa - da demografia, em parte já compensada pelo aumento gradual da idade de reforma (f. de sustentabilidade). Mas porque é que tantos “sábios de ouvido” falam da insustentabilidade das pensões públicas e nada dizem sobre a insustentabilidade da saúde ou da educação também pelas mesmas razões económicas e demográficas? Ou das rodovias? Ou do sistema de justiça? Ou das Forças Armadas? Etc. Será que só para as pensões o pagador dos défices tem que ser o seu pseudo “causador”, quase numa generalização do princípio do poluidor/pagador?

5. “A CES não é um imposto”, dizem. Então façam o favor de explicar o que é? Basta de logro intelectual. E de “inovações” pelas quais a CES (imagine-se!) é considerada em contabilidade nacional como “dedução a prestações sociais” (p. 38 da Síntese de Execução Orçamental de Novembro, DGO).

6. “95% dos pensionistas da SS escapam à CES”, diz-se com cândido rubor social. Nem se dá conta que é pela pior razão, ou seja por 90% das pensões estarem abaixo dos 500 €. Seria, como num país de 50% de pobres, dizer que muita gente é poupada aos impostos. Os pobres agradecem tal desvelo.

7. A CES, além de um imposto duplo sobre o rendimento, trata de igual modo pensões contributivas e pensões-bónus sem base de descontos, não diferencia careiras longas e nem sequer distingue idades (diminuindo o agravamento para os mais velhos) como até o fazia a convergência (chumbada) das pensões da CGA.

8. “As pensões podem ser cortadas”, sentenciam os mais afoitos. Então o crédito dos detentores da dívida pública é intocável e os créditos dos reformados podem ser sujeitos a todas as arbitrariedades?

9. “Os pensionistas têm tido menos cortes do que os outros”. Além da CES, ter-se-ão esquecido do seu (maior) aumento do IRS por fortíssima redução da dedução específica?

10. Caminhamos a passos largos para a versão refundida e dissimulada do famigerado aumento de 7% na TSU por troca com a descida da TSU das empresas. Do lado dos custos já está praticamente esgotado o mesmo efeito por via laboral e pensional, do lado dos proveitos o IRC foi já um passo significativo.

11. Com os dados com que o Governo informou o país sobre a “calibrada” CES, as contas são simples de fazer. O buraco era de 388 M€. Descontado o montante previsto para a ADSE, ficam por compensar 228 M€ através da CES. Considerando um valor médio de pensão dos novos atingidos (1175€ brutos), chegamos a um valor de 63 M€ tendo em conta o número – 140.000 pessoas - que o Governo indicou (parece-me inflacionado…). Mesmo juntando mais alguns milhões de receitas por via do agravamento dos escalões para as pensões mais elevadas, dificilmente se ultrapassam os 80 M€. Faltam 148 M, quase 0,1% do PIB (dos 0,25% que o Governo entendeu não renegociar com a troika, lembram-se?). Milagre? “Descalibração”? Só para troika ver?

12. A apelidada “TSU dos pensionistas” prevista na carta que o PM enviou a Barroso, Draghi e Lagarde em 3/5/13 e que tinha o nome de “contribuição de sustentabilidade do sistema de pensões” valia 436 M€. Ora a CES terá rendido no ano que acabou cerca de 530 M€. Se acrescentarmos o que ora foi anunciado, chegaremos, em 2014, a mais de 600 M€ de CES. Afinal não nos estamos a aproximar da “TSU dos pensionistas”, mas a … afastarmo-nos. Já vai em mais 40%!

13. A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida. Neste momento, comparo o fácies da ministra das Finanças a anunciar estes agravamentos e as lágrimas incontidas da ministra dos Assuntos Sociais do Governo Monti em Itália quando se viu forçada a anunciar cortes sociais. A política, mesmo que dolorosa, também precisa de ter uma perspectiva afectiva para os atingidos. Já agora onde pára o ministro das pensões?

P.S. Uma nota de ironia simbólica (admito que demagógica): no Governo há “assessores de aviário”, jovens promissores de 20 e poucos anos a vencer 3.000€ mensais. Expliquem-nos a razão por que um pensionista paga CES e IRS e estes jovens só pagam IRS! Ética social da austeridade?

Economista, ex-ministro das Finanças

sexta-feira, janeiro 03, 2014

As premonições de Natália Correia

As premonições de Natália Correia

"A nossa entrada (na CEE) vai provocar gravíssimos retrocessos no país, a Europa não é solidária com ninguém, explorar-nos-á miseravelmente como grande agiota que nunca deixou de ser. A sua vocação é ser colonialista".

"A sua influência (dos retornados) na sociedade portuguesa não vai sentir-se apenas agora, embora seja imensa. Vai dar-se sobretudo quando os seus filhos, hoje crianças, crescerem e tomarem o poder. Essa será uma geração bem preparada e determinada, sobretudo muito realista devido ao trauma da descolonização, que não compreendeu nem aceitou, nem esqueceu. Os genes de África estão nela para sempre, dando-lhe visões do país diferentes das nossas. Mais largas mas menos profundas. Isso levará os que desempenharem cargos de responsabilidade a cair na tentação de querer modificar-nos, por pulsões inconscientes de, sei lá, talvez vingança!"

"Portugal vai entrar num tempo de subcultura, de retrocesso cultural, como toda a Europa, todo o Ocidente".

"Mais de oitenta por cento do que fazemos não serve para nada. E ainda querem que trabalhemos mais. Para quê? Além disso, a produtividade hoje não depende já do esforço humano, mas da sofisticação tecnológica".

"Os neoliberais vão tentar destruir os sistemas sociais existentes, sobretudo os dirigidos aos idosos. Só me espanta que perante esta realidade ainda haja pessoas a pôr gente neste desgraçado mundo e votos neste reaccionário centrão".

"Há a cultura, a fé, o amor, a solidariedade. Que será, porém, de Portugal quando deixar de ter dirigentes que acreditem nestes valores?"

"As primeiras décadas do próximo milénio serão terríveis. Miséria, fome, corrupção, desemprego, violência, abater-se-ão aqui por muito tempo. A Comunidade Europeia vai ser um logro. O Serviço Nacional de Saúde, a maior conquista do 25 de Abril, e Estado Social e a independência nacional sofrerão gravíssimas rupturas. Abandonados, os idosos vão definhar, morrer, por falta de assistência e de comida. Espoliada, a classe média declinará, só haverá muito ricos e muito pobres. A indiferença que se observa ante, por exemplo, o desmoronar das cidades e o incêndio das florestas é uma antecipação disso, de outras derrocadas a vir"."

Natália Correia, escritora
Fajã de Baixo, São Miguel, 13 de Setembro de 1923 — Lisboa, 16 de Março de 1993


Todas as citações foram retiradas do livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta.

Economie de guerre au Portugal

LA GROGNE CONTRE L´AUSTERITÉ SE POURSUIT AU PORTUGAL


Le Portugal est un pays exsangue. Le chômage officiel, qui approchait les 20%, a diminué ces deux derniers trimestres «à la faveur» d’une baisse de la population active. Celle-ci est le fruit d’une émigration de masse dont les flux atteignent, voire dépassent, ceux des années 60 qui avaient vu un grand exode des Portugais, fuyant la misère, la dictature et la guerre coloniale (1). La moitié des chômeurs ne bénéficie pas d’allocation chômage et on compte par milliers les exclus du revenu minimum d’insertion, des allocations familiales ou du complément social vieillesse.

C’est que, bien que n’étant pas en guerre, le Portugal est, sous l’égide de la troïka, dans sa troisième année d’économie de guerre, malgré les (ou à cause des) résultats économiques calamiteux des politiques commises depuis trois ans. Car le Portugal est ce pays où l’on peut dire, avec la précision d’une expérience menée en laboratoire, que les milliards d’euros de sacrifices imposés à la population n’ont eu aucun effet sur la dette dont la progression est vertigineuse ni sur le déficit, systématiquement revu à la hausse à chaque évaluation de la troïka.
C’est pourtant muni des résultats de cette expérimentation que Lisbonne vient de présenter le budget le plus austère de l’histoire de la démocratie depuis 1977. L’ajustement budgétaire représente 2,3% du PIB et se fait essentiellement par la ponction directe sur les salaires des fonctionnaires et sur les retraites de la fonction publique.
Dans ces conditions, seul le gouvernement peut feindre de croire qu’en dépit de la nouvelle réduction drastique du revenu disponible des ménages à laquelle conduira inévitablement «son» budget, la consommation privée et l’investissement seront là pour soutenir son hypothèse de croissance de 0,8%. Ceci d’autant plus que la ponction fiscale violente de 2013 sera maintenue et que 2014 verra de nouvelles réductions dans les dépenses de l’éducation, de la santé et des transferts sociaux. Reste les exportations, mais celles-ci sont tributaires de la demande extérieure.
Comme dans toute économie de guerre, celle qui a cours au Portugal ne fait pas que des perdants. Alors que les seuls fonctionnaires et retraités de la fonction publique contribuent pour 82% à l’effort de guerre de 2014, il n’est demandé aux banques et aux monopoles de l’énergie qu’une contribution exceptionnelle de 4%, et le gouvernement s’est même donné le luxe de baisser de deux points l’impôt sur les sociétés qu’il vise à ramener à 19%, voire 17%, en 2016, dans le respect du sacro-saint principe néolibéral de création d’un climat propice à l’investissement. Il y a d’autres gagnants de la crise, à commencer par les créanciers auxquels il est destiné, en 2014, au titre des intérêts, un «magot» équivalent au budget de la santé. C’est pour ces créanciers que des sacrifices sont demandés au peuple de l’un des pays les plus pauvres et les plus inégalitaires de l’UE. C’est pour eux que l’on ferme des écoles, que l’on rationne des médicaments, qu’on limite l’accès aux soins de santé d’une partie de la population et que l’on vend aux enchères des biens publics.
Les politiques d’austérité violentes s’entretiennent d’elles-mêmes : elles génèrent leur propre intensification, censées remédier aux déficits qu’elles ont contribué à creuser. Chaque euro de déficit «économisé» au Portugal s’est traduit par une perte de 1,25 euro du PIB et une augmentation de 8,76 euros de la dette ; c’est ainsi que les créanciers sont assurés d’avoir toujours une dette à financer.
A l’instar de celles des autres pays qui sont sous l’intervention «effective» de la troïka, pour ne parler que d’eux, la dette portugaise n’est raisonnablement pas remboursable. Elle n’est pas le résultat de dérives d’un peuple qui aurait vécu au-dessus de ses moyens, même si les experts du FMI insistent sur la nécessité de baisser le salaire minimum du Portugal qui est de 485 euros brut par mois, soit l’un des plus bas de la zone euro et de l’UE.
Pays semi-périphérique, doté d’une économie à faible valeur ajoutée et très dépendante de l’extérieur, le Portugal «a payé» son adhésion à la zone euro, par une quasi-stagnation de son économie, si bien que la dette publique n’a connu une trajectoire ascendante que depuis la crise financière et les importants transferts du budget de l’Etat pour soutenir l’économie et sauver les banques. Ne pouvant se tourner vers la Banque centrale européenne (BCE) pour assurer son financement, le Portugal est devenu, après la Grèce et l’Irlande, la troisième victime de la spéculation des marchés financiers, laquelle a ouvert la voie à l’intervention de la troïka.
Après deux ans et demi et des milliards d’euros de sacrifices imposés à sa population, le Portugal est un pays plus pauvre, il a renoué avec les taux de natalité de la fin du XIXe siècle et l’émigration de masse de l’ère de la dictature. Sa population, l’une des plus vieilles de l’UE, diminue. Sa dette rapportée au PIB a augmenté de près de 25 points et son déficit n’est pas contenu. Les créanciers représentés par la troïka ont déjà averti du montant des coupes de dépenses qu’il faut opérer en 2015, alors que le «mémorandum» prend fin en juin 2014.
Que ce soit sous la forme d’un nouveau plan de «sauvetage» ou autre, et dans le cadre actuel des institutions européennes, le Portugal restera sous la domination de la troïka et sa population sera soumise à de nouvelles épreuves. Il est déjà l’autre Grèce et, si un doute subsistait, l’image de ces mères portugaises contraintes d’abandonner leurs enfants aux institutions sociales, alors que de nouveaux venus font leur entrée dans le club des millionnaires, serait là pour le démontrer.
(1) On évalue à 120 000 le nombre de Portugais qui ont émigré en 2012, soit un exode de 10 000 personnes en moyenne par mois, sur une population de quelque 10,5 millions d’habitants.