sábado, novembro 01, 2014

QUE PAÍS É ESTE? “Um país de bananas governado por sacanas“.

QUE PAÍS É ESTE?Um país de bananas governado por sacanas“.


«A multidão anestesiada que matinalmente se amontoava nas filas para conseguir pagar aquilo que nunca lhes deveria ser exigido, espelha, infelizmente, o país que somos e já sem hipótese de remédio à vista. É a ilustração perfeita para o adágio com que o rei D. Carlos nos definiu há mais de um século: “Um país de bananas governado por sacanas“.
«Ao contrário do que alguns comentadores e analistas disseram, o crédito fiscal da sobretaxa não é uma intenção. É uma norma. E não é uma norma programática. É uma norma vinculativa. Cria-se um crédito fiscal que passa a ser um direito dos contribuintes», disse o secretário de Estado. (http://www.tvi24.iol.pt/economia/irs/o-credito-fiscal-da-sobretaxa-nao-e-uma-intencao-e-uma-norma)
UMA NORMA VINCULATIVA? Vincula quem? Não deixa de ter uma “certa piada” partir de um governo, de gente “manhosa” cujos “princípios norteadores foi e é a violação sistemática da Constituição da República Portuguesa”. Um governo que até hoje, não conseguiu apresentar e aprovar um único Orçamento do Estado dentro da legalidade.
Como podem agora estar a “vincular às suas pretensões eleitoralistas, com promessas que não tencionam cumprir”, um próximo governo eleitos legitimamente pelos eleitores portugueses?
Na verdade se tivéssemos um presidente da república em funções há muito que estes “indivíduos” estavam fora do poder, que aliás exercem ilegitimamente por ter sido a partir de uma “mentira que foram eleitos”. Se tivéssemos em exercício pleno de funções uma Procuradora Geral da República, há muito que vários destes indivíduos teriam sido criminalizados por abuso do poder, por desobediência qualificada perante os Tribunais etc!
É cada vez mais evidente que Passos e Portas são oportunistas que aproveitaram a moda do liberalismo em certas elites políticas e sociais, que em grande parte nem sequer sabem verdadeiramente o que é o liberalismo, para, com a conivência do presidente da república, do BE e do PCP se cobrirem do “manto de salvadores da pátria.

Hoje estamos pior que em 2010!

·         O IRS e extraordinários aumentou mais de 77,7%
·         O descontos para o sistema de saúde aumentou mais de 37,7%
·         Os rendimentos das pensões sofreram uma redução de mais de 24,23%
·         Em comparação com 2010, em 2013 os rendimentos de um pensionistas sofreram uma redução de mais de 32,5%

Apenas 250 mil famílias portuguesas suportam mais de 50 % do IRS, enquanto cerca de 60% nada pagam.

E aparecem agora com “promessas” para outros cumprirem, promessas com sabor a ameaças aos funcionários públicos e pensionistas, porque estão “convencidos” de que a maioria dos eleitores os vai aplaudir no “esbulho e saque” feito durante estes três anos. Passos e Portas praticaram sistematicamente a diabolização dos pensionistas e funcionários públicos e agora voltam a utilizar o mesmo sistema!

 Será que os portugueses em especial os que viram saqueados os seus rendimentos, pensionistas, funcionários públicos e aqueles que sobrevivem do seu trabalho,  vão continuar a  aceitar esta imerecida punição de forma apática. Ninguém sabe ao certo quanto vai pagar. Mas o o governo de Passos e Portas ficou a saber que pagaremos o que eles quiserem e quando e como eles o definirem. Desembolsaremos taxas, impostos, multas, portagens, coimas, impostos sobre impostos, emolumentos, e tudo o mais que ocorrer na prodigiosa imaginação dos políticos, dos tecnocratas, dos “jotas” tornados especialistas e pagos pelos nossos impostos. Pagaremos sem rebuço, dóceis, de chapéu na mão, como eles tanto gostam.
A multidão anestesiada que matinalmente se amontoava nas filas para conseguir pagar aquilo que nunca lhes deveria ser exigido, espelha, infelizmente, o país que somos e já sem hipótese de remédio à vista. É a ilustração perfeita para o adágio com que o rei D. Carlos nos definiu há mais de um século: "Um país de bananas governado por sacanas"
Por volta de 1910, Fialho de Almeida resumia assim o que ia na alma das classes cultas portuguesas acerca do resto da população “A turba acéfala, alternadamente feroz e sentimental   que em Portugal faz as vezes de povo, é uma força de inércia sem a menor consciência de si própria, e que no estado de bestialidade africana em que jaz, tão cedo pode ter papel na marcha do país


ESTA É A ACTUALIDADE NESTE PAÍS À BEIRA MAR PLANTADO !

quarta-feira, outubro 15, 2014

SERÁ PASSOS UM MENTIROSO COMPULSIVO?

SERÁ PASSOS UM MENTIROSO COMPULSIVO?
O primeiro ministro mentiu hoje mais uma vez, na afirmação  em que veio gabar-se “do défice que o Governo estima para 2015, afirmando que é a «primeira vez» que ficará abaixo dos 3%.” Trata-se de uma “brutal falsidade e dita por um primeiro ministro. As televisões transmitem a mentira, sem repor a verdade! Já não há jornalismo no nosso País?
Em 2008, o Supremo Tribunal de Justiça clarificou assim o problema: "Inexiste no nosso ordenamento jurídico um direito a mentir; a lei admite, simplesmente, ser inexigível dos arguidos o cumprimento do dever de verdade. Contudo, uma coisa é a inexigibilidade do cumprimento do dever de verdade e outra é a inscrição de um direito do arguido a mentir, inadmissível num Estado de direito."
Mas, hoje, Passos Coelho veio gabar-se do défice que o Governo estima para 2015, afirmando que é a «primeira vez» que ficará abaixo dos 3%. Para além de pretender disfarçar que a previsão dos estarolas falha a meta negociada com Bruxelas, o que importa observar é que o alegado primeiro-ministro não hesita em mentir com quantos dentes tem.
Com efeito, convém avivar a memória de Passos Coelho. Em 2008, o défice foi de 2,6% — logo, inferior a 3%, quando o défice orçamental herdado pelo Governo do PS em 2005 havia sido de 6,83%. O défice atingido em 2008 foi, na realidade, o valor mais baixo conseguido desde Abril de 1974
  Espero que o novo PS encontre rapidamente uma resposta adequada a esta decadência que atrofia e degrada a qualidade da nossa democracia e respectiva governação. Até porque não é difícil, basta querer

sábado, outubro 04, 2014

QUE SALARIO MINIMO? Um mentira contada muitas vezes torna-se verdade!?

QUE SALÁRIO MÍNIMO?  Um mentira contada muitas vezes torna-se verdade!?

Os portugueses, na sua infinita e pacata desordem existencial, acham tudo "normal" e encolhem os ombros”

Pode uma falsidade política ser repetida vezes sem conta, ser desmontada, para depois voltar a ser enunciada como se nada se tivesse passado? Em Portugal a resposta é sim. Assim não nos podemos espantar que, nos últimos dias tenhamos sido, verdadeiramente “massacrados”, pelas televisões, rádios e jornais com a “pseudo noticia” do “elevado aumento do salário mínimo em Portugal”, tão elevado que já levou até a “um pedido de explicações de Bruxelas”, (Porque não investiga Bruxelas como consegue uma família viver com rendimentos ao nível de 449,00 euros?)  será que alguém neste País acredita nisto? Qual a razão que não esclarecem algo tão simples como a inexistência do “salário mínimo” em Portugal? O que a lei prevê é simplesmente as “remunerações mínimas garantidas”, aos trabalhadores por conta de outrem, embora tenhamos consciência que nem sempre as mesmas são cumpridas. Num País onde cultura tradicional de um empresário/patrão por norma, já começa a aparecer, felizmente, algumas excepções, ainda não se dá valor ao capital humano que colabora na criação de riqueza da sua empresa, não os não valoriza e considera-os trabalhadores a explorar, na maior parte das vezes, que nem escravos,  a troco do mínimo valor possível e de cada vez um maior horário de trabalho, sem direitos e cada vez mais apenas e só com deveres, e onde cada vez mais se insiste em retirar receitas, através de impostos, a quem não as tem.

Por isso não nos surpreende a terminologia usada de “salário mínimo” – na percepção não só que não se pode pagar mais, como é o mínimo suficiente para se viver, omitindo-se que em Portugal cada vez mais, nos encontramos longe da média da União Europeia. E se em 2009, o “salário mínimo” correspondia a 83,2% da média da União Europeia, que era de 708,2 euros, em paridades de poder de compra, em 2014, equivale a apenas e só a 61,4%!, já que  na UE passou para os 823 euros, de acordo com dados do Eurostat .   Por outro lado, Portugal foi o quinto País com o menor aumento de salário mínimo entre 2009 e 2014. A última subida deu-se em 2011, quando passou de 475 para 485 euros (645,65 para 659,74 com paridade de poder de compra). Depois disso, e até hoje, não voltou a sofrer alterações.

O que mais nos surpreende, (não nos devia surpreender!!!) as analises dos “analistas de serviço” que é sempre o ponto de vista apenas e só na perspectiva do empregador, “esquecendo” do ponto de vista do trabalhador, sempre os CUSTOS, mas sempre apenas para um lado – situações que expressam claramente o “campo político-ideológico”(ortodoxo-liberal), de acordo com a perspectiva do governo de Passos/Portas – segundo julgamos saber e por  uma razão simples, limitam-se a “debitar” o que lhes foi remetido pelas agências de comunicação, sem cuidar de avaliar, analisar e informar completamente os eventuais leitores ou ouvintes das noticias. Tudo a que temos direito são informações caídas a conta-gotas, pedaços de enigma, peças do quebra-cabeças. E habituamo-nos a prescindir de apurar a verdade porque intimamente achamos que não saber o final da história é uma coisa normal em Portugal, e que este é um País onde as coisas importantes são "abafadas", como se vivêssemos ainda em ditadura.

Mas vamos as factos:
Foi publicado no Diário da República de 30 de Setembro Decreto-Lei n.º 144/2014, que actualiza “o valor da retribuição mínima mensal garantida a que se refere o n.º 1 do artigo 273.º do Código do Trabalho, aprovado pela Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro, é de € 505.” Sendo que,  esta actualização do valor da retribuição mínima mensal garantida  vigora entre 1 de Outubro de 2014 e 31 de Dezembro de 2015”, isto é deixou de ser anualizada a actualização das remunerações mínimas passando para 15 meses, remunerações que já não eram actualizadas desde Dezembro de 2010!” Porque se trata de uma medida que afecta a vida de muitos portugueses, (350 mil portugueses (números do Ministério da Segurança Social relativos a 2011, porque os sindicatos falam em 500 mil trabalhadores) queremos explicar o que se perde e o que se ganha, o que se altera e o que se mantém, com este aumento de 20 euros brutos”
 Nada como começar por determinar o universo do atingidos por esta medida, tendo em conta os dados do INE, em que cerca de 7,5% dos homens e 14,4% das mulheres estarão abrangidos por estas remunerações mínimas, podemos concluir que  cerca de 650 mil trabalhadores, por conta de outrem de um total de 4 514,6 mil (dados 2ºT/2014) serão abrangido por esta medida de aumento de 20 euros/mensais. Como somos “adeptos” de Paretto podemos concluir que cerca de 20% destes trabalhadores por conta de outrem (130 mil) terão uma salário mensal mais elevado e outros 20% recebem, por varias formas complementares do salário mensal (mais 130 mil que desta forma “fogem ao fisco – ajudas de custo, subsídios de produtividade, comissões, etc ), a que somos conduzidos que este “aumento” irá abranger cerca de 410 mil trabalhadores, por conta de outrem, embora o Ministério da Economia,(Abril 2013) ao contrário do Ministério da Segurança Social, determinasse que  “11,7% dos trabalhadores em Portugal recebem o salário mínimo”, ou seja no 2ºT/2014 teríamos nesta situação 528 208 trabalhadores por conta de outrem  

Dados a partir do qual podemos tirar algumas conclusões:

a)      A partir de 1 de Outubro as remunerações mínimas garantidas passaram de 485 euros, para 505 euros, um aumento de 20 euros (4,12%) – valor que não sofria qualquer aumento desde Janeiro de 2011;
b)      Em termos líquidos um trabalhador que recebia 485 euros, descontava para a Segurança Social 11%, (53,35 euros)  o que quer dizer que em termos líquidos recebia, mensalmente 431,65 euros. Enquanto a entidade patronal para além do salário do trabalhador (485 euros), suportava mais 23,75% para a Segurança Social (115,19 euros), o que totalizava mensalmente 600,19 euros;
c)      De acordo com os escalões de IRS em 2014 a taxa aplicável até 7 mil euros é de 14,5% (485 euros, 14 meses, atinge 6 790,00 euros)  
d)     A partir de 1 de Outubro de 2014 e até 31 de Dezembro de 2015, as remunerações mínimas garantidas passaram para 505 euros. Em termos líquidos, o trabalhador que desconta para a Segurança Social (11%) ou seja 55,55 euros irá receber 449,45 euros, ou seja um aumento de 17,80 euros/mensais (4,12%), enquanto a entidade empregadora que deveria suportar 505 euros, mais os 23,75% para a Segurança Social (119,94 euros), o que totalizava 624,94 euros/mensais, por cada trabalhador, seria mais 24,75 euros/mês. Mas, acontece que a lei agora aprovada prevê que o empregador desconte apenas para a Segurança Social 23,00%, ou seja 116,15 euros, por trabalhador, um beneficio de 3,79 euros, por cada trabalhador e uma “perda para a Segurança Social”, do mesmo montante e por cada trabalhador.

E AS CONSEQUÊNCIAS DESTA FORMA “BASTANTE NEBULOSA” DE CLARA “MANIPULAÇÃO” DE UM “PSEUDO” AUMENTO SALARIAL?

a)      Para os trabalhadores que em termos líquidos recebiam 431,65 euros e que, em muitos casos estavam sujeitos a uma taxa aplicável de IRS de 14,5% (menos de 7 mil euros anuais), passam a receber 449,45 euros mensais, o que anualizado totalizará 7 070,00 euros que ficarão sujeitos a uma taxa de IRS de 28,5%!!!! – isto é um aumento que pode vir  implicar numa redução salarial e num aumento de imposto (IRS), dado que as tabelas do IRS não sofreram a alteração de enquadramento deste novo montante!
b)     As entidades empregadores serão beneficiadas, não só com a já conhecida redução do IRC, como passarão a descontar menos 3,79 euros, por cada trabalhador, para a Segurança Social, isto é, para os empregadores representará uma redução de custos de mais de 22 milhões/ano, que ocasionará uma perda de receitas, da Segurança Social do mesmo valor (22 milhões de euros/anuais), isto num governo que por um lado agita a insustentabilidade da Segurança Social e por outo lado aceira reduzir a TSU patronal;
c)      Agora, se considerarmos que apenas 50% destes trabalhadores estavam abrangidos pela taxa de 14,5% no IRS o que representava uma receita para o Estado, anualmente de mais de 100 milhões de euros, e passando, com o novo valor de rendimento mínimo garantido a ser abrangidos pela taxa de IRS de 28,5% cerca de 300 milhões de euros, ou seja um brutal aumento do IRS para estes trabalhadores de mais de 100 milhões de  euros/anuais. Claro, só em 2016 ao fazer o IRS em relação aos rendimentos de 2015, é que os trabalhadores darão por isso!!!!

Como conclusões finais, a governo Passos/Portas aumenta a carga fiscal, prevendo-se, caso não seja alterada a tabela do IRS, arrecada mais de 100 milhões de euros, a Segurança Social perde mais de 20 milhões de euros e a entidades empregadoras, serão beneficiadas com igual montante ( mais de 20 milhões de euros) . Trata-se de um “governo” que não tem a mínima sensibilidade social, ao fazer, mais uma vez recair esta brutal carga fiscal, sobre estes trabalhadores,  sabendo-se que o “ salário mínimo” coloca muitas pessoas abaixo do limiar de dignidade, e que os custos salarias para as empresas são mínimos quando comparados com os benefícios para a economia nacional.
Bem sabemos que, entre nós, a cultura de avaliação das politicas e dos políticos é escassa ou nem sequer existe, mas talvez seja chegado o tempo, de estarmos atentos e até não fosse má ideia avaliarmos os políticos e as politicas com base em informações e factos verdadeiros, ou será que como dizia o rei D. Carlos sobre Portugal: “ Um País de bananas, governado por sacanas!”

Armindo Bento

Economista

sexta-feira, setembro 19, 2014

EMBUSTES, EMBUSTICES DO EMBUSTEIRO!

EMBUSTES, EMBUSTICES DO EMBUSTEIRO!


  Não foi a “demissão irrevogável” que qualifica Portas de embusteiro, mas é uma das consequências das atitudes deste político, que num Pais a “sério” teria que  responder, pelo menos, pelos já famosos “cheques”, em nome do “cidadão” Jacinto Leite Capelo Rego que segundo a imprensa entraram nos cofres do CDS – lamentavelmente quem tem o dever de averiguar a legalidade destas situações, bem assim como a “nossa classe de jornalistas”” fazedores de opinião” – tão oportunos noutros casos de pura perseguição política – permanecem numa nebulosidade “serrana”, sendo apenas “meras caixas de correio” de “agencias de comunicação”, que custam milhões aos contribuintes.
Ao certo é que Paulo, o paladino das feiras, o mos­queteiro dos reforma­dos, idosos e pensionistas, o santo padroeiro dos humildes, dos sem-abrigo, o provedor dos pobre­zinhos,  – que andava desaparecido ,  “regressou” ao habitual comportamento irresponsável da mentira e da embustice – povo tem a memória curta julgam os políticos – por isso Portas retomou a sua narrativa neoliberal (divida e deficit e banca rota) de politicas que a dupla Passos/Portas conduziu nos últimos três anos ao empobrecimento, à miséria, ao desemprego e globalmente à desesperança dos portugueses, e que temos que reconhecer, nomeadamente o PS ( de Seguro), não sobe ou não quis,  denunciar e apresentar alternativas politicas, optando por uma “política” de “navegação à vista”, na espectativa de mais tarde ou mais cedo lhe cair no “regaço “ a governação, não tendo a percepção da evolução do Pais para a miséria e retrocesso civilizacional – sejam quais forem os indicadores sociais e económicos em todos eles se constata um retrocesso e agravamento dos mesmos: mais desemprego, menos emprego, pior saúde, pior educação, menor produtividade, menores rendimentos, pior cidadania, aumento da miséria, da desesperança e do medo etc. (há de facto uma excepção os 5% de cidadãos deste nosso Pais que aumentaram a sua riqueza!!!!)
O que sabemos apenas é que Seguro, comodamente, se limitou a tomar nota e a constatar que "uma parte dos portugueses ainda responsabilizam o PS pela situação a que chegámos", quando o que se esperava era a contestação e  apresentação de alternativas a narrativa falsa deste governo ortodoxo-liberal, da pretensa “banca rota”, despesismo publico e a insustentabilidade do Estado Social, levando-nos a pensar que na sua cabeça, o descontentamento não é consequência da crise económica e social que Passos/Portas conduziram o nosso País, a que temos que juntar a aparente e notória incapacidade dos partidos políticos em apresentar alternativas e caminhos para superarmos a crise instalada pelos políticos neoliberais que “capturaram” o poder político.
Um dos primeiros embustes, como todos, quem de facto não sofre de “miopia política” deve saber e relembrar houve “uma personagem chamada Marco António, porta-voz das ambições do PSD, que entalou Passos Coelho entre a espada e a parede. Ou havia eleições no País ou havia eleições no PSD. Pedro Passos Coelho escolheu mentir ao País, dizendo que não sabia do PEC4 (quando de facto havia concordado). Cavaco acompanhou.
Dos embustes passamos a exemplos de embustices agora protagonizada pelo Paulo Portas que considerou que a descida «de quase 18%» da taxa de desemprego para «cerca de 14%» se deve à «política de estágios profissionais», frisando que «agora há mais gente que tem uma oportunidade». Ora de acordo com os dados oficiais do INE no 4º trimestre de 2010, numa população activa de 5 472, 7 milhares, constavam-se 4 867, 1 milhares de população empregada e 605,5 milhares de desempregados, sendo que no 1º Trimestre de 2014, para uma população activa de 5 215,0 milhares, constata-se 4 426,9 milhares de população empregada e 788,1 milhares de desempregados, isto é temos menos população activa cerca de 257,7 milhares, menos trabalhadores empregados, cerca de 440,2 milhares e mais desempregados , cerca de 182,6 milhares. Tais dados leva-nos a concluir quer a governação ortodoxa-liberal de Passos/Portas destruiu mais de 440 mil postos de trabalho e mais de 300 mil portugueses tiveram que emigrar!
Um outro embuste é o que Portas denomina de “situação de banca rota”, como não nos devêssemos relembrar daquela “reunião de banqueiros” que fizeram o “ultimato em directo na TVI” (Salgado, Ulrich e outros), em que não continuavam a financiar em especial as empresas publicas. Hoje sabemos, de ouvir dizer, que conseguiram passar para o domínio publico, a maior parte das suas dividas privadas, levando a que o programa ortodoxo-liberal de austeridade, de responsabilidade exclusiva de Passos/Portas tenha provocado a maior subida da divida publica, que em 2010 se situava nos 94% do PIB (produto interno bruto –que genericamente mede toda a riqueza produzida no Pais e que resulta da soma de todas as remunerações do trabalho, as rendas, os juros e os lucros), e na estimativa do Banco de Portugal (Julho de 2014), já ultrapassa os 134%, isto é aumentou quase metade, o que quer dizer que é preciso políticos que pensem de outra maneira, em que a prioridade não pode ser o deficit e a divida, mas  a apresentação de uma estratégia com  politicas que não “sirvam” para castigar os portugueses e a sua economia, mas sim encontrar soluções para o combate ao desemprego, com a criação de empresas e empregos, de redução dos custos com o sistema político, de apoio aos mais necessitados com melhoria dos apoios na saúde, de melhoria significativa da educação e formação profissional e do aumento significativo do nível de vida e de condições dos portugueses.
Nós cidadãos, somos quem?  Um povo enganado, maltratado e sem esperança em dias melhores, não corre atrás de foguetes, nem comemora, como o governo, o empobrecimento, o desemprego, a emigração forçada de centenas de milhares de jovens. Um povo enganado, maltratado e sem esperança em dias melhores só pode desconfiar de qualquer promessa eleitoral, tanto quanto começa a desconfiar de todos os políticos, senão mesmo desta democracia agrilhoada, em que só em véspera de eleições lhe dão palmadinhas nas costas e falas mansas. E depois, uma vez recolhidos os votos, os eleitos engrossam a voz e brandem o chicote escondido atrás das costas. Lincoln já tinha advertido: "não se pode enganar a todos todo o tempo".

Se nos nossos normativos legais existe a norma em que “O titular de cargo político que, com flagrante desvio ou abuso das suas funções ou com grave violação dos inerentes deveres, ainda que por meio não violento nem de ameaça de violência, tentar destruir, alterar ou subverter o Estado de direito constitucionalmente estabelecido, nomeadamente os direitos, liberdades e garantias estabelecidos na Constituição da República, na Declaração Universal dos Direitos do Homem e na Convenção Europeia dos Direitos do Homem, será punido com prisão de dois a oito anos, ou de um a quatro anos, se o efeito se não tiver seguido.” (artº9º da Lei 34/87 de 16 Julho e posteriores alterações), não compreendemos a razão de quem tem o dever de velar pelo cumprimento da legalidade não tenha ainda actuado? Não queria começar a pensar que alguns “artistas” descobriram uma nova fórmula de atirar areia para os olhos dos cidadãos.

quinta-feira, setembro 04, 2014

AS LISTAS ELEITORAIS E OS "MORTOS"

A propósito de manter nas listas eleitorais os mortos , e aqueles que desistiram de ser militantes, é um truque já velho que não só os partidos utilizam. 
Tal como no Banco onde deixámos de ser clientes faz anos, ou até mesmo no clube de futebol do qual desistimos de ser sócios, isso acontece para manter em alta o número de aderentes. E num País onde impera a falta de ética e tudo pode acontecer, não é de ficar admirado.
Que dizer dos dados estatísticos que recolhi das estatísticas oficiais publicadas pelo INE?
A configurar a realidade do País, constatamos que há mais de 1,6 milhões de eleitores inscritos que a população do Pais com 18 ou mais anos, idade a partir da qual se tem capacidade eleitoral no nosso País.
PORQUE É QUE NINGUÉM, NENHUM PARTIDO, NENHUM POLITICO está preocupado com esta situação, que devia envergonhar os portugueses???
De algum tempo a esta parte, a críse que assola o nosso País não é só de natureza económica
pois, quando nas escolas se deixa de ter aulas sobre Ética ou Moral e, acima de tudo Civismo os 
jovens pouco dados a leituras acreditam que, todos os meios são lícitos para alcançar os fins que se propõe atingir!
Desde os princípios dos tempos que, esta coisa da Política está associada ao poder que, por sua 
vez mexe com os dinheiros logo, desperta cobiça disfarçada com a tal forte vontade de servir a 
causa pública ou mais ainda de servir-se da causa pública ... muitas vezes, sem qualquer ideia a não ser a vaidade pessoal onde o "interesse publico que deviam  prosseguir" constitui uma completa falácia politica.
"Aquilo que está sucedendo ao PS não é nada de anormal, são os pequeninos a brincar com um grande partido como se ainda andassem a brincar nas associações de estudantes. Esta gente não cresceu, brincaram aos papás e às mamãs na primária, às associações de estudantes no secundário e agora fazem o mesmo à escala dos partidos e do país, o problema está no facto de a idade mental não ter mudado com o passar dos anos.
  Em qualquer processo eleitoral há problemas, mas é um pouco exagerado inscrever mortos nos cadernos eleitorais, um procedimento tão ridículo que só mesmo ditadores sem vergonha utilizam. Mas aconteceu num grande partido como o PS e num momento em que este partido atravessa uma via sacra inventada por um líder que tendo medo dos seus militantes, daqueles que o elegeram, recorre a um estratagema que cria condições para o recurso a mercenários da direita na escolha do futuro líder." ( http://jumento.blogspot.pt/2014/08/os-mortos-preferem-seguro.html)

quarta-feira, agosto 20, 2014

A propósito da sustentabilidade da Segurança Social?

A propósito da sustentabilidade da Segurança Social?

A fim de distrair, nomeadamente os contribuintes votantes, com notícias eivadas de completa manipulação e sem qualquer relação com a realidade, foi “noticiado, como sempre” que o Primeiro Ministro desafiava o PS para um acordo para a reestruturação da Segurança Social (que na sua opinião mais não é a redução definitiva dos rendimentos  dos reformados e pensionistas)
Com a contribuição de alguns “pseudo-jornalistas”,  fiéis apparatchiks de Passos Coelho e seus muchachos, que segundo eles, os juízes do TC, a grande maioria eleitos com a chancela do PSD, passaram a ser uma cambada de incompetentes para poderem aferir a desconformidade constitucional das medidas legalmente propostas. E agora a sua estratégia parece realmente pe o milagre da multiplicação dos Dupond e Dupont. Vem um, diz mata, vem outra diz esfola. Andam completamente desesperados. Mas o problema de todos esses tão empenhados articulistas resume-se a uma óbvia explicaçao: total insensibilidade social quanto à defesa dos mais economicamente desprotegidos e absoluto silêncio relativamente àqueles poderosos das PPP, dos contratos SWAP, das diversas malfeitorias financeiras, que andaram a corroer os cofres do erário público, com o apoio das mais criminosas manigâncias e conluios.
No Calçadão de Quarteira e não no Pontal (como “falavam os pseudo-jornalistas) em noite de verão e num jeito que é só seu, “lê o que os meus lábios dizem”, Passos Coelho voltou ao tema ideológico e político para si,  mais importante desta legislatura: os idosos estão a prejudicar os mais jovens. A isso a propaganda tem chamado o “cisma grisalho”, com um encadeado de meias verdades que já é conhecido: os idosos vivem tempo demais a receber pensões, há menos crianças a nascer e menos gente a trabalhar, há portanto mais idosos por cada activo, e isso tudo designa-se, para este governo e “apaniguados apoiantes” solenemente como o problema de sustentabilidade da segurança social!!! Para tudo isto o governo de Passos Coelho e de Portas encontraram uma solução, aumentar a idade da reforma   e reduzir as pensões a partir dos seiscentos e poucos euros, saque de rendimentos do trabalho dos pensionistas, reformados e trabalhadores no activo  . A tudo isto tem chamado a “reforma estrutural” do sistema!
Mas, por agora, seria bom que alguém lhe dissesse que o défice da Segurança Social se deve fundamentalmente a estes factos: a) ao desequilíbrio da CGA, em que o Estado empregador forçou o Estado aposentador a ter mais despesa e menos receita; b) às consequências do elevado desemprego que retiram ao sistema de Segurança Social cerca de 8 mil milhões de euros, c) a despesa com subsídio de desemprego, perda de receitas via TSU (dos desempregados subsidiados e dos não subsidiados que são mais de 50% do total) d) e o efeito do correcto princípio da equivalência contributiva em que a SS continua a acumular direitos formados para as futuras pensões dos desempregados sem receber as correspondentes contribuições.
E será bom também lhe seja lembrado que o único sistema ppúblico que tem um Fundo de estabilização financeira é a Segurança Social (neste momento à volta de 7,5% do PIB) e que este governo tem desbaratado na compra de divida publica (que se pode tipificar como administração danosa de dinheiros públicos provenientes dos descontos dos trabalhadores e empregadores)
Este “cisma grisalho” é portanto uma maquinação que justifica o aumento do tempo de trabalho e a redução do tempo e do valor da reforma. Procura para isso criar um conflito geracional e atribuir aos idosos a responsabilidade pelos efeitos catastróficos dos saldos migratórios negativos, do aumento da esperança média de vida, da democracia que permitiu melhores salários e sobretudo do desemprego – tudo o que determina o verdadeiro problema de sustentabilidade é a continuidade deste desgoverno.
Finalmente porque não são claros na manipulação de que  “o sistema público de pensões é insustentável”?. Verdade seja dita que esse risco é cada vez mais consequência do efeito duplo do desemprego (menos pagadores/mais recebedores) e - muito menos do que se pensa - da demografia, em parte já compensada pelo aumento gradual da idade de reforma (f. de sustentabilidade). Mas porque é que tantos “sábios de ouvido” falam da insustentabilidade das pensões públicas e nada dizem sobre a insustentabilidade da saúde ou da educação também pelas mesmas razões económicas e demográficas? Ou das rodovias? Ou do sistema de justiça? Ou das Forças Armadas? Etc. Será que só para as pensões o pagador dos défices tem que ser o seu pseudo “causador”, quase numa generalização do princípio do poluidor/pagador?
Como dizia alguém “Tenho cada vez mais a certeza que o jornalismo é uma profissão em extinção.. Mas com menos jornalistas a democracia fica mais fraquinha. E os bacocos que querem dar flor ficam com mais caminho livre para nos fazerem passar por parvos; eles, os avestruzes, que na sua grande maioria vivem de expedientes e só fazem política nos intervalos dos negócios.


sexta-feira, agosto 01, 2014

O ainda caso TECNOFORMA, Passos Coelho. Quando é que sabemos alguma coisa?

PARA RELEMBRAR A SENHORA PROCURADORA GERAL ( ….e o seu distinto irmão)…o caso TECNOFORMA.

Aprendemos, geralmente de forma áspera, que a realidade espartilhada e obediente que imaginamos nunca existiu nem existirá. São também do nosso imaginário histórias de agentes formais de controle que, perante a constatação de um ilícito, preferem aparelhar as mãos atrás das costas e "assobiar para o ar". Não será por acaso que "assobiar para o lado" é uma expressão idiomática consagrada, tal como há séculos o está a expressão "dar às de Vila-Diogo" - algo quererá dizer sobre Portugal.A questão é outra e bem distinta: é cultural. É a de um país em que se tem de falar em "tolerância zero" para se dizer que a lei é para cumprir!Ora, cumprir a lei é uma questão de hábito, de escrúpulo, de ordem e de profissionalismo no exercício das funções confiadas. De todos e em tudo: no pequeno e no grande. E nisso, bem... nisso Portugal é o que é! A empresa que teve como gestor Pedro Passos Coelho está a ser alvo de uma investigação do Gabinete da Luta Anti-fraude da União Europeia (OLAF). Em causa está “o uso alegadamente fraudulento de fundos comunitários”. As entidades europeias responderam com a abertura de inquérito após uma denúncia da eurodeputada socialista Ana Gomes e querem agora esclarecer a forma como a Tecnoforma e a ONG CPPC (Centro Português para a Cooperação) usaram dinheiros da UE. (Maio 2013 ..Já passou um ano e nada..nadica de nada)

O DCIAP investiga corrupção, desvio de fundos, prevaricação e tráfico de influências no caso Tecnoforma, a empresa de que Passos Coelho foi gestor e consultor e que foi beneficiada em 2004 por Miguel Relvas, quando este era Secretário de Estado da Administração Local. Entretanto, a Tecnoforma foi declarada insolvente e tem processos de execução fiscal num valor total de 500 mil euros. Segundo o jornal “I”, no inquérito do DCIAP estão em causa suspeitas de quatro crimes, sendo o tráfico de influencias o que parece mais evidente. O DCIAP de Coimbra investiga também a formação que foi dada nos aeródromos pela Tecnoforma. (Fev 2013)


(O magistrado João Marques Vidal, titular do processo Face Oculta, foi esta semana promovido a procurador-geral-adjunto e nomeado director do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra. (http://www.sol.pt/noticia/110813)

quinta-feira, junho 05, 2014

SERÁ ACLARAÇÃO OU CRIME DE DESOBEDIÊNCIA?

PEDIDO DE ACLARAÇÃO DO ACORDÃO DO TRIBUNAL CONSITUCIONAL OU SERÁ MAIS UM CRIME ESTE DE DESOBEDIÊNCIA QUALIFICADA?

De acordo com a imprensa, este governo de Passos e Portas que perdeu toda a legitimidade democrática ao mentir aos eleitores, e ao saquear os rendimentos dos pensionistas, reformados e dos assalariados para beneficiar os especuladores financeiros, amigos banqueiros, com a arrogância e  a ”impunidade” com que tem actuado, entendem  que  a Constituição não é para cumprir, e como resultado tornou-se num desgoverno de ilegalidades e incumprimento de normas constitucionais, que me parece tipificar varias situações de crimes previstos na Lei, nomeadamente abuso do poder, administração danosa,   e agora crime de desobediência qualificada, é neste sentido que devemos exigir ao senhor Presidente da República,  uma aclaração da situação de clara ilegalidade deste governo de Passos e Portas.
 Qual foi o motivo de não ter cumprido o programa, que apresentou ao eleitorado, não temos duvidas que se tem apresentado estas politicas de saque e de roubo nunca seriam eleitos? Este simples facto, bem como a sua atitude de confrontar a Constituição Portuguesa, faz com que o mesmo se tenha transformado num governo ilegítimo. Compactuar com estes factos, transforma o Senhor Presidente da República cúmplice desta ilegalidade, uma vez que não defende a CRP que jurou defender. Passos Coelho e Portas que desde que foram eleitos, nunca cumpriram com a legalidade e nunca respeitaram o estado de direito, querem agora uma  "clarificação técnica" de partes do acórdão do Tribunal Constitucional, configura-se não só como uma atitude de desrespeito como dilatória para não cumprirem a Lei , o que tipifica um crime de desobediência qualificada, para o qual se exige, nos termos da Lei a actuação da senhora Procuradora Geral da República, por se tratar de um crime publico. Ou será que um cidadão com a mesma atitude não sofre tais consequências da Lei?
Trata-se de “um jogo sujo e teatral”, pois o governo sabia bem que as medidas que estava a propor eram inconstitucionais. O Tribunal Constitucional, ainda os “protegeu” ao não considerar a retroactividade – isto é o governo este em situação de ilegalidade durante cinco meses-  mas o TC não se deixou intimidar e creio que no que toca à CES fará o mesmo pois é absolutamente inadmissível, e é inconstitucional, o governo continuar a expropriação dos trabalhadores aposentados e reformados e a beneficiar os especuladores e banqueiros. Não lhes ocorreu que os juízes se orientam para o cumprimento da Constituição da República Portuguesa e não para o quadro jurídico votado em Bruxelas. É ao Parlamento que compete fazer a revisão constitucional se pretende que o ordenamento jurídico europeu altere a Constituição em vigor.
É completamente falso que a devolução dos salários, das reformas e pensões, (estão em causa cerca de mil milhões de euros) ponham em causa o equilíbrio das contas publicas, pois basta cortar metade dos juros aos especuladores financeiros e aos amigos banqueiros, para se ter uma poupança de cerca de quatro mil milhões de euros. Qual a razão que sendo os juros do Banco Europeu apenas de 0,5%, não é esse os juros quer os portugueses suportam? Há ainda a redução das PPP(s), das rendas da electricidade, a redução dos ascones (assessores boys que nada fazem) etc.
Só um governo cego pode pensar que os portugueses se solidarizarão com os seus ataques ao Tribunal Constitucional. Pelo contrário o TC é uma das poucas garantias dos portugueses contra um governo golpista que atropela reiteradamente a Constituição do País. Quando aprova medidas inconstitucionais o governo está, isso sim, a provocar o Tribunal e os próprios cidadãos. Não venha agora fingir que estão surpreendidos com o chumbo destas medidas cujo fim era o de saque e roubo aos reformados, pensionistas e funcionários públicos.
Em política, como em tudo na vida, quanto mais sonante for a afirmação dos protagonistas, mais eles devem ser postos em causa, parafraseando Portas, o tal dos mil milhões dos submarinos, “há de facto mecanismos institucionais para obter a clarificação, em termos de politicas publicas fundamentais”, em democracia essa legitimidade política e constitucional só pode ser o resultado do voto livre  legitimo dos eleitores – era o que devia ser feito se tivéssemos um  presidente da república que cumprisse e fizesse cumprir a Constituição conforme o seu juramento, pois "este governo de passos/portas não tem legitimidade bastante para assumir quaisquer compromissos de Portugal plurianuais".

Se o senhor Presidente da República não falar e à última hora voltar a considerar que o Governo é legítimo - e não ter a coragem de o demitir -, continuará a ser cúmplice desta desastrada coligação, como tem sido até agora, e corre o risco de não poder sair à rua sem ser vaiado pelo povo português, como tem sido inúmeras vezes.” (Mário Soares)

sábado, maio 17, 2014

UM POVO MASSACRADO

Balanço de três anos de guerra civil: um povo massacrado

A brutal destruição de emprego


A violenta destruição de emprego não aconteceu por acaso nem pela consabida incompetência dos estarolas. Tratou-se de uma estratégia friamente concebida pelo Governo de Passos & Portas, de que o alegado primeiro-ministro se vangloriou: a «selecção natural das empresas que podem melhor sobreviver» está feita. Esta «selecção natural» causou a destruição de cerca de 420 mil empregos até ao final de 2013.

A quebra abrupta do poder de compra


A preços constantes, o rendimento médio por habitante passou de 15,3 mil euros em 2010 para 14,4 mil euros em 2013. Por outras palavras, cada português teve em 2013 um poder de compra que era 843 euros mais baixo do que o registado em 2010. Os resultados da estratégia de empobrecimento, tendente a criar uma economia assente em baixos salários, estão à vista.

O «enorme aumento de impostos»


O «enorme aumento de impostos» anunciado e levado a cabo por Vítor Gaspar foi uma das marcas deste Governo. Com a carga fiscal a atingir valores historicamente muito elevados, esta operação de grande envergadura atingiu sobretudo os trabalhadores por conta de outrem. No plano político, causou também danos irrevogáveis no autodenominado partido do contribuinte, pondo termo ao tempo de dissimulação de Paulo Portas.

O enorme aumento da dívida


O grande objectivo do Governo e da troika fracassou: a redução da dívida externa. Em especial, a dívida pública disparou. A contracção do PIB (que está ao nível de 2001) e o «efeito bola de neve» (cf. aqui e aqui) sugerem que, apesar da poeira lançada para o ar («libertação datroika»), o Governo está a atirar o país contra a parede.

Como escreve hoje o Libération, depois destes três anos, «le Portugal a la gueule de bois» (i.e., está de ressaca). Com o Governo a querer prosseguir a obra de desmantelamento do Estado Social e de imposição de uma economia de baixos salários.

* Baseado neste artigo do Jornal de Negócios
Esta gente desonra Portugal! No dia 25 de Maio é preciso não ter medo e correr com esta gente!

Apesar de todos estes percalços e dos “danos colaterais horríveis nos momentos de crise”, como os cortes nas pensões, salários, e aumento do desemprego, João Duque considera que no essencial “está cumprido, chegámos a horas para apanhar o avião, se atropelámos gente pelo caminho, é outro problema” (1)

Quando temos um professor catedrático, na minha escola (ex-ISCEF) a dizer barbaridades, ser voz da política instalada do roubo e da mentira de farsantes que “capturaram o poder político”, a demonstrar e não ser um homem de inteligência honesta, capaz, isento, fico muito preocupado ([1])! Até onde chega a desfaçatez, mas Salazar, Franco, Fidel, Hitler e outros também tiveram os seu esbirros sem vergonha nem ética ou qualquer tipo de moral!
Com gente desta, nem vale a pena argumentar seja o que for. Estamos em época de eleições e temos gente da mais baixa estirpe em todo o lado. Se o Povo, nomeadamente os eleitores, querem continuar calados, e nesta sequência não utilizarem o poder do voto para correr com estas gentes já no dia 25 de Maio,  vão aparecer dezenas de Joões Duques, ao serviço da mentira instalada, que foi instalada pela própria mentira! Se, fossemos um Estado de direito democrático esta gentes teriam de ser responsabilizados pelos crimes cometidos – abuso do poder, administração danosa etc.
Quem assim pensa e age desta maneira que para atingir os fins, atropelam, matam, destroem, sem olhar a meios, não podem ser governantes dum povo, que já sofreu demasiado com o fascismo de outrora e parece-me que entrou noutro pior. Esqueceram-se de que os reformados e pensionistas já foram os combatentes deste País e que abriram os caminhos para estes políticos de hoje. Gente intratável que cospe nos pratos da sopa, que lhes deram comer. Se querem cortar nas gorduras do estado, têm muito por onde cortar, sem atingirem os pobres, reformados, pensionistas, desempregados, adolescentes, crianças, etc
Se o atropelo das medidas tivesse sido sobre aqueles que a causaram, aplaudia e apoiava essas medidas!
É hipocrisia este tipo de discurso, quando se continua dar subsídios à EDP, PT e outras que nem sabemos... Quando se cortou aos reformados e pensionistas para distribuir em benefícios fiscais aos grandes grupos económicos. Quando se beliscou apenas os contratos das PPP. Quando se salvaram as fortunas de investidores de alto risco do BPN ou no BPP e o governo d de passos/portas, foi logo a correr cobrir o pagamento desse dinheiro, com o dinheiro dos contribuintes que sofrem a maior escalada de impostos jamais visto em Portugal! Ou seja, a principal causa da crise mantém-se à custa do sacrifico de milhares de famílias e postos de trabalho, do empobrecimento e do roubo ao rendimento dos reformados, pensionistas e de todos aqueles que vivem do seu salário, incluindo aqui os inúmeros pequenos e médios empresários.
O que vemos ouvimos e lemos depois do fascismo, do salazarismo ou dum regime de medíocres, covardes e poltrões.
O nosso medo é, como diz José Gil, de existir. Antes tínhamos medo das comparações e refugiávamo-nos no "orgulhosamente sós". Hoje, há já umas décadas atrás, refugiamo-nos no medo de não sermos reconhecidos pelo facto de não sermos bons alunos e, para tanto, com esse medo, fomos vendendo ao preço da "uva mijona", à Comunidade Europeia e aos tubarões dela, as nossas propriedades: o mar, as pescas, a agricultura, o sol, o turismo a cultura e a dignidade, tendo por contrapartida uns trocos para distribuir pelos amigos.
Hoje temos medo da Merkel, dos mercados, de tudo e de nada... A tal ponto que, pedindo dinheiro para pagar aos Bancos Alemães, para pagar os submarinos do Portas e do Barroso, para pagar as importações alemãs que estão no mercado, fazemos no nível mais baixo da dignidade da quebra da ética, uma conferência em dia de eleições para mostrar o grau de subserviência de que os nossos governantes são capazes. Isto são Beduínos enxertados em portugueses. Que me desculpem “os capados”. Isto é gente covarde, medíocre, incompetente que tem medo de existir. Como tenho memória só lamento que alguns políticos não saibam assumir os seus erros estratégicos-politicos em detrimento da defesa dos interesses públicos dos  Portugueses. É sempre bom relembrar quem originou que estas gentes fossem governo.  Esta gente desonra Portugal.  
No dia 25 de Maio é preciso não ter medo e correr com esta gente!



[1] http://www.noticiasaominuto.com/economia/218282/programa-esta-cumprido-se-atropelamos-gente-e-outro-problema

terça-feira, maio 13, 2014

COMO FOI POSSÍVEL CHEGAR A ESTA SITUAÇÃO?

COMO FOI POSSÍVEL CHEGAR A ESTA SITUAÇÃO?

Quando as águas se acalmam no fundo do poço, é o momento de nos vermos ao espelho! Como todos devíamos saber este Governo, o Passos Coelho e Paulo Portas, nasceu de uma infâmia. No livro, "Resgatados", de David Dinis e Hugo Coelho, insuspeitos de simpatias por José Sócrates, conta-se o que aconteceu. Conta-se que uma personagem chamada Marco António Costa, porta-voz das ambições do PSD, entalou Passos Coelho entre a espada e a parede. Ou havia eleições no país ou havia eleições no PSD. Pedro Passos Coelho escolheu mentir ao país, dizendo que não sabia do PEC4. Cavaco acompanhou. E José Sócrates demitiu-se, motivo de festa na aldeia!!!!
situação a que chegámos não foi uma situação do acaso. A União Europeia financiou durante muitos anos Portugal para Portugal deixar de produzir; não foi só nas pescas, não foi só na agricultura, foi também na indústria, por ex. no têxtil. Nós fomos financiados para desmantelar o têxtil porque a Alemanha queria (a Alemanha e os outros países como a Alemanha) queriam que abríssemos os nossos mercados ao têxtil chinês basicamente porque ao abrir os mercados ao têxtil chinês eles exportavam os teares que produziam, para os chineses produzirem o têxtil que nós deixávamos de produzir.
E portanto, esta ideia de que em Portugal houve aqui um conjunto de pessoas que resolveram viver dos subsídios e de não trabalhar e que viveram acima das suas possibilidades é uma mentira inaceitável. Nós orientámos os nossos investimentos públicos e privados em função das opções da União Europeia: em função dos fundos comunitários, em função dos subsídios que foram dados e em função do crédito que foi proporcionado. E portanto, houve um comportamento racional dos agentes económicos em função de uma política induzida pela União Europeia.
Portanto não é aceitável agora dizer? Podemos todos concluir e acho que devemos concluir que errámos, agora eu não aceito que esse erro seja um erro unilateral dos portugueses. Não, esse foi um erro do conjunto da União Europeia e a União Europeia fez essa opção porque a União Europeia entendeu que era altura de acabar com a sua própria indústria e ser simplesmente uma praça financeira. E é isso que estamos a pagar! A ideia de que os portugueses são responsáveis pela crise, porque andaram a viver acima das suas possibilidades, é um enorme embuste. Esta mentira só é ultrapassada por uma outra. A de que não há alternativa à austeridade, apresentada como um castigo justo, face a hábitos de consumo exagerados. Colossais fraudes. Nem os portugueses merecem castigo, nem a austeridade é inevitável. Quem viveu muito acima das suas possibilidades nas últimas décadas foi a classe política e os muitos que se alimentaram da enorme manjedoura que é o orçamento do estado. A administração central e local enxameou-se de milhares de `boys`, criaram-se institutos inúteis, fundações fraudulentas e empresas municipais fantasma. A este regabofe juntou-se uma epidemia fatal que é a corrupção. Os exemplos sucederam-se. A Expo 98 transformou uma zona degradada numa nova cidade, gerou mais-valias urbanísticas milionárias, mas no final deu prejuízo. Foi ainda o Euro 2004, e a compra dos submarinos, com pagamento de luvas e corrupção provada, mas só na Alemanha.   A que se juntam os casos de Duarte Lima, do BPN e do BPP, as parcerias público-privadas 16 e mais um rol interminável de crimes que depauperaram o erário público. Todos estes negócios e privilégios concedidos a um polvo que, com os seus tentáculos, se alimenta do dinheiro do povo têm responsáveis conhecidos. E têm como consequência os sacrifícios por que hoje passamos.
Enquanto isto, os portugueses têm vivido muito abaixo do nível médio do europeu, não acima das suas possibilidades. Não devemos pois, enquanto povo, ter remorsos pelo estado das contas públicas. Devemos antes exigir a eliminação dos privilégios que nos arruínam. Há que renegociar as parcerias público--privadas, rever os juros da dívida pública, extinguir organismos... Restaure-se um mínimo de seriedade e poupar-se-ão milhões. Sem penalizar os cidadãos.

Não é, assim, culpando e castigando o povo pelos erros da sua classe política que se resolve a crise. Resolve-se combatendo as suas causas, o regabofe e a corrupção. Esta sim, é a única alternativa séria à austeridade a que nos querem condenar e ao assalto fiscal que se anuncia, ao acto consumado do roubo das reformas e pensões, ao empobrecimento de um Pais, digno de merecer o respeito e que tem sido completamente destruído por uma “cambada” de energumes, “formados em ciências ocultas”, que se sabe serem fraco com os fortes e forte com os fracos , tal como as constantes promessas falhadas, o uso da mentira e da falsidade,  que afectam seriamente a credibilidade destes governantes que pelos crimes cometidos deviam ser julgados, e não apenas politicamente em eleições.

quinta-feira, abril 24, 2014

Os 40 anos do 25 de Abril de 1974

OS 40 ANOS DO 25 DE ABRIL DE 1974

Há que lembrar que "quem fez o 25 de Abril foram exclusivamente os militares". "Não foram os civis, nem os partidos políticos", os militares, que revelaram "uma enorme tolerância". "Não quiseram o poder político, pelo contrário, abriram a porta aos partidos políticos. Revelaram um desinteresse extraordinário." (Mário Soares)
 Portugal mudou muito com o 25 de Abril, mas não mudou, nessa essência herdada de “décadas de ditadura medieval”, porque, afinal, razão tem Eduardo Lourenço – “a nossa democracia é ainda ao cabo de 40 anos um espécie de regime sem nome”, acrescentando que a revolução de Abril restitui-nos o gozo de “uma cidadania adulta”, onde “só o seu momento inaugural permanece vivo” – “uma memória viva” e “realmente memorável”.
Este golpe militar assumiu uma repercussão internacional pela forma não violenta como foram conduzidas as operações militares e pela influência internacional que teve no “dominó político” que pôs fim a alguns autoritarismos no mundo, a saber na Grécia, em Espanha, na Rodésia e na África do Sul.
Consolidar a democracia e aderir à Comunidade Europeia foram dois actos coerentes, e até necessários. Já a adesão -  ainda por cima sem consulta popular -  ao tratado de Maastricht (1992), que criou o caminho para a União Económica e Monetária, e para o Euro, foi um erro
“Portugal está condenado a sentar-se de sapatos rotos e casaco remendado na mesa dos mais ricos do mundo”- palavras de Gabriel Garcia Márquez citadas,   numa noticia do jornal «Público», recordando três reportagens do escritor sobre Portugal, num tempo em que ainda mal começava a nascer a ideia de adesão à União Europeia.
O escritor, nessas suas reportagens, também definiu Lisboa, como sendo “a maior aldeia do mundo” que, registou “nos restaurantes caros” os “mariscos são exibidos como jóias nas montras, os burgueses em retrocesso desancam verbalmente os comunistas”, e “nos restaurantes populares, os empregados perguntam se devem receber gorjeta”.
Um país que salientava Gabriel Garcia Márquez nascia para um tempo depois de “décadas de ditadura medieval”.
Leio estas palavras e penso no meu país, hoje, de facto sentado à mesa dos ricos “de sapatos rotos e casaco remendado”, onde os efeitos de “décadas de ditadura medieval” continuam a marcar as vivências do nosso quotidiano.
Estou mergulhado nestes pensamentos e dou comigo a ler, Viriato Soromenho Marques, que nos fala na necessidade de “refundar abril” e “cortar o novo nó górdio”, afinal esse, que Gabriel Garcia Marquez, antecipou e visionou nas suas reportagens, de estarmos de sapatos rotos e casaco remendado” à mesa dos ricos, essa mesa que bem sublinha Viriato Soromenho Marques, continua a ignorar que – “o federalismo tem que começar pela política e não pela moeda”.
“O que temos hoje é um mercado comum e uma moeda única que funcionam como máquinas de terror económico e social sobre milhões de mulheres e homens desprovidos de poder efectivo” – escreve Viriato Soromenho Marques, na sua crónica no JL, acrescentando que – Portugal deixou de ser um império colonial para se transformar numa colónia da burocracia de Bruxelas, ao serviço do capital financeiro, e da hegemonia defensiva de Berlim”.
“A divida é hoje a camisa-de-forças que esmaga os povos, destrói os estados, e aterroriza os cidadãos. E a procissão vai no adro.” – salienta Viriato Soromenho Marques.
Conclui no seu artigo – “ou fazemos um federalismo europeu para cidadãos europeus iguais. Ou, então, teremos de reclamar a soberania que nos foi usurpada”. O tal nó górdio a cortar.
O problema, esse é o problema real, é que, por muito que nos custe, este nó górdio é o nosso sistema – todos sabem isso.
Tenho muitas dúvidas, mesmo
muitas dúvidas, que este sistema pretenda deixar de ser aquilo que é, espelho desta nossa realidade herdada de “décadas de ditadura medieval”, que emerge quotidianamente nas vivências das cidades “aldeias” com ar cosmopolita, com uma cultura enraizada nesse «modus vivendi» da nossa «cultura politica», que bem traduziu Gabriel Garcia Marquez, gere a sua acção para que possa continuar, serenamente, a – “sentar-se de sapatos rotos e casaco remendado na mesa dos mais ricos do mundo”.
 É, por isso, só por isso, penso eu, que é na mudança dessa nossa raíz de “cultura politica” herdada de “décadas de ditadura medieval”, que reside a possibilidade de mudança, o que será muito difícil, mesmo muito difícil – basta recuar aos textos de Eça de Queirós e percebemos – porque a nossa realidade politica, afinal, ficou bem expressa, na premonição de Gabriel Garcia Marquez, quando visitou Portugal é de um país que – “está condenado a sentar-se de sapatos rotos e casaco remendado na mesa dos mais ricos do mundo”.

Pode ser que futuras gerações, um dia, revisitem aquele momento mítico do dia 25 de Abril e acreditem que Portugal pode ser um pais soberano e livre. Pode ser...   é preciso dar continuidade e rasgar caminhos para construir o novo ciclo aberto com o 25 de Abril, aqui, nesta “ocidental praia lusitana”!