domingo, maio 14, 2023

“Faça o que pode, com o que tem, onde estiver.” (Theodore Roosevelt)

“Faça o que pode, com o que tem, onde estiver.” (Theodore Roosevelt) Vamos explicar outra vez! Tantas vezes quantas as necessárias. Talvez aí, finalmente, percebam do que estamos a falar. Uma das coisas que nestes tempos que passamos, mais me espanta neste nosso País nem são aqueles que têm, ou fingem ter, falta de memória: são aqueles que descaradamente apostam na falta de memória dos outros. Esquecer é um erro, apagar a memória é um erro ainda maior. Como disse Augusto Cury: “Querem fazer da nossa memória um depósito de informações inúteis.“ Todos nós temos, ou devemos ter a noção disso, que a nossa imprensa, escrita e falada, sacrifica o “rigor e a transparência” da informação em favor do que “apenas julgam mais mediático” – as chamadas “verdades alternativas” – mentiras e falsidades sobre tudo e sobre todos, fazendo-se esquecidos do dever de informar e não o desinformar, da sua estrita obrigação moral e ética de se informar, de averiguar, de estudar a matéria e não dizer coisas erradas e sem qualquer sentido ético. Como disse José Saramago:” Somos nós que temos de nos salvar, e isso só é possível com uma postura de cidadania ética, ainda que isto possa soar antigo e anacrónico.” Nestes tempos de hoje somos “invadidos” constantemente pelos apregoados "valores" de liberdade e democracia que estão totalmente inquinados pela ganância, cupidez, inveja, oportunismo, mentiras e mau carácter que andam perfeitamente à solta nas nossas sociedades, na realidade contam-se pelos dedos de uma mão os que não se sujeitam ao miserabilismo da mentira e falsidade que no geral, campeiam na nossa sociedade. Mas vou exemplificar, temos assistido com alguma regularidade quer na imprensa escrita e redes sociais quer falada, e como quem não quer a coisa, a referência a um pretenso “golpe de 2021, que provocou eleições para a maioria absoluta” e que, segundo esses “políticos travestidos de comentadores”, terá sido promovido pelo primeiro ministro Dr. António Costa, ajudado pelo presidente Marcelo . É preciso ter lata! O “golpe de 2021”, para quem ainda se lembra, foi a aliança entre o BE (certamente incentivado pelo Dr. Louçã) , o PCP e a direita para chumbarem um banal Orçamento e paralisarem o país durante cinco meses, interrompendo um processo de recuperação económica no pós-covid. O desfecho foi a redução do BE a um terço da sua força parlamentar, o reforço substancial do Chega, o desaparecimento do CDS e a maioria absoluta do PS. Que o Dr.Louçã não tenha aprendido a lição de 2008, quando fez a mesma coisa com o PEC IV, juntando-se à direita para derrubar um Governo do PS e trazer a troika e o Governo Passos Coelho/Portas, é com ele. Mas que tente passar a responsabilidade para cima de quem quis assim atingir, contando com o esquecimento colectivo para reescrever a história, é verdadeiramente assombroso. Quero aqui expressar que também que reconheço que ultimamente, que na governação do país , e no meu entender o governo e o partido socialista puseram-se a jeito, mas entre dar uma nova prova de vida a este executivo ou regressar aos tempos sombrios de “um clone de Passos Coelho” e dos interesses que representa, eu prefiro a primeira opção. Há muito tempo que sustento em vão esta discussão, mas como “a falta de memória”, longe de cessar, é verdadeiramente infinita, como dizia Einstein, só nos resta repetir:” Quando aceitamos nossos limites, conseguimos ir além deles”. Infelizmente, a minha idade, conformismo e alguma preguiça já não me permitem uma revolta mais participativa... mas, pelo menos, vou continuar a escrever o que me vai na alma. “Considerar a nossa maior angústia como um incidente sem importância, não só na vida do universo mas da nossa mesma alma, é o princípio da sabedoria.”(Fernando Pessoa)