quinta-feira, fevereiro 23, 2017

A VERDADE É COMO O AZEITE. “VÊM SEMPRE AO DE CIMA”

Pode-se muito legitimamente não gostar, nem concordar com determinadas opiniões. E eu não gosto da “tendência” actual e “maioritária” forma de “fazer noticia”, quem mais não é que uma tentativa de “criação de factos”, com objectivos de defesa de interesses privados em detrimento do interesse publico. Não temos duvidas que neste caso concreto do que se “designou chamar” – de inquérito parlamentar à CGD – mais não é que uma tentativa desesperada de determinados agentes políticos, maioritariamente do PSD e do CDS que procuram “ensarilhar” o sistema politico de modo a privatizar a Caixa Geral de Depósitos, prosseguindo o propósito enunciado pelo desgoverno de má memória de Passos Coelho.
Neste caso concreto está também, bem claro que o  PSD e o CDS-PP procuram explorar o nicho da devassidão da vida privada dos cidadãos, e isso é inconstitucional e por isso ilegal e para criar um facto político, violando a Constituição e a lei, que não permite o acesso a comunicações pessoais. a violação do segredo da correspondência ou das comunicações constitui inadmissível ataque ao direito à reserva da vida, estabelecendo-se no nº 4 do artigo 34° da CRP a sua inviolabilidade.
Todavia no meu exercício de cidadania não desvio as atenções para questões colaterais que acabam por constituir “faits divers”. E isso nunca faço, já que “A verdade é como o azeite: Vem sempre ao de cima”.
Os critérios editoriais (a hierarquia da informação e a abordagem aos factos) podem e dever ser questionados: Porque é que os mesmos jornais e tvs que ignoraram olimpicamente os números oficiais do défice e do crescimento económico ocupam agora a agenda com aquilo que, mais ou menos grave, se pode definir como uma trica, chicana, futilidade própria da revista numa “promoção acelerada” de “políticos” que queremos esquecer?
Temos que notar que há uma selva no panorama da imprensa no nosso Pais, que descobrimos diariamente num contorno da ausência de quaisquer valores e onde “vale tudo”, mas, não nos podemos admirar pois há muito que se instalou uma deriva de direita no mundo da informação. Estes dias têm sido particularmente vivos na exemplificação da inquinação reinante e no desaparecimento dos traços identificadores da qualidade da opinião, assente num carácter plural que garantia uma clara expressão democrática, de que a informação é causa e efeito.
Perfilho um sistema de valores que incluem a profunda convicção que o exercício da cidadania e em particular o direito de opinião, devem ter uma dimensão ética. Creio firmemente que os meios não justificam os fins, já que os meios utilizados podem pôr em causa valores universais que devem constituir a nossa matriz identitária e o nosso “corpus” doutrinário. À semelhança de José Saramago “Aprendi a não tentar convencer ninguém. O trabalho de convencer é uma falta de respeito, é uma tentativa de colonização do outro.”.
Pessoalmente, recuso-me a ser um iluminado, daqueles que tudo fazem para convencer os outros, ainda que o adagiário nos advirta que “O excesso de luz produz a cegueira”. A partir daí “Sonhava o cego que via” e o que é trágico é que “O pior cego é o que não quer ver”. O iluminado enquanto cego está fortemente condicionado, já que “Um cego não pode ser juiz em cores”, além de que “Um cego não pode ser guia de outro cego”, pois “Se o cego guia o cego, correm ambos o risco de cair”.

sexta-feira, fevereiro 10, 2017

Outra vez, mais do mesmo? “Cegam” de só ver pensionistas!

 Outra vez, mais do mesmo? “Cegam” de só ver pensionistas!
Num relatório hoje publicado sobre a economia portuguesa, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) refere que as reformas de pensões em Portugal foram feitas à custa dos jovens e dos futuros reformados e que os pensionistas actuais, em particular no sector público, têm benefícios "significativamente mais generosos".
 É por todas estas “coisas” que já não sabemos se a opção de escolha será a “era da pós-verdade” se a de “factos alternativos”?
Para esta dita organização internacional, ao que sabemos sofre influência directa de “neoliberais” que de ex-ministros “falhados” foram ocupar “tachos” bem remunerados, os factos não importam, a veracidade das informações também não, o que interessa são as emoções que a divulgação destes “pseudo-relatórios”, ou supostos “estudos estatísticos” provocam. Começa a ser muito difícil, em tempos da pós-verdade, distinguir as verdadeiras mentiras de factos falsos, dado que há muito se instalou uma deriva da “direita neoliberal”, nesta selva no panorama da imprensa que os que ainda lêem os jornais descobrem todos os dias. 
É sempre a treta do costume. Pressão, chantagem sobre quem tem um pouco de melhores condições de vida e trabalhou e descontou para tal. O objectivo não é a defesa dos mais jovens, mas sim criar condições para reduzir os salários, as pensões de reforma, aumentar a precariedade laboral. Os ganhos, ou melhor os roubos da banca, dos banqueiros, todas as fraudes cometidas e ainda o planeamento fiscal que com a ajuda dos offshore roubam aos estados milhões e milhões de euros, quando o que  importava era que fossem divulgados, com urgência, as imparidades (uma nova forma de dizer as dividas) (as existentes, seus montantes, a identidade dos respectivos devedores, bem como os responsáveis   pela concessão desses créditos mal parados,  nomeadamente os milhões que “desapareceram “ na CGD e no BES. Mas, parece que  tudo isto é uma insignificância para a OCDE e quejandos. Grave, grave são as reformas e pensões o salário mínimo nacional ser de 557 euros!  
É ver as previsões da OCDE e de outros organismos internacionais para 2016 e ver a credibilidade das mesmas. Falharam em tudo e a direita neoliberal em Portugal agarra-se a isto para fazer futurologia e conta com o apoio da imprensa através dos seus  comentadores e em entrevistas sucessivas, onde “truncam” e “manipulam” dados e impõem os “chamados factos alternativos”, quando deviam realçar que os dados estatísticos obtidos foram melhores que as previsões, porque  o modelo de previsão e metodologias utilizadas pela OCDE é inadequado e conduziu a margens de erro graves por subestimar politicas que foram aplicadas, ou existe um enviesamento ideológico que torna impeditivo aos “actores estatísticos” aceitarem critérios adequados à realidade socio-economia portuguesa.
Talvez seja o momento de afirmar que os portugueses precisam de tudo, menos destes “diabinhos” e de outros que vivem da corrupção e das fragilidades do Estado, pois todos nós sabemos que quando se noticia um “facto” que começa a parecer-se com o que sentimos que “possa ser verdade”, torna-se muito difícil distinguir “factos “ verídicos de “factos” que não o são e, não pode ser normal assistirmos a políticos supostamente credíveis a promover mentiras (factos alternativos) apenas porque servem os seus interesses de momento, sem respeito pelo interesse publico, nem pelos cidadãos – já chega de mais do mesmo imputar as reformados e pensionistas os “desvarios” que foram cometidos para “salvar” os banqueiros e agiotas financeiros. Ao diabo que os carregue! Não há discurso possível sobre este assunto e muito menos feito por quem não honra a palavra e faz da vida pública trampolim para tudo, menos para salvar o País. Chega de embuste!

Armindo Bento (economista aposentado

quinta-feira, fevereiro 02, 2017

DONA ARITMÉTICA E OS PROBLEMAS DE MEMÓRIA

DONA ARITMÉTICA E OS PROBLEMAS DE MEMÓRIA!


“Há um proverbio grego que diz: que mais vale tarde do que nunca! Daí não nos admirarmos de que fosse encontrada a explicação de qual era o “diabo” de que Passos falava. Na verdade, eram as armadilhas e as bombas ao retardador que ele e a senhora Maria Luís tinham deixado nas contas públicas. O que eles não sabiam era que o Dr. António Costa e o Dr Centeno tinham o curso de “desactivação de explosivos perigosos e de minas e armadilhas”.  (anónimo)

Uma das constantes e repetidas situações da maior parte dos políticos é terem sérios problemas de memória, só isso explica Passos Coelho ter-se esquecido do perdão fiscal que com Portas lançou em 2013, para não referir os desvios colossais com que iam justificando as doses suplementares de cortes salariais e “fananços” nas reformas e pensões, com que pretendiam lançar a sua desvalorização fiscal do trabalho. O senhor Passos Coelho parece ignorar que em certas matérias lhe falta autoridade moral para questionar ou criticar este ou qualquer outro governo.
Passos anda agora por aí, com apoio da imprensa, e enquanto não seguir os seus conselhos que deu aos outros para emigrarem e saírem da sua zona de conforto, continua por cá, a atentar-nos a inteligência e a sacrificar o País e os portugueses, com retórica e estratégia do quanto pior melhor! É a política da terra queimada como faz qualquer incendiário!
Mas agora compreendemos que Passos Coelho nunca perdeu a esperança num segundo resgate, o que o levaria de novo ao poder par governar sem restrições constitucionais, estava convencido de que as coisas correriam mal. Passos Coelho e a sua Dona Aritmética sabiam muito bem que tinha armadilhado as contas orçamentais de 2016 com a ajuda de Maria Luis sua “fiel professora” . Eles sabiam que 2016 poderia ser dramático, um deslize orçamental tiraria o país dos mercados e forçaria a esquerda  a deixar de apoiar o governo.
Passos Coelho ainda insiste em não perceber que já nem “o diabo” aposta nele, já estamos quase em final de Janeiro, seis meses depois da vinda do mafarrico ter sido anunciada e o líder do que resta do PSD ainda tenta demonstrar que algo correu mal em 2016, mas só ele e sua especialista em aritmética é que o conseguem perceber.
Desde que o OE de 2016 foi aprovado que o Passos mais a Dona Aritmética sofrem de um fetiche relacionado com o plano B, só se excitam enquanto oposição quando lhes vem o dito plano à cabeça.
Mas a Dona Aritmética estava enganado, a armadilha que manhosamente deixou montada não funcionou e o diabo não apareceu. Desde então Passos Coelho anda desesperado para provar que houve mesmo um plano B, daí que agora tenha um fetiche com medidas extraordinárias. Ele que só governou com medidas extraordinárias, com sucessivas renegociações secretas do memorando para acomodar a sua  “pinochetada económica”, vê agora medidas extraordinárias em tudo.
As vigarices feitas com os reembolsos do IVA e com as retenções na fonte de IRS representavam um buraco orçamental digno de ser um “desvio colossal”, daí que Passos tivesse anunciado a vinda do diabo, quando o impacto do buraco fiscal se fizesse sentir na contas, o que sucederia depois de processados todos os reembolsos. A situação seria tornada pública com a divulgação do relatório da execução orçamental de Setembro

E Passos ainda não percebeu como é que conseguiram “que as bombas não explodissem