OS FACTOS ALTERNATIVOS NA DITA “Justiça” em PORTUGAL!!
Como era a voz do
povo, em tempos idos “ a justiça come-se
com pão e chouriça” ou "a injustiça
feita a um, é uma ameaça para todos", isto a propósito da “diarreia”
na imprensa portuguesa sobre o denominada “operação marquês”, que como se
lembram é um caso judicial que há três anos envolve (além de mais de duas
dezenas de outros arguidos) o antigo primeiro-ministro José Sócrates, sendo que
há meses que o dia 17 de Março era apontado como decisivo, dado tratar-se do
prazo limite fixado para a conclusão da investigação. Ou se acusa ou se
arquiva, como disse o professor Freitas do Amaral “prender-se um antigo primeiro-ministro durante quase um ano, com vista
a recolher provas para uma acusação, e depois já passou mais três anos e tal e
não há acusação nenhuma, acho que isso é um mau exemplo da justiça portuguesa”.
Aqui, permitam-me um ponto prévio. Independentemente da maior ou
menor proximidade ideológica, da convicção pessoal de cada um em relação à
culpabilidade ou inocência de José Sócrates, não devemos deixar de lamentar o
tempo que toda esta investigação demorou. É, manifestamente, demais. Três anos sem uma acusação e com medidas de
coação e até uma prisão preventiva pelo meio é algo que não abona a favor do
nosso sistema judicial.
Entretanto, segundo
alguma imprensa José Sócrates volta esta segunda-feira a ser ouvido pela equipa
que investiga a Operação Marquês. O Ministério Público vai ter uma maratona de
interrogatórios na próxima semana, para conseguir acabar a acusação ao
processo. Contudo, ainda não é certo que o prazo imposto pela Procuradoria-Geral
da República seja cumprido!! Para além de o advogado de José Sócrates dizer que
por um lado “ não faz sentido ouvir antigo primeiro-ministro três dias antes de
ser conhecida a acusação” e por outro o Dr João Araújo esclarece ainda que José
Sócrates não foi notificado para o interrogatório de segunda-feira. A
notificação foi feita apenas para o advogado.
Esta situação
configura-se como o descrédito total do ministério publico e do “empenhado
juiz...” Estou convencido que com a acusação adiam apenas o descrédito, para os
poucos que ainda são crentes... Uma coisa é certa este caso foi um enorme
fiasco e isso determina que o seu desfecho vai ser um fiasco ainda maior...As
convicções, em direito, não fazem prova... Como é óbvio, o MP não pode afirmar peremptoriamente
nada. Apenas pode "estar convicto de", "suspeitar de", em
resumo, presumir actos ilícitos e juntar material de prova que, em Tribunal deverão
servir, aí sim, para provar alguma coisa. Ninguém a não ser o Tribunal pode
afirmar a culpa de alguém.
A justiça Portuguesa só pode ter uma saída
deste processo para que não se ressalve a pouca credibilidade que tem aos olhos
da maioria dos Portugueses. A única saída é incriminar/acusarem Sócrates, o que
já fizeram na praça pública, para que os atropelos à justiça evidenciados neste
processo pelos procuradores sejam branqueados. Quem pagou estas “imbecilidades” foram os impostos dos portugueses,
enquanto deixavam “voar por entre as mãos” milhares de milhões para a offshores!
Até hoje Nnda de
novo. Para pasmo dos ingénuos e gáudio dos cínícos, é levantado um pouco o véu
do que são a práticas frequentes no mundo dos negócios. Ao sabor da sorte e das
circunstâncias (incluindo quem está por cima na política num dado momento
crítico), uns acabam vilões enquanto outros acabam milionários e pilares da
sociedade. Um outro exemplo, onde para o
apuramento das responsáveis pelos milhares de milhões desbaratados na Caixa
Geral de Depósitos?
Duma coisa podemos ficar certos: terminada a
selectiva, como tem sido aludido, ronda justiceira (com palmas!) no essencial
nada vai mudar muito. Como dizia Tomasi di Lampedusa (Il Gatopppardo) "há sempre um momento ... em que é preciso
que tudo mude para que tudo fique na mesma".