terça-feira, junho 24, 2008

incomodam-me as pessoas que não dão a cara !

Estar calado é fácil - basta estar calado. E é tão fácil como anti-democrático: não se expõem ideias, não se é sujeito a escrutínio, ninguém pode dizer se concorda ou discorda, porque ninguém sabe do que substantivamente discordar ou concordar. A gestão do silêncio parte do princípio de que as pessoas não passa de uma "manada de ignorantes" que só vive de imagens e de "carisma". O povo pode ser inculto; mas não é burro.”

População de Neves condena construção de cadeião para 800 presos

As críticas ao projeto do governo do Estado foram feitas esta quinta-feira (2/12/04), na audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, destinada a debater a instalação do chamado "cadeião" e os impactos para a população local.
O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo, que requereu a audiência, condenou o projeto da Secretaria de Estado de Defesa Social, que prevê, segundo ele, a construção de oito novas unidades prisionais em Ribeirão das Neves, e não apenas do "cadeião".
O parlamentar disse que a comissão não é contra a construção de prisões, e sim de cadeiões, pois "o modelo de grandes cadeias está falido". Além disso, segundo Durval, esse modelo contraria a Lei Estadual 12.936, de 1998, que estabelece diretrizes para o sistema prisional do Estado, prevendo a construção de unidades para, no máximo, 170 presos. O projeto iria também contra a Lei de Execuções Penais, a qual prevê que o condenado deve ficar preso em unidade prisional no município onde mora.
"Cidade-cadeia" - O presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Minas Gerais, Marcos Aurélio de Paula Terrinha, disse que Ribeirão das Neves, só com as cinco unidades prisionais que tem hoje, já paga um alto preço por ser considerada uma "cidade-cadeia". Estão instalados no município atualmente, duas penitenciárias, um presídio, uma cadeia pública e um hospital penitenciário, recebendo um total de 2.800 presos. De acordo com Terrinha, o projeto do governo prevê a construção, até 2005, de mais cinco penitenciárias e três presídios, para abrigar outros 2.800 presos. Ainda segundo ele, o terreno para a construção, de 4.400 metros quadrados, conta com um manancial de água que desemboca no Ribeirão da Mata. Essa nascente, segundo Terrinha, vai ser esgotada para a realização da obra. Durval acrescentou que os 5.600 presos que Neves passará a ter corresponderão a cerca de 30% da população carcerária do Estado.
Entidades marcam ato público em Neves contra cadeião
O coordenador do Núcleo de Atendimento Jurídico da PUC Minas, Fábio Alves dos Santos, lembrou que o movimento contra a construção do "cadeião" em Ribeirão das Neves começou há mais de um ano. Em dezembro de 2003, rememorou ele, as lideranças e a população da cidade fizeram um protesto em frente ao Palácio da Liberdade contra a obra. Agora, novas manifestações estão previstas, para as quais Fábio Alves conclamou os presentes a participarem de ato público no próximo dia 6: às 9 horas, na Câmara Municipal de Ribeirão das Neves, onde acontece reunião sobre o assunto; e às 16 horas, em frente ao fórum do município, quando será entregue ao promotor de Justiça da comarca uma representação contra a construção da nova cadeia. "Vamos entrar também com uma ação popular na Justiça para impedir que essa iniquidade, essa ilegalidade se perpetue em Ribeirão das Neves", anunciou ele.
Requerimentos - Como providências em relação ao caso, a Comissão de Direitos Humanos aprovou três requerimentos de autoria conjunta dos deputados presentes.
Será encaminhado ofício ao procurador geral de Justiça do Estado, solicitando providências para embargar o início da obra de construção da cadeia para 800 detentos em Neves. Outro requerimento solicita ao secretário de Estado de Meio Ambiente e à Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) cópia do Estudo de Impacto Ambiental (Eia/Rima) que teria sido elaborado para essa obra. Caso esse relatório não tenha sido feito, a comissão pede que sejam tomadas providências para embargar a construção.

O maior crime ecológico que se quer cometer! Será que nós deixamos?

Há para aí ainda quem não leu o recente relatório do WWF, que prevê a intensificação da desertificação do território nacional a partir de 2020, devido às alterações climatéricas e à destruição progressiva do montado de sobro alentejano e algarvio, tal como o que está a ser promovido na região de Alqueva; não leu as recentes notícias sobre a falta de água em Espanha, de Barcelona a ser abastecida por navios-tanque, nem tomou conhecimento dos sucessivos relatórios sobre a desertificação e a crónica falta de água da Andaluzia e da Extremadura espanhola.
Por ora será que podemos estar descansados que "não vai faltar água nem para os cidadãos nem nem para a agricultura ?
Será que ainda não perceberam que a próxima e mais grave crise mundial não vai ser a da falta de energia, mas a da falta de água. Em 2020, aliás, é provável que já se tenham reformado e por isso não podem ser responsabilizados pelas "tolices" que para aí querem fazer .
Ai, esta terra ainda vai cumprir o seu destino fatal: ainda vai tornar-se numa região insustentável.