sábado, janeiro 07, 2017

PARA QUE NÃO HAJA EQUÍVOCOS!

PARA QUE NÃO HAJA EQUÍVOCOS!

O meu corpo não se adapta a nenhum colchão, nem o meu espírito a nenhum sono” (Miguel Torga, Diário XI) “Não é bem a vida que faz falta – só aquilo que a faz viver” (Vergílio Ferreira, “Para sempre”).
Não será nenhuma novidade a afirmação de que “ as pessoas muitas vezes se precipitam a formar opiniões”. Já todos formámos opiniões apressadas e fomos demasiado lentos a mudar de opinião, é por isso, que a sabedoria popular nos ensina que precisamos de saber ir mais devagar e pensar sempre um pouco mais, antes de se extrair qualquer conclusão!
Isto tudo vem a propósito de que ao iniciar 2017, quero deixar bem claro que, sendo verdade que já “estive vida politica” e também já tive uma “agenda”, mas deixei de estar e a ela não vou voltar. Hoje em dia não tenho qualquer intervenção politica e sobretudo, não tendo “agenda”, nem clara, nem oculta. Participo nas chamadas redes sociais, facebook, twitter, e de tempos a tempos com alguns “escritos” num jornal local e num blogue,  como forma de contextualizar, emitir opinião e exercer o meu direito de cidadania, com sentido de responsabilidade e de respeito pela a opinião de terceiros, com a plena consciência que quando não sabemos ouvir os outros, não podemos esperar que nos oiçam.
Há aqueles que pensam, na generalidade os políticos, que o passar do tempo é uma “ponte” de amnésia, que tudo faz esquecer e tudo torna relativo, sem importância, dentro do velho principio que o que esquecemos não existe, em contraponto lembro-me sempre daquele velho lema: perdoar sim, esquecer nunca!
Parece-me que me posso considerar um “leitor” assíduo da mais diversa produção da “chamada informação” disponível nos mais diversos meios, seja ela escrita, televisiva, radiofónica ou nas redes sociais, por isso parece-me que conheço as  chamadas “regras do jogo”, pelo menos as mais básicas – como se manipula a noticia, como se fabrica a mentira, agora diz-se “pós-verdade”, como se inventam casos, como se silencia um escândalo, como se projecta este ou aquele politico, como se faz um “frete” a este ou aquele amigo de certo e determinado grupo de pressão.
Todos devíamos saber, muito poucos sabem, que hoje “fazer informação” livre e isenta fica muito caro. E, sejamos sérios a quem interessa a verdade? Já Oscar Wilde, com o seu sarcasmo imbatível bem nos avisava: “ se disseres a verdade, vais ver que, mais tarde ou mais cedo, vais ser descoberto!” É, por isso que acredito que criamos as nossas próprias circunstâncias através das escolhas que fazemos na nossa vida, sendo que, também há quem diga que se soubéssemos tudo sobre o presente, poderíamos prever tudo sobre o futuro, ou parafraseando um celebre juiz do Supremo Tribunal dos Estados Unidos (Learned Hand) “o espírito da liberdade é essencialmente o espírito que não tem muita certeza de que está certo.”

 Armindo Bento (economista aposentado)

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