"Fácil é sonhar todas as noites. Difícil é
lutar por um sonho." (Carlos Drummond de
Andrade)
O que há de belo em naquilo que
nos rodeia? Esta
é talvez uma óptima pergunta que nós podemos fazer a nós mesmos, nos momentos
de tédio ou até de nervosismo e quando nos encontramos desiludidos com tudo o
que nos rodeia. Quando estamos, ou somos obrigados a estar numa qualquer fila,
ou “bicha” para ser uma palavra mais portuguesa, quer seja nos serviços de
saúde, num banco ou á espera de transporte, ou até á espera de qualquer reunião
de trabalho e que lhe está a causar uma certa ansiedade, pergunte a si mesmo ou
tente ver, o que há de belo em seu redor. Tente fazer desta pergunta até um
jogo. Vai chegar a uma conclusão de que há por aí tanta beleza nas coisas feita
pelos seres humanos, ou até mesmo nas suas próprias reflexões. A beleza está em
toda parte! Como disse Albert Einstein “O importante é não parar de
questionar. A curiosidade tem sua própria razão de existência. Não se pode
deixar de ficar admirado quando contempla os mistérios da eternidade, da vida,
da maravilhosa estrutura da realidade. Basta que se busque compreender um pouco
desse mistério a cada dia. Nunca perca a curiosidade… Não pare de se maravilhar
!”
Por vezes devíamos e ter a percepção de que uma influência discreta é útil em casos em que não
é possível ou não é adequado dizer abertamente a alguém aquilo que se pensa.
Todos nós conhecemos pessoas com quem não é fácil falar... ou porque são
teimosas ou porque são conflituosas... ou simplesmente porque estão tão
envolvidas na defesa de uma causa ou ideia que têm dificuldade em mudar de
opinião em relação a esse assunto. Nós, portugueses, não somos educados para
aquilo que algumas pessoas chamam “dar o braço a torcer”. Só a ideia, só pensar
nisso, dar o braço a torcer... faz impressão. Há pessoas que dizem com
orgulho... eu não dei o braço a torcer... ou seja, eu não admiti que errei, que
estava enganado. Mas não tem mal nenhum enganarmo-nos... ou até pensarmos de
uma maneira e depois ouvirmos outra coisa, outra ideia... e mudarmos de
opinião. É sempre muito bom relembrar uma frase de Bento Jesus Caraça: “Se
não receio o erro, é porque estou sempre disposto a corrigi-lo”, que nos
deveria acompanhar sempre em todos os nossos passos diários. É até positivo
sermos capazes de pensar melhor e mudar de ideias. Mas nos casos em que as
pessoas não conseguem admitir essa mudança, a influência discreta pode ser
adequada. Quando é que deve usar a influência discreta? Deve usar nos casos em
que o está em causa é uma mudança de opinião ou de atitude, ou em situações em
que é útil criar ou manter essa empatia, ou seja, investir na relações com os
outros. Aprendemos com Nicolau
Maquiavel nas suas Histórias
Florentinas, escritas à uns tantos séculos atrás, que “ “poucos vêem o que
somos, mas todos vêem o que aparentamos.” Ou “onde há uma vontade
forte, não pode haver grandes dificuldades.” E para finalizar “ que tem
começo também tem um fim”.
Na realidade todos, com mais ou menos amplitude
tememos a mudança porque nos sentimos
inseguros, por não sabermos o que vem a seguir ao passo da escolha de mudar.
Tememos a forma como nos vamos sentir depois de mudarmos a direcção e o sentido
da vida. Tememos aquilo que vamos encontrar. Afinal o que será? Na realidade
não sabemos, nem ninguém nunca saberá. Tememos o “como vai ser”, respiramos de
forma acelerada só de pensar “e se correr mal?” Tememos aquilo que
desconhecemos e é isso que nos faz muitas vezes estar onde não queremos estar,
com quem não queremos estar, ou a fazer o que não gostamos de fazer. Tememos o
que não vemos, como se do sitio onde estamos conseguíssemos ver para além do
que vive na nossa imaginação. Tememos o que imaginamos não na nossa realidade,
nem a que poderá vir a ser vivida. Tememos todas as hipóteses catastróficas e
irreais que vão surgindo na nossa cabeça como se de um filme se tratasse. Mas
esquecemos de colocar a tónica na vida que queremos e não naquela que tememos.
Porque temê-la se a desejamos? E se a desejamos é porque não estamos bem onde
estamos, porque ninguém deseja uma coisa que não quer. Se assim é, aceitemos o
medo como indicador de queremos sempre o melhor para nós, incluindo a segurança
interior, e abracemos a mudança que queremos. Se a queremos é porque esse é o
melhor caminho para nós. “Há, em suma, que dar ao homem uma visão optimista
de si próprio; o homem desiludido e pessimista é um ser inerte sujeito a todas
as renúncias, a todas as derrotas - e derrotas só existem aquelas que se
aceitam.” (Frase
do matemático português Bento de Jesus Caraça)
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