sexta-feira, maio 03, 2019

Os cães vivem muito pouco, para o amor que lhes ganhamos “ (José saramago)


Os cães vivem muito pouco, para o amor que lhes ganhamos “ (José saramago)

Olhar esse animal que nos olha do outro lado do espelho do mundo mas todavia próximo de nós, significa pensar o que significa viver, falar, morrer, ser, ser feliz, estar no mundo e com o mundo. O animal que nos olha olhando-nos no desamparo da nossa solidão e nudez, para lá do bem e do mal, bem pode ser este cão de José Saramago. Deixou-nos com um pensamento basilar: “Há uma coisa em que as vitórias e as derrotas se parecem: É que, nem umas nem outras são definitivas”( José Saramago ).
Quantas vezes já ouvimos um dono a falar do seu cão, do cão da família, do seu cão que pensa que é um membro da família, tudo muito simples e até  engraçado, sem sabermos explicar o porquê? Não é que tal explicação tenha qualquer interesse, a realidade é que um dos benefícios inesperados de ter um cão é a forma como eles afectam a nossa vida, o nosso modo de sentir e  viver a vida, pondo uma certa beleza no mundo, como imortais na vivência pessoal dos que sabem ver e também sentir.
Como deixou escrito Cora Coralina : “Embora não possamos acrescentar dias à nossa vida, podemos acrescentar vida aos nossos dias.”
Como é agradável ao sentir aqueles benefícios mais fantásticos dos  cães que é a sua extraordinária capacidade de nos fazerem sentir calmos, o que tem um efeito brilhante na nossa saúde. Acariciar o nosso animal de estimação por apenas alguns minutos pode fazer o nosso cérebro libertar substâncias químicas que nos fazem sentir bem e, em alguns casos, até reduzir a nossa pressão arterial .
Tudo isto é óptimo para a nossa saúde em geral. A nossa pressão arterial tem um grande efeito no nosso bem-estar. Por isso, da próxima vez que sentir algum “stresse,” ou simplesmente precisar de parar, dedique algum tempo a mimar o seu animal de companhia. Ambos beneficiarão disso! Como disse  Milan Kundera “Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde, é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz.
Como muito bem sabemos o nosso  cão vai faz-nos sair de casa e experimentar coisas que nunca tínhamos considerado, nomeadamente o aumento de forma significativa da nossa actividade física regular, sem que se apercebamos disso, mas para além disto o que torna o nosso  passeio diário do nosso cão muito mais interessante, é conhecer novas pessoas .
É pouco provável que na nossa azáfama diária possamos parar para falar com um estranho que se cruza connosco na rua, mas ao contrário todos sabemos que tal não acontece quando passeamos o nosso cão e como é fácil falar com outras pessoas, enquanto o nosso cão  procura  fazer novos amigos. Na verdade temos algo em comum: os nossos cães são sociáveis e amigáveis. “Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas”. (Cora Coralina)
Por vezes não temos motivação para  fazer uma caminhada sozinhos, mas quando sabemos que o nosso cão precisa de fazer exercício, não pensamos duas vezes. Todos os passeios nos parques e aventuras no campo ou  praia são momentos extra de exercício físico. Um dos maiores benefícios de ter um cão é a forma como eles nos encorajam a ser mais activos, o que suporta tanto a nossa saúde como a deles.
É quase impossível sentir-se sozinho ao lado do seu cão e por uma boa razão. A maioria dos cães é muito sociável e adora ter companhia, seja canina ou humana. Quando o seu cão o recebe cheio de alegria, quando chega a casa, ou lhe mostra que quer dar o seu passeio preferido, sabe que terá sempre um amigo ao seu lado.
 Parece que os nossos cães estão sempre prontos para nos animar e nós também queremos que eles sejam o mais felizes possível. As relações maravilhosas que temos com os nossos cães são um testemunho das suas personalidade, lealdades e felicidade. Eles são de facto os melhores companheiros do mundo!
 Aqui fica um poema de Manuel Alegre para o seu cão Kurika: “Como nós eras altivo/fiel mas como nós desobediente./Gostavas de estar connosco a sós/mas não cativo/e sempre presente-ausente/como nós. Cão que não querias ser cão/e não lambias a mão/e não respondias à voz./Cão como nós.”
“ São precisamente as perguntas para as quais não há resposta, que marcam os limites das possibilidades humanas e que traçam as fronteiras de nossa existência. (A alma e o corpo, de A insustentável leveza do Ser-Milan Kundera)

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