“Cuidado por onde andas, que é sobre os meus
sonhos que caminhas.” (Carlos Drummond de Andrade)
“Nós
vemos a palha nos olhos dos outros e não a viga no próprio.” (Fernando Pessoa)
A gente
tem todos os motivos, na nossa vida, para optar por algo que se nos apresenta e
parece maravilhoso. Nós trocamos ideias e percebemos daí diversas vantagens. E,
muitas vezes, são argumentos consistentes e que fazem total sentido, porém, não
o sentido das nossas expectativas e como diz o povo “do nosso coração.”
Há uma frase atribuída a Francis Bacon que
exprime claramente este pensamento. “Não há comparação entre o que se perde
por fracassar e o que se perde por não tentar.” Julgamos que agimos de modo
racional, de acordo com os padrões da sociedade, mas na realidade estamos a ”enganar-nos”
e escolhemos aquilo que nos padrões da sociedade, pensamos poder ser melhor,
mas que para nossa alma não o será. Então, a gente opta pelo emprego que paga
mais, mas nos faz menos feliz. Pelos amigos que nos proporcionam mais, mas nos
fazem menos bem. Vivemos na cidade que nos basta e não na dos nossos sonhos.
Seguimos os valores impostos pela sociedade e não os nossos próprios e
genuínos, entrando numa vida de ilusão
onde a gente finge que é feliz para os outros, mas, definitivamente, não nos
sentimos como tal. “As pessoas preferem acreditar naquilo que elas preferem
que se seja verdade, esquecendo-se que a
verdade surge mais facilmente do erro do que da confusão.”( Francis
Bacon)
Devemos sempre ter a noção de que quando, na
vida, uma porta se fecha para nós, há sempre outra que se nos abre. Em geral,
porém, olhamos com tanto pesar e ressentimento para a porta fechada, que não
nos apercebemos de que outra se abriu. Não devemos ter qualquer receio de
cometer erros durante a concretização dos nossos objectivos, pois os erros e
aprendizagem fazem parte do processo de construção da nossa vida. Como disse
Francis Bacon “O homem deve criar as oportunidades e não somente encontrá-las.”
Em grande parte da nossa vida mantemo-nos reféns
,de parte do que entendemos ser os
nossos erros e sem o querermos
não olhamos para os muitos desafios que
pairam sobre nossas cabeças. A vida está cheia de desafios que, se aproveitados
de forma criativa, transformam-se em oportunidades. Já Fernando Pessoa
dizia que os seres humanos vivem girando
em torno do nada. Não temos ideia de qual é o nosso propósito, muito menos de
como vamos alcançá-lo. Iludimos os outros, que por sua vez estão nas mesmas
condições que nós. Para o poeta, este é o jogo da vida. Por tudo isso, não
devemos depreciar o que fazemos, por menores que os actos possam parecer. "Para
realizar grandes coisas, não devemos apenas agir, mas também sonhar; não apenas
planear, mas também acreditar”. (Anatole France.)
O que mais parece insignificante no início
pode-nos dar grandes conhecimentos e ensinamentos, assim como abrir portas. Os
pequenos passos são os mais importantes: tanto os curtos quanto o longos, altos
ou baixos; com eles estão aqueles que caminham nas trilhas que escolhemos. Fernando
Pessoa abre uma óptima porta para que possamos ter uma nova perspectiva do
mundo que nos rodeia. Porque cada vez que vemos algo por fora, cada vez que
julgamos ou cada vez que criticamos aquilo que vemos, há uma parte de nós. Não
podemos julgar alguém que critica, pois assim pareceremos o acusado. É como
este provérbio: “Quando cria um objectivo, vá até ao fim!” E no dizer de
Fernando Pessoa: “Descobri
que a leitura é uma espécie de sonho escravizador, se devo sonhar porque não
sonhar os meus próprios sonhos.”
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