domingo, abril 05, 2020

“Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”(Sêneca)


“Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir.”(Sêneca)

Carpe Diem. Aproveite o dia, viva o agora, esqueça o que passou e o que irá passar. A vida é agora!”

Estes tempos que não são os nossos fazem-nos mais fortes. O que é realmente importante encontra uma forma de se manifestar, mesmo no meio do barulho e da confusão, assim a tenhamos a paz interior necessária para vermos o que se passa em nosso redor, porque “a nossa história demonstra que gostamos de reagir em vez de prevenir”.
A vida hoje já é suficientemente trágica, para não precisar que esta tragédia se tenha tornado um espectáculo televisivo, de completo desrespeito pela condição humana, e pelos profissionais de saúde que sobre enorme pressão e de recursos limitados, que travam uma batalha, sem saber contra quem e que diariamente tentam salvar vidas. É chocante e vergonhoso, ( quer moral quer eticamente) para aqueles que se dizem ter a “profissão de jornalistas”, mas muito mais para aqueles que se “dizem profissionais na área da saúde”, que “se esquecem” que essa profissão tem o fascínio de poder ajudar os outros, e estar na linha da frente no combate a esta pandemia, em lugar de cair na realidade e não deformar a verdadeira dimensão das coisas e de entender que a vida é bem mais do que sobreviver. Sou levado a qualificar esta gente que se comporta como “abutres”, que vive do ódio para o ódio, “apenas e só para tentar ter alguma notoriedade”. Parem de “dizer só mal”! Porque não apresentam qual era a alternativa?
Quando não se respeitam a si próprias, como podemos esperar que respeitem os outros ?
Na verdade temos que ter a percepção que esta situação, que nos é imposta na salvaguarda da nossa saúde, alterou por completo as nossas rotinas diárias. E a incerteza que existe relativamente ao tempo que levará até que a normalidade seja reposta ou o medo de contrair a infecção tem efeitos , quer o admitamos quer não, no nosso equilíbrio emocional a nível psicológico,  e por isso é admissível que “apesar de muitos de nós estarmos habituados a estar sozinhos”, podemos não lidar muito bem com este isolamento, denotando alguns sinais de stress por não poder sair de casa e manter o nosso modo de viver, sendo defensável que para  atenuar o medo, o stress, a tristeza ou a ansiedade, devemos recorrer aos meios e recursos ao nosso dispor, para contactar (conversar com os nossos familiares, e os amigos e amigas) e assim   repor esse equilíbrio, em dias de maior instabilidade emocional.
Como já alguém escreveu “existe o medo de não voltar a ver a família, o medo de perder os rendimentos das reformas e pensões e, para alguns até o receio de sair à rua”.  Estas preocupações aumentam, acrescentam, pela “incerteza de não se saber quando isto vai acabar e a  incerteza do que aí vem e o medo de ser esquecido”.
Esta é uma realidade: Mesmo depois de tudo "voltar à normalidade" nada mais será como antes. As circunstâncias tornaram-se mais duras e nós temos de endurecer também. Isso significa: sermos mais criativos, mais resistentes, resilientes e positivos. Mas temos também de ser mais práticos, agirmos mais e melhor, sermos espertos e inteligentes. Mas, com toda a  simplicidade, teremos de aproveitar mais da vida e dos nossos., porque  afinal tudo é efémero. A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades. Temos de reconhecer que estamos numa situação que, apesar de tudo, protege a saúde mental das pessoas, ao “permitir que elas possam sair para deslocações indispensáveis à sua sobrevivência, e” também atenua os factores de risco termos a certeza de que esta situação há-de terminar, apesar de não sabermos quando: “É um factor que nos traz alguma esperança. Um regresso à normalidade há-de acontecer nas próximas semanas ou meses. Isto tem que ser salientado como um factor bom. Aproveita todas as oportunidades da tua vida, pois, quando elas passam, demoram muito tempo para voltar.”(Paulo Coelho).


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