sábado, abril 01, 2017

ATÉ QUANDO VAMOS FINGIR QUE NÃO PERCEBEMOS?


De acordo com a nossa percepção das coisas, a maior parte das pessoas sabem que na política há portuguesa há muito lugar para o combate trauliteiro e lugar nenhum para a sensatez e os compromissos no interesse público da generalidade dos cidadãos.
Ainda a propósito do sucesso politico na gestão das contas publicas em 2016, não me parece estranho que Passos Coelho tenha falta de memória, é que depois de ter prometido votar no PS se este respeitasse as metas do défice, de ter apelado à direita europeia que boicotasse o governo, de ter esperado a rejeição do OE pelo Eurogrupo, de ter exigido um plano B, de ter anunciado a vinda do diabo, não consegue aceitar os resultados! Mais parece um presidente de um clube desportivo mau perdedor, a dizer que houve um penalti por assinalar!!
Este e outros mais fazem parte daquele “grupo” de políticos, que “conseguiram capturar parte do poder politico” que gostam de navegar algures entre a ilusão e a irrealidade, o malabarismo e a irresponsabilidade, a propaganda e a manipulação e as inverdades e os factos alternativos, sem qualquer profissionalismo num reino de amadorismo, formando um grupo de políticos palavrosos e inconsequentes, na imitação de uma turma de liceais imprevisíveis, incoerentes e incapazes de perceber onde estão e ondem vivem.
Na verdade o que esta “gente” não quer aceitar é que o sucesso nesta redução do défice é extremamente positiva, e por várias razões: Demonstra à saciedade que existia alternativa ao “não havia alternativa”! Que essa alternativa não passava pela simples austeridade sempre sobre os mesmos, (reformados, pensionistas e os que vivem do salário), tidos por únicos responsáveis pelo descalabro das contas públicas. Porque se demonstra que os Bancos portugueses (melhor banqueiros) e internacionais, os verdadeiros grandes responsáveis tinham, não pés de barro, mas pés de areia e movediça… Que a paz social, as reversões e a confiança geral que, por si só, impulsionam a economia, são mais importantes que quaisquer discursos macroeconómicos, sempre discutíveis e dependentes de posicionamentos ideológicos já caducos.
Também é verdade que não basta ter descido em 2016. É preciso que a trajectória continue descendente, e o Governo assim promete e tem orçamentado. Porquê? Porque só assim se fundamenta sem quaisquer hesitações e suspeitas por parte das instituições europeias a sua sustentabilidade e a certeza de um caminho correcto para afirmação política deste Governo e desta solução governativa. E quando se fala em pelotões, como se de uma prova ciclista se tratasse, é bem melhor ir à frente, do que se ter que fazer um esforço de recuperação que pode ser inútil.
Por isso, neste momento, tendo-se alcançado aquilo que nunca se alcançou, tendo-se conseguido uma afirmação perante a CE que não existia, sendo possível apresentar argumentos, em suma, creio ser salutar continuar este caminho, para mim o caminho certo. Quem não estiver de acordo que objecte e apresente outro “Não são tempos para brincar, mas brinca-se!” Até quando vamos nadar a fingir que não vemos ou não percebemos?
Armindo Bento (Economista –aposentado)



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