domingo, outubro 16, 2016

A hipocrisia da classe politica dita neoliberal

 A maior hipocrisia que um político pode revelar, é a de acabar de sair de um governo que destruiu empregos, famílias e reduziu o país à miséria, que cortou salários que roubou feriados, que nos faz estar-mos a pagar dividas dos bancos privados, e, como quem foi ali lavou a cara maquilhou-se de novo e grita porque desta vês os impostos vão ao encontros dos mais poderosos. 
Este esquecimento chama-se hipocrisia. e na minha opinião, esta hipocrisia tem origem numa clara limitação intelectual. a acção dos intervenientes da direita actual baseia-se na premissa de que o grosso da população portuguesa é desprovida de inteligência, fazem raciocínios demagógicos simplistas e contraditórios, carregados de soundbites catchys apostando no tal esquecimento e numa suposta estupidez que acham ser característica do 'povo'. ora, a minha convicção é que este modus operandi é apenas um refugio para se disfarçar um certo atrofiamento cerebral que eles mesmos têm a noção de possuir
 Foi ontem apresentado o Orçamento do Estado para 2017. À direita, as reações foram as esperadas: para Assunção Cristas do CDS, “abriu a caça ao contribuinte”; já a vice-presidente do PSD, Maria Luís Albuquerque, foi mais longe ao afirmar que o OE “reforça a injustiça social”.Em primeiro lugar, sobre o alegado “aumento de impostos”, o levantamento feito pelo Expresso na edição impressa de hoje não deixa margem para dúvidas: o governo apoiado pelas esquerdas tira com uma mão 462 milhões de euros, para dar com a outra 904 milhões – praticamente o dobro.
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Também não é difícil perceber que, do lado das medidas que retiram austeridade, o benefício é transversal. Já aquilo que a direita apelida de “austeridade à la esquerda”, como o reforço de alguns impostos sobre património de luxo, álcool, tabaco e açúcar, afecta exclusivamente os que optam por comprar moradias milionárias, ou consumir produtos cujo consumo excessivo onera o Serviço Nacional de Saúde.
Depois temos aquilo que a direita apelida, inexplicavelmente, “reforço da injustiça social”. Será que se referem ao aumento das pensões congeladas? Ao reforço da Segurança Social com o novo imposto sobre o património de luxo? À atualização do Indexante de Apoios Sociais? Ao aumento do Complemento Solidário para Idosos? À nova prestação para as pessoas com deficiência? Ao alargamento da tarifa social da água? Ao reforço do abono de Família para crianças até aos 3 anos? Aos manuais escolares gratuitos para os alunos do 1º Ciclo do Básico? …é um mistério.
Se nada disto faz qualquer sentido é porque não é suposto fazer. Face à ausência de argumentos, a oposição decide, como tem sido seu apanágio, inventar.

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