segunda-feira, maio 02, 2022

“A alma sempre tende a julgar os outros segundo o que pensa de si mesma”(Giacomo Leopardi)

“A alma sempre tende a julgar os outros segundo o que pensa de si mesma”(Giacomo Leopardi) O mundo seria muito melhor se, em vez de estarmos sempre a julgar os outros, deixássemos os outros dar também a sua opinião. Devemos respeitar o que os outros fizerem e decidirem, porque pode ser, o que acontece geralmente, é que, mais tarde ou mais cedo, acabamos por fazer o que tanto criticamos. “Antes de começar o trabalho de querer mudar o mundo, dê três voltas dentro de sua casa.“ ( Provérbio Chinês) Na realidade em muitas situações, não nos colocamos no lugar dos outros. Entendemos que a nossa visão é a única válida e isto impede-nos de ver mais além e compreender outras diferentes perspectivas. Temos que ter a capacidade para aceitar que nem sempre temos razão e que podemos estar enganados a fazer um julgamento de actos de alguém de forma errada. Sobre as razões da desordem do mundo, o nosso Padre António Vieira (1608-1697) soube definir com clareza, não só as duas categorias principais que permitiriam substituir o caos pela ordem como também a respetiva prioridade entre elas: "Abraçaram-se a justiça e a paz, e foi a justiça a primeira que concorreu para este abraço. Porque não é a justiça que depende da paz (como alguns tomam por escusa) senão a paz da justiça" (Sermão ao Enterro dos Ossos dos Enforcados) O que está a acontecer na Ucrânia é uma tragédia terrivel para a humanidade, como está a acontecer noutras partes do mundo e que se pode estender a nível europeu ou mesmo mundial. Julgo que ninguém pode pôr em causa esta afirmação mas, paradoxal e espantosamente, poucos parecem perceber (ou ousar sequer imaginar) o que isso pode significar para as suas próprias vidas. Aquilo a que actualmente se está a designar por “pensamento único” tem na realidade uma eficácia tal, pela sua constante repetição nos media, que tolda qualquer espírito mais crítico ou impede outros de apontarem “que o rei vai nu”, e citando o cardeal Richelieu “ Não há inocentes onde se quer que haja culpados”. Como temos verificado nestes tempos, as coisas simples podem tornar-se complexas, as verdades podem ser confundidas e deturpadas e a mentira assumir proporções inimagináveis. As sucessivas inverdades, vezes sem conta repetidas, não se tornam verdade Se repetirmos coisas sem nos preocuparmos com sua veracidade, estamos apenas ajudando a fazer deste um mundo onde mentiras e verdades se confundem com toda facilidade. “A política é a habilidade de prever o que vai acontecer amanhã, na semana que vem, no mês que vem e no ano que vem. E ter a habilidade de explicar depois por que nada daquilo aconteceu.” Wiston Churchill)

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