我們能夠做到最好! Wǒmen nénggòu zuò dào zuì hǎo! WE ARE ABLE TO DO OUR BEST! “É das coisas, que os sonhos são feitos.” It is about things, that dreams are made." (William Shakespeare
domingo, maio 16, 2021
“ Só as mãos que se estendem para a frente interessam.” ( Mário Dionísio- poeta português)
“ Só as mãos que se estendem para a frente interessam.”
( Mário Dionísio- poeta português)
Nestes tempos, como noutros, assistimos a uma narrativa dos acontecimentos que perturbam as nossas rotinas, e que em simultâneo percorre diversos estados emocionais, o que nos leva a sentir que temos liberdade, mas no fundo não a temos. Há uma realidade que ao olhar para as fortunas que se gastam a tentar descobrir drogas que nos ponham a dormir, sem nos dar cabo do cabaço, e depois olho para o sono solto do meu Júnior ( é o meu cão) e pergunto se não faríamos melhor em estudar o jeito que os cães têm para dormir. Quando está a dormir, o Júnior ausenta-se absolutamente do mundo e de todos os seus incómodos. Não há sol, por muito brilhante, que lhe penetre as pálpebras e todas as persianas de que elas dispõem. Tudo leva a querer que compreendeu os ensinamentos da sabedoria e, agora pode dormir o sono dos justos ! “Eu sei que o silêncio muitas vezes tira a vontade de alguém ouvir uma palavra, mas tem hora que as palavras doem mais do que o silêncio.”( Karl Marx)
Segundo dizia o filósofo Avicena, que numa sua referência ao tolos , “um sábio sabe sempre a diferença entre as coisas que estão certas e as que estão erradas. Quanto ao “tolo” não sabe disso. Então qual será a solução: bata-se nele com um chicote até que ele grite: "basta, basta: isso é errado". Pronto. Agora ele aprendeu a diferença entre o certo e o errado.” É claro que isto era noutros tempos. Ou talvez seja como disse Simone Weil :“ A alegria é a nossa evasão do tempo. O bem é aquilo que dá maior realidade aos seres e às coisas; o mal é aquilo que disso os priva.”
Mas de volta ao Júnior quando acordado não há nada que não ouça, não cheire, ou não veja. Mas quando dorme é como se estivesse morto. Só as suas patinhas , por vezes, parece-me que estão a tremer, para fazer de electrocardiograma e dissuadir-me de ir abaná-lo para ver se está vivo! Faz tudo isso muito depressa, consciente que o relógio não pára e que o tempo não espera por ninguém. Ao certo é que dorme o que precisa de dormir e está sempre bem-disposto – e até sabe quando quer ir dormir , o que vem dar ao mesmo. O que é que ele sabe que nós não sabemos? “Os cães são o nosso elo com o paraíso. Eles não conhecem a maldade, a inveja ou o descontentamento. Sentar-se com um cão ao pé de uma colina numa linda tarde é voltar ao Éden onde ficar sem fazer nada não era tédio, era paz.” (Milan Kundera)
A este propósito hoje lembrei-me do que disse Simone Weil “que o trabalho protege-nos do delírio”. Porque nos obriga a confrontarmo-nos com a nossa condição de humanos. Ao trabalhar, temos de nos confrontar com a realidade, com a natureza, com os outros. Trabalhar significa sempre, independentemente da profissão e das funções, fornecer esforço e vencer obstáculos. É assim que cada um de nós obtém o nosso sustento e satisfaz as nossas necessidades. “Menosprezar a inteligência é degradar o ser humano por inteiro. A forma contemporânea da grandeza verdadeira é baseada em uma civilização estabelecida sobre a espiritualidade do trabalho. “(Simone Weil)
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