segunda-feira, maio 29, 2017

A DESFAÇATEZ TEM LIMITES. NÃO SÃO SÓ TRETAS, SÃO INSULTOS!

 A DESFAÇATEZ TEM LIMITES. NÃO SÃO SÓ TRETAS, SÃO INSULTOS!


Como diz o povo, “ não importa quantas vezes uma mentira for demonstrada, sempre haverá uma percentagem de pessoas que acreditam que é verdade” .  Trata-se de uma das muitas versões de uma frase popular de Mark Twain, que disse que “uma mentira pode dar meia volta ao mundo enquanto a verdade ainda está a calçar os sapatos.”

Vem isto a propósito da ousadia insultuosa de Passos Coelho e os seus  comentadores de serviço que estão, no mínimo, em estado de choque, e deveriam escolher um fato negro escuro e gravata preta, pelo seu descaramento de um cinismo atroz ao tentarem
 colar-se ao sucesso do feito alcançado, pelas politicas do Governo do primeiro ministro Dr António Costa.
Assistimos de facto a uma caricatura burlesca de ver o descaramento Passos Coelho entrar nas televisões, ao meio dia em ponto, para saudar o acontecimento como se fosse ele o primeiro-Ministro em funções, e tentando assim recolher também os louros do evento. Uma desfaçatez de grande gabarito só mesmo ao nível desta personagem que teima em não sair de cena.
Ver de forma abusiva a arrogância de quem, juntamente com Vítor Gaspar e Maria Luís, Portas e restante companhia , conduziu políticas que forçaram a falência de milhares de empresas viáveis, que mandou para o desemprego 400 mil pessoas e o dobro disso para a emigração, ter a suprema lata de vir reclamar, por pretensas reformas que não fez, a paternidade do sucesso alcançado , é apostar numa amnésia colectiva dos portugueses. Se tivessem um pingo de pudor político, já se teriam há muito calado de vez ou teriam emigrado daqui —  e se no PSD ainda conseguisse manter alguma lucidez de espírito no meio do desnorte em que navegam, há muito que a teria reduzido ao silêncio esta gente.
Temos memória e não podemos esquecer que depois de, todas as previsões de desastre anunciadas e do diabo encomendado por Passos Coelho, o insucesso “matematicamente” garantido por Maria Luís Albuquerque no cumprimento dos 2,5% de défice previstos pelo actual Governo e a anunciada inevitabilidade de um orçamento rectificativo, algures a meio de 2016, tudo saiu, não apenas furado, mas ridicularizado. O défice foi de 2%, o mais baixo da democracia (com o saldo primário mais alto da zona euro); ao contrário do que aconteceu com todos os orçamentos do Governo PSD-CDS, não houve necessidade de qualquer orçamento rectificativo por desacerto entre as previsões e a execução; e, quanto ao Diabo, estamos assim, actualmente: a maior taxa de criação de emprego da zona euro e o a terceira maior taxa de crescimento do PIB na Europa. Enfim, e mais traumático do que tudo, deve ser perceber que isto aconteceu devido a uma combinação entre as medidas virtuosas que o anterior Governo anunciou e não fez (a contenção da despesa pública, que substituiu pelo “enorme aumento de impostos”) e a adopção de outras medidas que eles haviam jurado estarem erradas, como a aposta no relançamento do consumo privado, através da devolução parcial de alguns dos rendimentos mais baixos, que o anterior Governo saqueara. Ou seja: de fio a pavio, os factos e os números (que valem bem mais do que os estados de alma ou as promessas eleitorais) provaram que a política económica do  Governo de Passos e Portas estava errada e foi um desastre para o País e para a vida concreta de milhões de portugueses, que viram os seus rendimentos do trabalho, reformas e pensões surripiadas.
 Não o reconhecer, não aprender com os factos e manter o mesmo discurso, pretendendo ainda que os portugueses lhes reconheçam os méritos das melhoria da conjuntura devido a ter-se feito exactamente o oposto do que preconizavam, ou é desespero ou é má fé, de alguém que anunciou que foi muito além do previsto no memorando, fazendo de  Portugal um “banco de testes” para experiências de política económica de pretensos “ditos economistas travestidos de neoliberais”.
Convêm lembrar que tendo Passos ameaçado com o diabo e previsto as maiores catástrofes decorrentes das políticas deste governo, como pode agora vir dizer que com outras políticas também teria atingido a mesma meta? Se as políticas do governo do Dr António Costa, para Passos, sendo más, horríveis e pronunciadoras do cataclismo, conseguiram um resultado que ele aplaude agora, como pode ele querer juntar-se ao sucesso alcançado, se passou meses a criticar o programa económico que permitiu lá chegar?
Numa frase atribuída a Mark Twain este dizia que “algumas pessoas nunca cometem os mesmos erros duas vezes. Descobrem é sempre novos erros para cometer”
Somos levados a concluir que o que dói a Passos e aos seus fanáticos seguidores,  é que, com este governo, os trabalhadores, reformados e pensionistas passaram a pagar um pouco menos e a receber um pouco mais, que por direito lhes pertencia e havia sido surripiado, fanado pelo governo do senhor Passos. É triste, é muito triste que sintam tantas dores. Mas a avareza é a praia deles. E como dizem os Evangelhos, a avareza é um pecado muito, muito feio, considerada até um dos sete pecados capitais.
 É, por isso também que, a teoria presidencial sobre o “mérito” branqueia os erros cometidos pelo governo de Passos e companhia e por todos os analistas e comentadores que defendiam que não havia alternativa à austeridade que tanto sofrimento causou aos portugueses. Ora, ao contrário dos pressupostos da teoria presidencial, o sofrimento dos portugueses foi-lhes imposto pelo governo de Passos e Portas que se tivessem continuado em funções aplicariam as mesmas políticas e a mesma defesa da austeridade para a qual defendiam não haver alternativa.
Neste, como noutros casos, o mérito deve ser atribuído a quem o merece. Atribuí-lo a todos é não o atribuir a ninguém. Entre o governo do Dr António Costa e do senhor Passos Coelho ou entre as políticas do professor Mário Centeno e do Dr Vítor Gaspar e Maria Luis vai um oceano de diferenças. Anulá-las é negar a realidade, precisamente o que o Presidente pediu que não fosse feito mas que ele fez com a sua teoria do mérito.

Não é um exercício intelectualmente honesto aquele que o presidente Marcelo fez, dizer que politicas absolutamente contraditórias têm o mesmo resultado ou que se complementam é uma forma de desvalorizar o debate de ideias e impede uma avaliação do desempenho dos governos, e o presidente sabe que isso não corresponde à realidade. Qual a razão que o levou a produzir tais afirmações? Não sabemos…..! O que eu sei, citando um dito popular: “Só existe um lugar no mundo onde a palavra Sucesso vem antes da palavra Trabalho: no dicionário”.  

sábado, maio 27, 2017

SERÁ QUE O SENHOR PASSOS NÃO CONHECE A LEI DE MURPHY?

SERÁ QUE O SENHOR PASSOS NÃO CONHECE A LEI DE MURPHY?

A Comissão Europeia anunciou esta segunda-feira que irá recomendar ao Conselho Europeu a saída de Portugal do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), onde se encontrava desde 2009!

Por isso somos levados a crer que o senhor Passos, que foi corrido do poder, como iletrado que de facto é, não conhece a Lei de Murphy. Esta lei é uma velha conhecida dos economistas e para todos aqueles que não se lembram, aqui está a versão simples: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”.
Dirão alguns que este individuo não esteve sozinho no pior governo de má memória para Portugal e para os portugueses e isso é bem verdade, mas também diziam o mesmo do “botas”!
Chegados aqui convêm relembrar que a política económica do desgoverno de Passos Coelho e os seus apaniguados, assentava numa desvalorização fiscal e muitas das medidas que foram adoptadas com o argumento “de se ir além da troika” , com a justificação de que estávamos a fazer  sacrifícios por nós e não porque nos obrigassem – isto é estávamos a ser castigados “por vivermos acima das nossas possibilidades!”
Também é bom não esquecer  que nesses  tempos do governo de Passos, não faltaram economistas em busca de notoriedade que opinaram em artigos de jornais ou em declarações televisivas a favor da desvalorização e do empobrecimento notório de Portugal e dos portugueses.
Só que como agora já sabemos que o “modelo falhou”, tendo criado um ambiente de terror com ameaças sistemáticas de mais austeridade, a fuga de trabalhadores para o estrangeiro, em especial de quadros, a perda de confiança dos consumidores e investidores, conduzindo Portugal e os portugueses para a pobreza e miséria.  Mas, como em democracia o voto popular ainda decide alguma coisa, parou este processo com as eleições de Outubro de 2015 e também porque o Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade dos cortes de vencimentos e pensões.
Também é verdade e convêm relembrar que corridos do poder Passos e “camarilha” ainda tiveram a esperança de regressar, daí a sua histeria com as chamadas reversões, esta significavam o desmontar de uma desvalorização que tinha ficado a meio e que com a vinha do diabo tinha a esperança de poder continuar. A devolução de rendimentos significou muito mais do que uma política expansionista, foi acima disso o demonstrar de uma política tenebrosa de desvalorização fiscal que tinha falhado, apesar do seu autor iletrado não estar convencido. Portugal não se transformou na economia mais competitiva do mundo como prometeu Passos, transformou-se num País triste de onde os jovens fugiam e onde ninguém investia. Vir agora dizer que o sucesso económico é o resultado de uma política “nefasta que contra a sua vontade foi desmontada” só revela a falta de honestidade intelectual de um Passos Coelho que nunca teve a coragem de assumir as suas políticas e intenções, convencido de que além de piegas os portugueses são uns imbecis que ele engana com facilidade.
Mas, afinal havia alternativa  inverteu-se um ciclo na economia. E com isso a lei de Murphy parece ter-se virado para a política. Melhor dizendo,  para Passos e “seus muchachos”!
Recapitulemos o que aconteceu no último ano. E não é preciso olhar para o Europeu de Futebol, para a vitória na Eurovisão, a visita do Papa ou para a nomeação de Guterres,  o Governo de esquerda cumpriu a meta do défice, conseguiu a melhor criação de emprego de sempre e registou o melhor crescimento trimestral da última década. Olhe agora para a frente: Portugal está prestes a largar os défices excessivos. E só lhe falta, para fazer bingo, que uma agência de rating tire Portugal do lixo. Tudo isto conjugado com o super-fim-de-semana da canonização dos pastorinhos e da festiva visita do Papa a Fátima que decorreu sem qualquer incidente; do tetra-campeonato do Benfica, dando felicidade a mais de metade do País e da espectacular vitória de Salvador Sobral no Festival da Eurovisão, cantando em português de Portugal, “aquela gente”  estava  à espera de um início de semana de ressaca, de más notícias, de chuva e descida de temperaturas. Mas não.
O Produto Interno Bruto cresceu 2,8 %, o valor mais alto dos últimos dez anos o que significa que há mais riqueza para distribuir por todos, E como o turismo será a principal causa para o sucesso - É o turismo, estúpidos! - só temos razões para ficar ainda mais optimistas: vem aí o verão e o mais certo é que todos os recordes de receitas e visitas de turistas sejam batidos outra vez este ano. Já repararam há quanto tempo não se fala de crise, austeridade e desemprego?

Não há coração de fadista que aguente……e voltamos à lei de Murphy: o que puder correr mal vai mesmo correr mal, no pior momento possível. Para Passos Coelho e a “sua rapaziada” aproximam-se as autárquicas e um congresso para a reeleição. Com este clima, sem um projecto claro, positivo e alternativo, ou os astros mudam de alinhamento ou o “grande líder” arrisca-se a um eclipse total!

segunda-feira, maio 22, 2017

A IRRESPONSABILIDADE TEM UM CUSTO?

A IRRESPONSABILIDADE TEM UM CUSTO?


Como já quase todos, ou a maior parte compreendeu a generalidade dos políticos ou são destituídos de dotes de raciocínio, ou tratam os portugueses como mentecaptos, ou ambas as coisas. Quando nos tempos que passam, diariamente somos “invadidos” pelas suas afirmações, declarações e outro género de intervenções que são motivo para que fiquemos apreensivos e, para não ficarmos seriamente deprimidos ao ponto de termos que meter baixa, aconselho que desopilemos com uma sonora gargalhada.
Considero que política, como exercício público, é algo de fabuloso - sobretudo no poder local, onde se está mais perto dos problemas das pessoas. Mas como exercício formal, institucional e de poder, é duma extrema pobreza. Não consigo perceber o fascínio de tanta gente que vive obcecada pelo mundo da política. Isto até era engraçado para ir, viver e desaparecer. A política é terrena, cheia de amuos, de mesquinhez, de carneirismos, de subserviência e de medos. O medo é, aliás, a palavra essencial para definir a política.
Na verdade a classe política, não é só em Portugal, tem patamares de reputação próximos do zero. As pessoas não se sentem representadas pelos que se sentam em Parlamentos ou ocupam cargos executivos e têm nojo dos que se servem da política – uma nobre e importante profissão – para fazerem negociatas ou que dali se promovem para saltar para empresas com opíparos salários que nunca alcançariam se não se servissem da mesma.
Maus políticos, maus gestores, maus jornalistas, maus comentadores estão a levar as democracias para o seu “hara-kiri” à vista de todos. Um editorial, hoje, vale menos que um post, um comentador televisivo tem menos influência e notoriedade que alguns que escrevem com verdade nas redes sociais. Mas a culpa é de quem promove a mentira e de quem escreve ou fala uma montanha de “pós-verdades”. De quem na sua mediocridade tece uma teia de protecção aos medíocres da sua igualha que, assim, vão sobrevivendo numa sociedade que nada tem a ver com a do século XX e que clama contra as fraudes e os vendedores de banha da cobra.
Mas há um labirinto que se se sobrepõe a esse. É o labirinto de pequenas e grandes explicações e pseudoexplicações que, no essencial, visam mais iludir-nos sobre o que se está a passar do que ajudar-nos a compreender. A mentira tem-se imposto à verdade. E uma comunidade mentirosa e pouco escrupulosa, onde a opacidade se sobrepõe à transparência, é o lugar onde grassam o pior das emoções e sentimentos humanos.
A política profissional pede também uma opinião pública e publicada exigente e interventiva. É verdade que a televisão e as redes sociais mataram os intelectuais públicos um pouco por todo o mundo. Já não há Vencidos da Vida nem grémios literários para refletir e exigir. Estamos no século dos pundits. Só que em Portugal contam-se pelos dedos de uma mão os pundits. O espaço público está totalmente dominado por políticos ao serviço das agendas partidárias ou do tráfico de influências. O debate é sempre dominado por generalidades e banalidades no modelo frente-a-frente. Não há debate especializado, sério e exigente. Os partidos já nem fazem o mais elementar esforço de ter porta-vozes temáticos.
Sem produção de conhecimento e sem pundits, tudo começa e acaba nos partidos. É nesse contexto que uma classe política profissional se torna um problema sério. Porque sem produção de conhecimento e sem pundits só há mesmo os jotinhas. E o resultado, como sabemos, não é muito agradável. Porque, infelizmente, nos falta tudo o resto!“ Há perigo de a vida económica e politica portuguesa ser dominada por grupo de interesses que se opõem às transformações substituíveis de beliscar os seus privilégios. Há muitos destes grupos de interesse com que devemos preocupar-nos, incluindo alguns dos sindicatos mais poderosos do sector público.” (prof. Doutor Silva Lopes in «Expresso» - Economia - de 4 de Setembro de 2004 Mas quem sou eu para dar conselhos? Nem conselhos e muito menos lições de moral! Mas, posso afirmar e dizer com toda a clareza que a vida tem um custo e somos nós que, quer concordamos quer não, que determinamos esse custo.  Mesmo quando não nos apercebemos disso, aprendemos à nossa custa a irresponsabilidade de uma decisão mal tomada! Ou como diz o ditado popular “o voto é a arma do povo, no fim de votar fica desarmado”