Ignorar a História é perigoso! 5 de Outubro. Que comemorações?
Por vezes temos a nítida
sensação que grande parte dos nossos políticos não conhecem a nossa História,
mas tal deveria constituir uma exigência e condição essencial para se ocupar um
cargo de soberania num país com História. E por isso, não nos espanta que o
governo anterior de Passos Coelho tenha promovida a retirada das comemorações e
o feriado de 5 de Outubro . Já Cícero dizia que «A História era a mestre
da vida». Distorce-la é grave, ignora-la é perigoso. Distorce-se a História , ignora-se a História, quando se retira e se “pretende
apagar da memória colectiva”, factos que marcaram o caminho seguido por um
povo. Um velho provérbio africano diz
que enquanto os leões não tiverem os seus próprios historiadores, a história
das caçadas será sempre feita das gloriosas histórias dos caçadores.
O actual governo decidiu repor as comemorações e as
solenidades inerentes ao 5 de Outubro de 2010 para não deixar que a nossa
História fosse reescrita, por interesses obscuros que tentaram destruir e apagar
da memoria colectiva os factos e acontecimentos que justificam a nossa
existência como povo e como Nação.
A revolução republicana, de 5 de Outubro de 1910
é considerada a 1.ª grande revolução portuguesa do século XX, e teve início em
Lisboa na madrugada do dia 4 de Outubro de 1910. No entanto, as razões que
originaram esta revolução nasceram muito mais cedo, no século XIX. A juntar ao
descontentamento da população com a monarquia, estiveram as ideias de liberdade
e igualdade proclamadas pela revolução francesa de 1789, trazidas “nas
mochilas” dos soldados de Napoleão, que
participaram nas invasões francesas a Portugal, bem como os ideais
proclamados pela Revolução Liberal de 1820. “Os sucessivos governos monárquicos não conseguiram melhorar as
condições de vida da população, o rei e a família real eram criticados por
gastarem o dinheiro do reino, os pobres estavam cada vez mais pobres e,
inversamente, os ricos enriqueciam cada vez mais.”
Mas, foi também
no dia 5 de Outubro de 1143,
com o Tratado de Zamora e na presença do Legado Pontifício, Cardeal Guido de
Vico, que D. Afonso VII de Leão reconhece a existência de um novo Estado,
PORTUGAL, como REINO INDEPENDENTE. Não podemos esquecer que o dia 5 de Outubro
de 1143 é a data emblemática em que ocorreu a Fundação da nossa Nacionalidade,
devido ao esforço e mérito de D. Afonso Henriques, primeiro Rei de Portugal.
Temos plena
consciência que Portugal viveu neste feriado de 5 de Outubro um enorme momento
pela eleição do Engº Antonio Guterres. É
também de salientar o bom momento deste País com um presidente da Republica
humanista, culto e conciliador e um governo presidido por António Costa apoiado
pelo partido comunista e do Bloco de esquerda que têm ultrapassado as naturais
divergências e diferenças no sentido de um consenso para dentro do possível
melhorar as condições de vida dos cidadãos, onde o presidente conciliador tem
tido um papel importante. Há muito que o país não vivia um tão bom momento.
Pode ser um inicio de restaurar da esperança para um país melhor E, este dia 5
de Outubro de 2016, com a eleição do Engº António Guterres para
secretario geral da ONU (Organização das Nações Unidas), constitui também, um marco
histórico que nos devolveu um pouco daquilo que tem andado tão arredado de nós,
nestes tempos de tanto cinismo e egoísmo : a crença de que ainda há,
portugueses, que através da luta, da sua capacidade e do seu exemplo, conseguem
fazer um Mundo melhor, prestigiando Portugal e os portugueses.
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