quarta-feira, junho 21, 2006

POLITICAS PARA IDOSOS

1. Combate à pobreza: uma obrigação moral, uma prioridade política

Se há uma obrigação indeclinável para qualquer autarca, ela é a obrigação de combater a pobreza.

Não é apenas uma obrigação constitucional. O combate à pobreza é uma obrigação moral numa sociedade que se quer respeitar a si própria.

Sei bem que o sucesso de um Governo ou de uma Autarquia se costuma medir pelo sucesso económico, como sei também que só com crescimento económico se pode reduzir as desigualdades sociais.

Mas o verdadeiro teste moral à capacidade e à sensibilidade social dos Autarcas está na forma como trata os mais desfavorecidos, os mais pobres e, sobretudo, aqueles que sofrem uma «pobreza sem voz», por não terem condições para se fazerem ouvir.

É por isso que em qualquer Autarquia, na nossa Autarquia, tem que ter com toda a urgência uma prioridade clara na sua política de combate à pobreza: o apoio aos idosos.

2. A pobreza entre os idosos

Os números não enganam e impõem-se com clareza: é entre os idosos que a pobreza se manifesta de forma mais dura e sem alternativas.

Em Portugal, mais de 30% dos nossos idosos são pobres. É verdade, mais de 30%! E este é um indicador que não tem paralelo na União Europeia.

Os estudos revelam que cerca de 300 mil dos idosos sobrevivem hoje com rendimentos abaixo de 300 euros por mês - valor que corresponde, entre nós, ao chamado «limiar de pobreza» internacionalmente definido.

O problema mais grave da pobreza está, portanto, identificado: está naqueles que vivem exclusivamente ou fundamentalmente de pensões, de velhice e de sobrevivência, inferiores a 300 euros, sem poderem recorrer a outros rendimentos que lhes permitam uma vida condigna. São estes os que mais precisam de ajuda e é para estes que vai - é para estes que tem que ir - a nossa preocupação principal.

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