sexta-feira, junho 24, 2022

“A humanidade deve tomar consciência da incerteza do futuro e de seu destino comum.”(Edgar Morin)

“A humanidade deve tomar consciência da incerteza do futuro e de seu destino comum.”(Edgar Morin) Nestes tempos em que a critica destrutiva viaja à velocidade da luz e o elogio muitas vezes nem atinge o destino, a Internet, em especial “as chamadas redes sociais”, tem amplificado e normalizado o ódio. Este é um fenómeno que afecta toda a sociedade e a política não é excepção. Não só a expressão e discussão de opiniões são pretextos para ofender e diminuir, como o online contamina muitas vezes o offline, com graves consequências para a democracia onde todos tem direito a ter uma opinião.” Os seres humanos são criaturas sociais, e sentir-se valorizado pelos outros é a própria base da vida em comunidade.”(Dalai Lama) Não será novidade para ninguém, que nos tempos de hoje os livros não são lidos, os programas não são vistos, as imagens não são conhecidas, os factos não são factos, mas uma corte de seguidores repete e repete e repete afirmações e opiniões grosseiras, falsidades, deturpações, que, não sendo verdadeiras, acabam por ganhar um estatuto competitivo com a verdade e, segundo a velha máxima jornalística, notícia “não é um cão que morde um homem, é um homem que morde um cão”. Ainda assim, para que haja notícia, é preciso que o homem tenha mordido o cão, de facto. Cada vez mais não “escutamos” os ensinamentos do Dalai Lama: “Mantenham a mente aberta, assim como a capacidade de se preocupar com a humanidade e a consciência de fazer parte dela.”) A realidade é que a maioria das pessoas só ouve o que quer ouvir, sempre assim foi e sempre assim será. Procuram o reforço, não a dúvida. Fecha-se a porta à discrepância, ao saber mais, à omnipresença do heterogéneo que faz da vida algo com ambiguidades, nuances e arestas. Sem questionamento e disponibilidade para escutar outros motivos, os nossos argumentos tornam-se crenças, lugares-comuns, preconceitos ou dogmas. Prestamos atenção e atribuímos credibilidade ao que nos credita. Evitamos o que nos ponha em causa. Os nossos avós queixavam-se de falta de informação. Nós, de excesso. Perante essa saturação, por defesa, regressamos às convicções que nos confirmam, ou aceitamos ideias falsas.” A grandeza de um ser humano não está no quanto ele sabe mas no quanto ele tem consciência que não sabe.”(Augusto Cury) O excesso de imagens e de reportagens satura a opinião e as consciências. Pior ainda, torna as pessoas habituadas e insensíveis. O excesso de informação faz com que a guerra e a violência sejam quotidianas e usuais. Quem pode, usa todos os meios possíveis para informar, defender, atacar, justificar e denunciar. Ou para manipular, intoxicar, enganar e acusar. A imagem, tanto fotográfica como televisiva, é actualmente um poderoso meio de informação, talvez o mais eficaz. Com imagens, as palavras adquirem valor. Mesmo sem texto, as imagens têm força própria. Sem imagens, os textos e as palavras perdem influência. Sobre as relações entre as imagens, a verdade, a razão e os sentimentos, diz-se tudo e o seu contrário. E em quase tudo há verdade. E falsidade. Existe um ruído genérico e torna-se difícil discernir a informação relevante daquela que é trivial ou falsa. Compete a cada um ter essa consciência. “A grandeza da vida não consiste em não cair nunca, mas em nos levantarmos cada vez que caímos”. (Nelson Mandela - Da autobiografia “O longo caminho para a liberdade”, 1994).

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