sexta-feira, abril 22, 2022

"Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.”(Winston Churchill)

Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.”(Winston Churchill) “Todos os animais são iguais, mas uns são mais iguais que outros”, é, provavelmente, a frase mais badalada do livro “O Triunfo dos Porcos”, de George Orwell. No entanto é já uma evolução do mandamento inicial que, pura e simplesmente, rezava que “todos os animais são iguais”. Orwell, quase oito décadas depois, parece continuar a ter razão: “somos todos iguais, mas uns somos mais iguais que outros…” Isto tudo vem a propósito dos actuais acontecimentos no chamado “eixo comunicacional do Atlântico Norte” em que vivemos uma guerra de informação (no nosso dia a dia) sem precedentes. Mas na Europa nunca tinhamos assistido a este tipo de guerra de informação, pelo menos com a magnitude actual e caracteriza-se pela erosão quase total entre factos e manipulação das emoções e percepções, entre hipóteses ou conjecturas e verdades inatacáveis. Todos nós temos a percepção que a guerra da informação tem por objectivo continuar a guerra das armas, enquanto tal convier a quem a promove. A guerra de informação assenta sempre numa mistura de verdades selectivas, meias verdades e mentiras puras e duras (as chamadas false flags) organizada de modo a justificar a acção militar de quem a promove. Estou certo de que neste momento está em curso uma guerra de informação tanto do lado russo como do lado norte-americano/ucraniano, ainda que, devido à censura que nos foi imposta, saibamos menos sobre o que se passa no lado russo. Mais tarde ou mais cedo a verdade virá ao de cima. A tragédia é que virá sempre demasiado tarde. No caso concreto da guerra da Ucrânia, a manipulação visa impedir a opinião pública e os decisores políticos de pensarem e decidirem sem excessivo stress na única medida que agora se impõe: a busca de uma paz duradoura na Ucrânia e na região de modo a pôr fim ao sofrimento do povo ucraniano, um povo que nestes dias partilha a trágica sorte dos povos palestiniano, servio, iemenita, sírio, sarauí e afegão, ainda que sobre estes últimos pese o mais profundo silêncio. “Mais que as ideias, são os interesses que separam as pessoas.“(Charles Tocqueville) Não deixa de ser matéria para reflexão, para todos os que “queiram pensar” de que quando os conflitos armados são em África ou no Médio Oriente, logo os líderes europeus são os primeiros a pedir o cessar das hostilidades e a urgência das negociações de paz. Por que é quando a guerra é na Europa, os tambores da guerra tocam incessantemente e nenhum líder, para além da tentativa muito circunscrita de Macron (França) apela a que se calem, e a voz da paz se ouça? Como disse Ambrose Bierce “Princípios: uma coisa que demasiadas pessoas confundem com «interesses».“

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