“Quem quer só o que pode, pode
tudo quanto quer.”( Proverbio português.)
Há um ditado popular que diz que “ a vida é a esperança
nas linhas da palma das mãos.” Não tenho tantas certezas que me permitam
dar alguma credibilidade a este dito popular, tanto mais que nestes tempos que
agora passamos, as incertezas decorrentes de uma maior imprevisibilidade nos
comportamentos individuais fazem aumentar os riscos. Somos
campeões olímpicos da variação colectiva de estados de alma. Ainda assim, não
devemos render-nos a esta fatalidade. Estamos a colher o que semeámos. No que
gerámos de expectativas não cumpridas, no que não acautelámos no passo decisivo
rumo ao desconfinamento que muitos consideraram com uma “libertação colectiva”,
esquecendo-se o que era obvio , quando sentimos que ficamos sem chão, embora
sentindo com o corpo todo, mas não temos medo de voar e o para sempre é muito
pouco tempo. A vida é um relâmpago, passa num instante. E o tempo não sabe
esperar. “A forma mais elevada da inteligência humana é a capacidade de
observar sem julgar” (J.Krishnamurti)
Tenho a convicção que grande parte das pessoas se
consciencializou da sua vulnerabilidade perante a vida, pelo que agora, quando
tudo tende a estar mais tranquilo, pode ter a tendência de querer viver de
forma mais intensa e imediata. Ultrapassando o receio da infecção, da morte,
surge o desejo da vida, do prazer e inevitavelmente alguns excessos. Não tenha
pressa de viver, tem tempo. Pratique uma atitude mais humana e empática. Não
queira ser super-herói. Não queira voltar a fazer tudo nas primeiras semanas. É
humanamente impossível. Pede-se responsabilidade e sublinhe-se que não é
só em Portugal que há novos surtos e medidas de reconfinamento. Que atire a
primeira pedra quem respeitou TODAS as regras ao longo de quatro meses – e não
devemos precipitar-nos a estigmatizar quem contrai o vírus –, mas um surto com
origem em situações deste tipo pode pôr em risco toda uma comunidade e a
economia de um país. Este parece ser o novo normal: o vírus não vai desaparecer
tão cedo e é provável que, até que esteja amplamente disponível uma vacina (ou
um antivírico), os surtos de covid-19 vão desparecer da região ou país x para
reaparecerem acolá, na localidade y. Que essa viagem não ocorra pelo menos por
mera negligência. Divirta-se na jornada da vida, em que a alegria e a
boa-disposição são fundamentais. Não deixe que nada nem ninguém lhe roube o
sorriso. (…)Foque-se nas soluções e siga com tenacidade rumo à concretização
dos seus sonhos. Não deixe que um obstáculo o/a derrube. “Feliz quem não
exige da vida mais do que ela espontaneamente lhe dá, guiando-se pelo instinto
dos gatos, que buscam o sol quando há sol”.(Fernando Pessoa)
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