sexta-feira, junho 05, 2020

SERÁ PRECISO RECONSTRUIR OU REABRIR A ECONOMIA?(2ªparte)


SERÁ PRECISO RECONSTRUIR OU REABRIR A ECONOMIA?(2ªparte)

“A comunidade internacional deve redesenhar e reequilibrar as suas economias e sociedades depois da pandemia da Covid-19, que “expôs a fragilidade global” em temas que vão bem mais além da saúde.” (Engº António Guterres – Secretário Geral das Organização das Nações Unidas)

A este propósito não conhecemos qualquer ESTUDO DE IMPACTO SOCIAL das múltiplas medidas de “subsidiação”, aprovadas pelo governo, tanto para as pessoas como para as empresas….somos “lestos” a realçar os impactos económicos , os impactos financeiros e até, por estar na moda, os impactos ambientais, mas as previsões dos impactos sociais que tais medidas de politica acarretam isso não existe! Cabe realçar que as nossas referências não envolvem apenas e só os interventores políticos, que de uma maneira geral “sofrem” dum elevado “deficit” de preparação técnica, mas causa-nos alguma estranheza, o não envolvimento nestas matérias dos múltiplos técnicos das várias áreas sociais que, talvez denotem alguma impreparação em transformar as suas ideias e projectos estratégicos que teórica e regularmente difundem, mas que não resistiriam ao enquadramento social que pretendem envolver e, talvez por isso, evitem debruçar-se sobre tais impactos sociais que deviam prevalecer sobre todos os outros. (económicos, financeiros e ambientais).
Se consideramos que os recursos financeiros são escassos, tal como os recursos ambientais, talvez seja o momento de compatibilizarmos tais recursos com a valorização do conhecimento humano e priorizar e enquadrar a avaliação das medidas de política com prevalência de potenciar não só o valor do conhecimento, mas também
a revalorização do conhecimento profissional da força de trabalho humano qualificada como “indiferenciados”.
Não temos duvidas que num estado social a dimensão da vulnerabilidade social é uma das componentes da sociedade que terá de ser subsidiada pelos recursos económicos públicos, mas deveria ser sempre compatibilizada com a avaliação do retorno social dessas medidas de politica – isto é a subsidiação deverá ter sempre como  retorno a prestação de serviço social e/ou a necessária revalorização de conhecimentos profissionais.
Na realidade em Portugal e em alguns outros países com alguma  dimensão nas politicas sociais, somos continuamente massacrados com  uma informação massiva, com muita ênfase na economia e nas finanças, e por vezes  a nível  ambiental, que são sem dúvida muito importantes. Temos, no entanto que ser capazes de pensar e discernir as tendências estruturais que marcam a mudança e, talvez por isso tenhamos que dar mais tempo e a devida atenção, nomeadamente às áreas das ciências sociais, da biologia, epidemiologia e da saúde que são vitais para pensarmos a complexidade do mundo e sermos capazes de identificar e antecipar os riscos.  "Por mais trágicas que as últimas semanas tenham sido, por mais difíceis, assustadoras e incertas, este momento representa uma oportunidade incrível para as pessoas despertarem e para trabalharmos juntos para a mudança”.( Barack Obama, ex-presidente dos EUA)

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