terça-feira, março 24, 2015

TEMOS OS COFRES CHEIOS” – QUEM É QUE TÊM OS COFRES CHEIOS?

 Portugal paga 40 milhões de euros ao BCE para este lhe “guardar os cofres cheios”.! Acrescentando-se que pagamos mais de 8 mil milhões de juros/anualmente .(Será que não estamos perante uma situação de administração danosa?)
A desfaçatez com que a ministra Albuquerque declarou que o país estava com “os cofres cheios” para que nada perturbe o funcionamento do mercado”, e mais disse “ o que lhe dá a segurança suficiente para, caso seja preciso, enfrentar uma nova crise da dívida soberana sem precisar de realizar novas emissões de dívida durante vários meses.”
Como hoje bem sabemos a dita “crise do mercado”, nada mais foi do que a “apropriação indevida de agiotas, nomeadamente de bancos alemães e franceses da riqueza gerada pelos portugueses”, com a conivência do governo de passos/portas, que conduziu os portugueses a viver sob o efeito de anos de políticas de austeridade, de pobreza e miséria. 
O governo passos/portas tem realmente tem seguido no último ano, uma estratégia de acumular excedentes de tesouraria muito elevados. Os maiores de que há registo nas estatísticas oficiais.
No final de Janeiro, os depósitos acumulados pelo Estado ascendiam a um valor próximo de 24 mil milhões de euros. Tudo isto para ter dinheiro suficiente para num momento de conjuntura difícil e transmitir uma maior sensação de segurança aos banco que adquiriram dívida portuguesa.
Mas há um problema, que se faz sentir sob a forma de euros perdidos. É que nesta era de taxas de juro muito baixas, aqueles que mais depósitos têm sem os investir em algo com um pouco mais de risco, não retiram qualquer rendimento do dinheiro que têm. Para o Estado português, que só tem estes depósitos porque se endivida — e ainda a uma taxa média próxima de 4% — isso é particularmente grave e parece-nos, salvo melhor conhecimento estarmos perante claros indícios de atentado ao estado de direito, para além de se poder tipificar uma clara situação de abuso de poder e de confiança, que conduz as contas publicas para uma situação de previsível insolvência dolosa, por esta pratica de clara administração danosa de bens públicos.
Se não vejamos: dos 24 mil milhões de euros de excedentes, cerca de montante 18,5 mil milhões são colocados no banco central, onde a taxa de depósitos oferecida é de -0,2%. Isto significa que, para além de pagar juros pelos empréstimos que pede para ter este excedente, o Estado português ainda paga juros pelos depósitos que tem de fazer com este excedente. Ao ano, mantendo-se um nível de depósitos como os actuais, serão qualquer coisa como 40 milhões de euros que o Estado paga ao BCE para este lhe “guardar os cofres cheios”.
Tem toda a razão António Costa na afirmação “Temos os cofres cheios? Então temos os cofres cheios e cortamos nos apoios aos idosos? Temos os cofres cheios e estamos a cortar no Rendimento Social de Inserção? Temos os cofres cheios e estamos a retirar o subsídio de desemprego a quem não encontra emprego? Temos os cofres cheios e temos um terço das crianças em risco de pobreza?”.
Talvez agora possamos compreender o alcance do que consta no relatório do FMI. “Depois de três anos em Portugal com a troika, o Fundo decidiu incluir numa avaliação a Portugal o aviso de que a qualidade dos gestores portugueses também afecta a produtividade dos trabalhadores”.
Se alguém tinha duvidas…

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