segunda-feira, junho 01, 2020

“A persistência é o caminho do êxito.” (Charles Chaplin)


“A persistência é o caminho do êxito.” (Charles Chaplin)

Vamos encarar este tempo como um intervalo da vida.  Tendo a noção que algumas coisas bonitas são muito mais deslumbrantes quando ainda são imperfeitas do que quando foram criadas com perfeição. Uma oportunidade para pensar e repensar. A natureza continua a funcionar. Os passarinhos continuam a cantar, os rios continuam com a água a correr e o Sol continua a iluminar. Essa é uma bela oportunidade para nos reconectarmos com a natureza e apreciarmos tudo de mais belo que ela nos proporciona. Os dias difíceis sempre serviram para apreciarmos os bons. Dessa vez não será diferente. Tire alguns minutos de silêncio e olhe para os lados. Se observar com atenção, vai encontrar muitos motivos para sorrir e agradecer. Como escreveu Augusto Branco :“Encontra ânimo na dor e no desafio. Nesta vida só nos são colocados à frente os obstáculos que somos capazes de ultrapassar”.  
Sou um cidadão comum. Nada sei de relevante sobre esta pandemia, pelo que entendo dever ter a humildade de me deixar guiar por quem, embora não sabendo tudo, e estando também a aprender dia-a-dia, sabe seguramente muito mais do que eu poderia alguma vez saber - mesmo que me desse ao trabalho de ouvir tudo (e não ouço), que andasse a coscuvilhar na internet sobre o muito que se especula pelo mundo (e não ando). Nesta matéria, vivo a serenidade de quantos confiam apenas no que as autoridades de saúde nos dizem para fazer, somado àquilo que o bom-senso me aconselha. E, como se dizia noutros tempos, o que for soará. “Determinação, coragem e autoconfiança são factores decisivos para o sucesso. Se estamos possuídos por uma inabalável determinação, conseguiremos superá-los. Independentemente das circunstâncias, devemos ser sempre humildes, recatados e despidos de orgulho.”(Dalai Lama)
Sem nostalgia, a vida prossegue e é registada em noticias. Aqui e ali podemos e devemos conversar, ligar aos amigos e dar uma “vista de olhos” às  notícias, algumas que vale a pena ler, ver ou ouvir em sites, e saber distinguir a realidade da mentira! Todos nós sabemos que só nos engana quem nós queremos, que esta nova normalidade, que é a normalidade mais anormal desta minha já provecta idade, como de muitos dos meus amigos e amigas, está ainda para durar e que, por enquanto, ainda não conseguimos ver o dia, com que todos sonhamos!  E assim, sigamos o que disse Fernando Pessoa:“ Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é.”
Chegou o momento de enorme importância reflectir que ou vivemos excessivamente confinados até há uns dias atrás, mostrando cuidados e receios que não se justificavam; ou será que nos podemos agora expor-nos excessivamente aos riscos que continuam no ar? Temos que ser claros  entre o primeiro e o segundo momento, há uma óbvia falta de coerência e de senso.   É sobre o bom-senso, que quero agora e aqui  pronunciar-me, e que gostaria de deixar uma nota. Imaginamos que as angústias da solidão, somadas às tensões do confinamento, leve uns tantos de nós a uma ideia: se se passou uma quarentena de quase três meses, sem sintomas, o mais provável é que se não estejamos infectados, o passo é pequeno e a tentação é grande, para voltar a “fazer o mesmo”. Não façam isso!( muita gente não está a respeitar as normas de distanciamento social (observo-o diariamente) e que isso gerará mais contágios perfeitamente evitáveis). Pode ser trágico! E relembro, como escreveu Jean Paul Sartre, “Todos os homens têm medo. Quem não tem medo não é normal; isso nada tem a ver com a coragem”.
Ainda é muito cedo e a situação é ainda demasiado incerta para que possamos “relaxar, sugerindo aos cidadãos a existência de uma normalidade tão falsa como perigosa. Uma coisa é a necessidade imperiosa, que obriga milhões de portugueses a correrem riscos para ir trabalhar; outra coisa, completamente diferente, é sugerir que podem dispor gratuitamente dos seus tempos livres, como se o perigo tivesse passado. Não passou. Seremos bem avisados se tivermos atentos que "o tempo que ocupamos a moralizar os problemas é o que perdemos para os entender”(Daniel Innerarity, filósofo espanhol, sobre a gestão da pandemia)


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