SERÁ QUE O SENHOR
PASSOS NÃO CONHECE A LEI DE MURPHY?
A Comissão Europeia anunciou esta
segunda-feira que irá recomendar ao Conselho Europeu a saída de Portugal do
Procedimento por Défice Excessivo (PDE), onde se encontrava desde 2009!
Por isso somos levados a crer que o
senhor Passos, que foi corrido do poder, como iletrado que de facto é, não
conhece a Lei de Murphy. Esta lei é uma velha conhecida dos economistas e para
todos aqueles que não se lembram, aqui está a versão simples: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E
mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior
dano possível”.
Dirão alguns que este individuo não
esteve sozinho no pior governo de má memória para Portugal e para os
portugueses e isso é bem verdade, mas também diziam o mesmo do “botas”!
Chegados aqui convêm relembrar que a
política económica do desgoverno de Passos Coelho e os seus apaniguados,
assentava numa desvalorização fiscal e muitas das medidas que foram adoptadas
com o argumento “de se ir além da troika” , com a justificação de que estávamos
a fazer sacrifícios por nós e não porque
nos obrigassem – isto é estávamos a ser castigados “por vivermos acima das
nossas possibilidades!”
Também é bom não esquecer que nesses tempos do governo de Passos, não faltaram
economistas em busca de notoriedade que opinaram em artigos de jornais ou em
declarações televisivas a favor da desvalorização e do empobrecimento notório
de Portugal e dos portugueses.
Só que como agora já sabemos que o “modelo
falhou”, tendo criado um ambiente de terror com ameaças sistemáticas de mais
austeridade, a fuga de trabalhadores para o estrangeiro, em especial de
quadros, a perda de confiança dos consumidores e investidores, conduzindo
Portugal e os portugueses para a pobreza e miséria. Mas, como em democracia o voto popular ainda
decide alguma coisa, parou este processo com as eleições de Outubro de 2015 e
também porque o Tribunal Constitucional declarou a inconstitucionalidade dos
cortes de vencimentos e pensões.
Também é verdade e convêm relembrar
que corridos do poder Passos e “camarilha” ainda tiveram a esperança de
regressar, daí a sua histeria com as chamadas reversões, esta significavam o
desmontar de uma desvalorização que tinha ficado a meio e que com a vinha do
diabo tinha a esperança de poder continuar. A devolução de rendimentos
significou muito mais do que uma política expansionista, foi acima disso o
demonstrar de uma política tenebrosa de desvalorização fiscal que tinha
falhado, apesar do seu autor iletrado não estar convencido. Portugal não se
transformou na economia mais competitiva do mundo como prometeu Passos,
transformou-se num País triste de onde os jovens fugiam e onde ninguém
investia. Vir agora dizer que o sucesso económico é o resultado de uma política
“nefasta que contra a sua vontade foi desmontada” só revela a falta de
honestidade intelectual de um Passos Coelho que nunca teve a coragem de assumir
as suas políticas e intenções, convencido de que além de piegas os portugueses
são uns imbecis que ele engana com facilidade.
Mas, afinal havia alternativa inverteu-se um ciclo na economia. E com isso a
lei de Murphy parece ter-se virado para a política. Melhor dizendo, para Passos e “seus muchachos”!
Recapitulemos o que aconteceu no
último ano. E não é preciso olhar para o Europeu de Futebol, para a vitória na
Eurovisão, a visita do Papa ou para a nomeação de Guterres, o Governo de esquerda cumpriu a meta do
défice, conseguiu a melhor criação de emprego de sempre e registou o melhor
crescimento trimestral da última década. Olhe agora para a frente: Portugal está
prestes a largar os défices excessivos. E só lhe falta, para fazer bingo, que
uma agência de rating tire Portugal do lixo. Tudo isto conjugado com o
super-fim-de-semana da canonização dos pastorinhos e da festiva visita do Papa
a Fátima que decorreu sem qualquer incidente; do tetra-campeonato do Benfica,
dando felicidade a mais de metade do País e da espectacular vitória de Salvador
Sobral no Festival da Eurovisão, cantando em português de Portugal, “aquela
gente” estava à espera de um início de semana de ressaca, de
más notícias, de chuva e descida de temperaturas. Mas não.
O Produto Interno Bruto cresceu 2,8 %,
o valor mais alto dos últimos dez anos o que significa que há mais riqueza para
distribuir por todos, E como o turismo será a principal causa para o sucesso -
É o turismo, estúpidos! - só temos razões para ficar ainda mais optimistas: vem
aí o verão e o mais certo é que todos os recordes de receitas e visitas de
turistas sejam batidos outra vez este ano. Já repararam há quanto tempo não se
fala de crise, austeridade e desemprego?
Não há coração de fadista que aguente……e
voltamos à lei de Murphy: o que puder correr mal vai mesmo correr mal, no pior
momento possível. Para Passos Coelho e a “sua rapaziada” aproximam-se as
autárquicas e um congresso para a reeleição. Com este clima, sem um projecto
claro, positivo e alternativo, ou os astros mudam de alinhamento ou o “grande
líder” arrisca-se a um eclipse total!