“Mais importante que o destino é a viagem.”(Eduardo Lourenço)
Alguém disse que errar é mais uma daquelas regras da vida que ficam nas entrelinhas, e somos levados a pensar que, há momentos na nossa vida em que tentamos corrigir os erros que julgamos ter cometido, na nossa ânsia de acertar e , tudo isso apesar de sempre tentarmos ou julgarmos ter poder sobre tudo no nossa vida, mas sempre acabamos por reconhecer que temos alguns deslizes diversos em que há algumas coisas, sobre as quais não temos qualquer tipo de controlo. “O homem é um ser ficcionante. Independentemente do que seja o objecto dessa ficção. Nós estamos sempre ficcionando. A nossa relação com o real é uma relação imaginária. O homem é, por essência, alguém que vive dos sonhos maiores do que ele.” (Eduardo Lourenço)
Tudo tem
uma razão de ser, nada na vida acontece por acaso, apesar de que por vezes não
vemos o lado bom das coisas, só o lado pessimista, no entanto o destino também
nos guarda coisas boas. Devemos aprender a lição e seguir em frente com a
consciência tranquila de quem fez o melhor que poderia ter feito naquele
momento. A vida é assim, altos e baixos, acertos e erros, alegria e dor, tudo
faz parte da nossa caminhada, a diferença é a forma como encaramos cada coisa
que nos acontece. Saibamos ser gratos pelos momentos difíceis também, pois
contribuíram para nos tornar um ser humano melhor. ”O que mais me surpreende nos
outros: a autenticidade. Cada pessoa é um mundo. Mesmo as pessoas que têm
momentos de menos visibilidade e relevo, as pessoas são um mistério a que nunca
daremos a volta.”(Eduardo Lourenço)
Todos nós achamos, se pensarmos bem que a nossa experiência com o tempo foi um pouco diferente
este ano. Mesmo que os nossos relógios tenham funcionado como deveriam, os dias
pareceram-nos maiores e alguns meses pareceram-nos até durar para sempre. Todos
nós sabemos que há 60 segundos num minuto e 60 minutos numa hora, mas 2020 tornou-nos conscientes de como podemos
experimentar a passagem do tempo de forma um pouco diferente e a entender por
que “estes tempos” parecem tão estranhos no ano da pandemia, em que somos
“obrigados” a viver cada vez mais à distância de uns dos outros e, com isso,
ficamos de certo modo mais empobrecidos. Como disse Eduardo Lourenço:” Hoje podemos estar uma vida
inteira a ver cinema, televisão ou um ecrã e morrer sem ter entrado na vida”.
Nestes tempos que não são os nossos olhamos para
o passado em que desvalorizamos tantas e pequenas coisas, e hoje descobrimos
como nos fazem falta, às vezes até para lá do que as palavras conseguem
exprimir. Talvez por isso tiramos destes tempos que a vida é feita de
tentativas... de acertos e de erros, de esperanças com surpresas e decepções,
de alegrias e tristezas, algumas vezes de sofrimentos que não valem a pena, mas
que o coração insiste em esperar e sofrer... mas o que realmente importa é não
desistir de viver, não desistir dos nossos sonhos e olhar para o que está à
nossa volta e poder viver intensamente o melhor que a vida tem a oferecer!
“Tudo me parece mais enigmático do que aquilo que
eu pudesse sonhar que fosse. Estamos confrontados com qualquer coisa para a
qual não há espécie nenhuma de resposta, ou se há é de uma outra natureza que
as pessoas têm pudor de confessar, aquilo que não pode ser dito.” (Eduardo
Lourenço)