E as três grandes agências de notação financeira sabem que o têm: uma boa nota baixa os custos da dívida e uma muito má pode privar um país ou empresa de financiamento. Este poder é ainda legitimado pela regulação europeia e americana, que atribui grande peso aos "ratings" no cálculo do risco dos activos . A questão que se coloca é qual a agenda que as agências perseguem?
Impregnadas pela cultura financeira americana, a sua visão do mundo é marcadamente neoliberal. O que, em si mesmo, não é necessariamente mau. O que revolta os cidadãos é verem que as suas condições de vida são penalizadas pelas decisões de entidades que não elegeram. Com uma agravante: os cortes de "rating" são como profecias que se auto-realizam.
Faz-me recordar que há uns anos atrás o professor Doutor Saldanha Sanches inventou a qualidade de “tansos fiscais”, para definir aqueles que cumprem o dever de cidadania ao pagar os seus impostos. Esses são sempre os mesmos e permanecem na sua situação, agora este grupo foi acrescido de mais uns quantos tansos, que são todos aqueles que ainda acreditam que o “sistema” vai mudar.
Mas será que alguém votou nas agências de rating? Senhor primeiro ministro faz favor de assumir as suas responsabilidades?