terça-feira, novembro 29, 2016

CAIXA GERAL DEPÓSITOS - SÓ NÃO VÊ QUE NÃO QUER VER….!

SÓ NÃO VÊ QUE NÃO QUER VER….!

Não temos dúvidas que Passos Coelho, Montenegro, Maria Luís, Cristas e companhia, são “políticos” de mão dos predadores, são apátridas que querem acabar a obra de venda de Portugal ao estrangeiro que começaram e levaram a cabo na sua governação de saque. Daí tanto alarido e tanta histeria.
Depois do País ter perdido empresas emblemáticas como a PT, a EDP, a REN, a CIMPOR, a ANA, as seguradoras, a única empresa de jeito que nos resta é a CGD. Existem apetites enormes, internos e externos, para lhe pôr a mão. Estes episódios só incentivam a voracidade desses predadores. Como se viu ao longo de toda esta novela, temos Passos Coelho e o seu “grupo” em peso a trabalhar para entregar a Caixa nas mãos dos estrangeiros, já que não há capital nacional suficiente para a controlar, devido à sua dimensão.
Os predadores, expoentes dos grandes interesses financeiros, infiltrados que estão nas instituições europeias, devem estar a esfregar as mãos de contentes, e a murmurar em voz baixa uns para os outros: – Que excelente trabalho está a ser feito pelos nossos aliados que “ainda estão” no PSD e do CDS.
Compreende-se as limitações do Governo em todo este caso. Tinha que convencer Bruxelas a permitir que Portugal, um pequeno país, mantivesse um banco do Estado, o que contraria frontalmente a lógica neoliberal das instituições europeias, dando luz verde à recapitalização. Para convencer Bruxelas, tinha que dar sinais claros de que a CGD iria ter uma gestão que seria determinada pelos critérios da banca privada, fosse ao nível dos vencimentos, fosse ao nível das práticas de opacidade do sector.
Assim havia que escolher uma espécie de carta de apresentação dessas intenções. Pelo currículo e pelo perfil. Só que o Governo talvez se tenha esquecido, que esse “banqueiro”, apesar de tudo, não era senão isso mesmo: uma boa carta de apresentação e que, a CGD não era o BPI. E que após a recapitalização a política de crédito da CGD não seria orientada para aumentar os dividendos dos accionistas mas sim fomentar a economia do país, apoiar as empresas, manter o emprego, fomentar exportações, mesmo que tal implicasse ter uma rentabilidade mais baixa que aquela que haveria se a CGD fosse privada.
Acho que foi isso que o dito percebeu, só agora, e quando o percebeu bateu com a porta, talvez por não se sentir confortável, ou mesmo capaz, de estar à altura do desiderato.
Mas ainda bem que o fez. Ele não era o homem certo para a CGD, e antes sair agora, pouco ou nada tendo feito, do que colocar a CGD no rumo errado, seguindo políticas gestão idênticas às de qualquer outro banco privado. Porque, a fazê-lo, poder-se-ia de imediato perguntar: para quê manter a CGD na esfera pública?

Mas a novela é também uma lição para o Governo e para o PS: quando se navega em águas turvas, quando se governa a meia haste e se fazem pactos com o diabo, há sempre o perigo de se sair queimado.

sexta-feira, novembro 25, 2016

SERÁ QUE A RESPONSABILIZAÇÃO POLITICA, PODE IMPLICAR RESPONSABILIDADE CRIMINAL?

RESPONSABILIDADE POLITICA/RESPONSABILIDADE CRIMINAL
SERÁ  QUE A RESPONSABILIZAÇÃO POLITICA, PODE IMPLICAR RESPONSABILIDADE CRIMINAL?

A responsabilidade política nas democracias é um assunto estudado. Trata-se, resumidamente, de determinar a responsabilização do político por decisões que se desviem ou sejam opostas aos objectivos dos cidadãos que o elegeram, ou tenham impacto negativo sobre as suas vidas. Os titulares de cargos políticos têm um dever especial de defender os valores e os bens do Estado. A violação deste dever, além da responsabilização política, pode implicar responsabilidade criminal.
 A responsabilização criminal depende sempre da prática, por acção ou omissão, de factos considerados graves (ou mesmo muito graves) contra o país e a independência nacional (soberania nacional), a Constituição (a alteração ou suspensão das regras constitucionais por meios violentos ou antidemocráticos), o Estado de direito (violação grave dos princípios básicos do direito e também dos direitos fundamentais), os órgãos constitucionais (impedir ou constranger o livre exercício desses órgãos ou dos seus membros), a transparência e a legalidade das despesas públicas ou até a imparcialidade e a autonomia que devem ter as decisões públicas. Segundo a lei que regula os crimes de responsabilidade de titulares de cargos políticos  têm legitimidade para promover o processo penal o Ministério Público.
PERANTE O QUE HOJE FOI AMPLAMENTE NOTICIADO PELA IMPRENSA, QUE MEDIDAS VÃO SER TOMADAS PELA PROCURADORIA GERAL DA REPÚBLICA?

"O que é absolutamente irresponsável, é a postura do PSD que, enquanto Governo, procurou esconder dos portugueses a situação em que se encontrava o sistema financeiro". "Por sua responsabilidade, destruiu um banco como o Banco Espírito Santo (BES), conduziu à destruição de um segundo banco, caso do Banif, e se não tivesse mudado o Governo gostava de saber quantos mais bancos teriam sido destruídos. Há um seguramente que teria sido destruído, “a CGD, ou, pelo menos, teria sido empurrado para uma privatização que privaria os portugueses de terem um instrumentos fundamental ao serviço da economia"  O PSD, "não contente com o seu passado de Governo na gestão do sistema financeiro, comporta-se agora na oposição com uma irresponsabilidade total, inventando casos sobre casos, falsas polémicas sobre falsas polémicas, “com um único objectivo, que é ver se evita a concretização dos programas de capitalização e de reestruturação da Caixa e a execução do novo plano de negócios".

 Costa acusa PSD de inventar polémicas para ... - Jornal de Negócios

www.tvi24.iol.pt/...acusa-o-psd-de-inventar-polemicas/583773430cf2884e7b21276a
sicnoticias.sapo.pt/.../2016-11-24-Costa-acusa-PSD-de-inventar-polemicas-para-travar...
www.destak.pt/.../286083-costa-acusa-psd-de-inventar-polemicas-para-travar-plano-d...
www.zerozero.pt/news_rss.php?id=2127
www.lusa.pt/default.aspx?page=home&lang=pt

www.jornaleconomico.sapo.pt/.../psd-quer-travar-plano-capitalizacao-da-cgd-acusa-a...

SERÁ QUE NÃO TEMOS SAÍDA? OU SOMOS OBRIGADOS A VIVER NO “POST-TRUPH”?

SERÁ QUE NÃO TEMOS SAÍDA? OU SOMOS OBRIGADOS A VIVER NO “POST-TRUPH”?


POST-TRUPH” – PÓS-VERDADE – é uma forma de desbrutalização da “aldrabice”, e só se justifica porque desvaloriza o conceito da palavra mentira.

Na leitura do Expresso Curto, (16Nov2016)- senão repararam ainda,  agora todos os jornais “enchem“ a nossa “caixa do correio” de mensagens deste tipo -  pode constatar-se esta frase, bem elucidativa do modo como somos tratados, diariamente, pela nossa imprensa falada e escrita" Alguém está empenhado em fazer dos portugueses atrasados mentais, forçando-os a suportar horas de emissão televisiva sobre o assunto”,  o assunto que a referida jornalista se referia “era a já famosa cuspidela ou não do presidente do Sporting”.
Esta situação que sem dúvida que corresponde a uma enorme verdade, que não é da agora, mas que existe há muitos anos em que a “especialidade informativa” cai na “desinformação e manipulação” das pessoas, dando-lhes o que elas querem ouvir, de acordo com a sua “formatação” mental previamente já estruturada, na convicção que as pessoas não se interessam pelos detalhes – na sua quase totalidade as pessoas apenas lêem ou ouvem os títulos sem se importarem ou se  interessarem por toda a “história”.
Como sabemos ou julgamos saber todos nascemos com um “cerebrozinho quase virgem” que será, ou deve ser ensinado cívica e culturalmente ao longo de alguns anos de vida, sobretudo pelo “ensinamento do exemplo”, pelos pais, família, professores, autoridades etc. E, é precisamente neste universo que se tem falhado redondamente o que dá azo a que se afirme que em Portugal “há muitos casos de atraso mental”. De facto os "ensinadores" e os "exemplos" são da pior qualidade. Mas são infelizmente tantos, tão vastos e premeditados, é bom termos memória e recordar esta frase lapidar, proferida por um “deputado” - “A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha”- na sua descoberta de hereges  responsáveis pela “mentira da divida púbica” nos funcionários públicos e nos portadores de cabelos brancos.
A maior parte dos Portugueses estão cansados de ser espoliados, aldrabados, furtados, bifados, gamados, saqueados, surripiados, palmados…. sujeitos  à administração danosa de dinheiros públicos, de mentirosos compulsivos, de impunidades politicas, dos gastos injustificados, que tem conduzido ao completo descrédito da politica e dos políticos que, em vez de não darem cavaco dos seus actos, demonstram uma aparente abertura à opinião pública, cultivando a habilidade de "falar sem dizer nada", verdadeiros especialistas na arte de contar histórias para cidadão ouvir – compare-se a posição assumida por alguns políticos e “comentadores” no caso da devolução dos rendimentos, das reformas e pensões e quando os mesmos foram retirados, para “encher” o bolso dos agiotas financeiros e dos accionistas das grandes empresas, algumas das publicas, “vendadas” ao desbarato – não será que se pode tipificar como crime de administração danosa  a acção desses “desgovernantes”, que infringindo intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão racional, provocaram um  dano irreparável no património de interesse público?
 É que, salvo melhor conhecimento e segundo sabemos de ouvir dizer a  acusação por crime de administração  danosa poderá ser a única forma que a Justiça (Procuradora Geral da Republica) dispõe para, eventualmente, levar a tribunal os responsáveis pelos  actos praticados e  lesivos para o Estado, mas, por acaso no nosso País a Procuradoria Geral da Republica, alguma vez promoveu esta acção?

O problema é a classe jornalística que fazem parte dos debates e artigos de opinião, não questionarem os políticos de forma frontal o que fariam face á realidade actual. Estão mais interessados a opinarem e deforma veemente o que pensam sem verdadeiramente se discutir o essencial. É confrangedor a falta de rigor e isenção com que diariamente nos entretêm para formatar mentes que deveriam, isso sim, estar devidamente informadas para decidirem em consciência
Eu sou um ignorante no meio de isto tudo confesso, mas apesar de não haver regras a respeito de títulos que não têm nada a ver com o conteúdo da noticia, nós enquanto consumidores de informação não podemos colocar o respectivo jornal em tribunal por utilizar a mentira como forma de as pessoas comprarem exemplares? Não poderá isso ser uma burla? Não existirão associações que protejam os consumidores de informação nestas situações? E se existem onde estão? Onde está o povo português organizado de forma a defender-se dos interesses de quem nenhum carinho nutre pela nossa sociedade?

A não ser que mais vale ficar calado e passar por tolo, do que abrir a boca e desfazer qualquer duvida” (Abrahan Lincoln (1809-1865) 16º Presidente da USA

domingo, novembro 20, 2016

COMO VEJO A "NOVELA" DA CAIXA!

COMO VEJO A “NOVELA” DA CAIXA!

“Será um exagero dizer que o ridículo mata. Mas, mesmo que não mate, não deixa de ser ridículo”

A propósito da “actuação novelística” sobre a Caixa Geral de Depósitos, tenho estado atento, às muitas perguntas, digo até todas as perguntas, tem claramente uma intenção – obter uma resposta, fosse ela qual fosse, que implicasse o primeiro ministro na “denominada dispensa dos  os gestores da entrega de todas as declarações”  " nada mais. Qual tem sido de facto a intenção dos jornalistas? A demissão do primeiro ministro e possivelmente eleições antecipadas, como já “reivindica”, lá no fundo da sua mente o chamado mentiroso compulsivo? Não me refiro ao Trump!

Sabem ou não sabem a jornalista que o que foi alterado foi o Estatuto dos Gestores Públicos ( DL n.º 39/2016, de 28 de Julho que alterou o DL n.º 71/2007, de 27 de Março ESTATUTO DO GESTOR PÚBLICO) e  que, este diploma legal, não tem, nunca teve qualquer norma referente à apresentação da declaração de património e rendimentos – isso foi uma pura invenção, cuja repercussão tem vindo, quase diariamente a ser retransmitida por alguns pseudo jornalistas, pelo “mentor” Marques mentes Mendes?

Mas quero dizer  muito claramente que não vou discutir se juridicamente a declaração de Património e Rendimentos por parte da administração da CGD, deve ou não ser entregue ao Tribunal Constitucional, pois  julgo que o pomo da discórdia não está aí. O que está em causa é essas declarações serem ou não de consulta pública.
As declarações são entregues no Tribunal Constitucional para que numa primeira fase se veja se existem incompatibilidades entre a propriedade e o cargo e, numa segunda fase se veja se existe aumento de património incompatível com os rendimentos que foram auferidos durante o respectivo mandato.
Para isso não me parece necessário que a consulta da documentação seja pública (isto é ao alcance da coscuvilhice jornalista). A consulta desse tipo de documentação, seja da administração da CGD, seja de titulares de cargos políticos ou cargos públicos, deve ser restrita aos órgãos do Estado a quem compete as verificações acima referidas , como por exemplo a Procuradoria Geral da Republica ou o Tribunal Constitucional.
Ou será que para os tais “jornalistas”, já não será suficiente a existência de autoridades próprias para fiscalizar se as pessoas cumprem ou não as suas obrigações? Por outro lado, salvo melhor conhecimento nesta matéria, não compete aos governos, num estado de direito, o exercício dessa fiscalização?
Também sabemos que há alguns jurisconsultos que que argumentam que a Lei 4/83 que impõe as regras de fiscalização aos titulares de cargos públicos não se aplica ao caso concreto, há outros que são de opinião contrário, pode o Tribunal Constitucional decidir, ou não?  Então qual é a intenção da repetição da mesma pergunta ao primeiro ministro? Não é informar de certeza!
 Será assim tão difícil informar com verdade? Quando é que sabemos quem foram os    responsáveis pelo facto de os portugueses,  serem obrigados a pôr-se de cócoras e pagar milhares de milhões de euros, como aconteceu no desgoverno de Passos e Portas, que durante cinco anos nada fizeram, mas sobre isso nenhuma nenhum jornalista acha importante “investigar”, porquê?
O porquê do silêncio cúmplice, deliberadamente cúmplice, feito sobre o caso da “listagem dos pagamentos do Espirito Santo” e da “lista dos panama papers?”, 
Comungo da opinião de alguns de que temos hoje em Portugal um  problema na classe jornalística, nomeadamente os que fazem parte dos debates e artigos de opinião, não questionarem os políticos de forma frontal o que fariam face á realidade actual. Estão mais interessados a opinarem e que deforma veemente o que pensam sem verdadeiramente se discutir o essencial. É confrangedor a falta de rigor e isenção com que diariamente nos entretêm para formatar mentes que deveriam, isso sim, estar devidamente informadas para decidirem em consciência. É confrangedor quando os olhos se voltam para aquela triste figura de Passos Coelho, em seu sentar cinzento e aperreado, símbolo dum esbracejar tonto que nem a comunicação social consegue tirar da mediocridade oca.

Apesar disto, ainda sou um crente no estado de direito, mas começo a sentir algum cansaço, bem sei que é da idade!

Armindo Bento

Economista aposentado

sábado, novembro 19, 2016

AS “TRUMPULHICES” E OUTRAS COISAS MAIS….!

AS “TRUMPULHICES” E OUTRAS COISAS MAIS….!

Como todos, julgamos saber, ou de outro modo julgo que todos devemos saber, a política tem razões que a razão desconhece e, será por isso que vivemos em estado de negação.

Convêm relembrar que em democracia, ainda vale o voto individual, acima das opiniões dos comentaristas encartados e preconceituosos que sabem tudo, mas não sabem mesmo nada. Se toda esta gente que prolifera e vive à custa dos “meios de informação”, há quem prefira a palavra “desinformação”, ainda não percebeu que as pessoas estão infinitamente fartas dos políticos e do discurso político – lá como cá quer dizer, do Poder e da sua mentira – ou já não nos lembramos que acabamos de passar por longos cinco anos de desgoverno, que teve a mão leve a rapinar os rendimentos dos portugueses, quando durante o período eleitoral havia feito um rol de promessas que não cumpriu?
É preciso relembrar a alguns “esquecidos da tola” que a liberdade é um bem, a maldade um veneno, a recordação um perfume e  a memória um privilégio – daqui um apelo à memória dos povos, que surripiados em cada época, de uma maneira que reveste certos contornos: os “cegos profissionais preferem não ver, senão tarde demais…….ficamos com a sensação que lá as eleições foram a fingir! Isto é de ficar enjoado pelo cinismo e hipocrisia de alguém ter usado a mentira para conseguir ser eleito, mas será que não foi essa a postura de Passos Coelho em 2011? 
Todos já sabemos o que aconteceu depois – quem pagou as “favas”, através do saque, do palmar dos rendimentos foram todos aqueles que pagam impostos, isto é cerca de 40% dos portugueses que são eleitores, pois, como todos devemos ter a noção cerca de 50% dos eleitores não paga impostos e, cerca de 10% enriqueceu muito mais durante esse período de “escuridão” que passou por este canto peninsular.
Li algures  que, “O esquecimento é uma poderosa arma política que compõe a panóplia de mecanismos orwellianos que são uma parte importante da acção político-mediática dos nossos dias.”O esquecimento é muito importante exactamente porque faz parte de um contínuo entre a política e os media dominado por um “jornalismo” sem edição nem mediação centrado no imediato e no entretenimento, com memória abaixo de passarinho. “Ele vive hoje dos rumores interpares nas redes sociais, de consultas rudimentares no Google e não se dá ao trabalho sequer de ir ler ou ver como se passaram os eventos sobre os quais escreve e fala, há um ou dois anos. O tempo mediático é cada vez mais curto e isso é uma enorme oportunidade para uma geração de políticos assessorados por “especialistas em comunicação”, agências de manipulação e uma rede de influências no próprio círculo jornalístico, em que cada vez mais existe uma endogamia de formações, de habilidades e ignorância, de meios e métodos, e de confinamento social e cultural.”
É por isto que me causa alguma admiração que uma das maiores, senão a maior novidade politica da “ era Trump”, tanto quanto julgo saber de ouvir dizer é a formação do governo, que para além dos três filhos – impensável em Portugal ou na Europa – os restantes membros têm mais de 65 anos e sobre isto nem uma palavra dos ditos comentaristas – eu diria que talvez seja engulho de constatar que a denominada “peste grisalha” vai governar nos “states”?
Declaração de interesses: não engulo Trump e o que ele politicamente representa nem à força, mas tenho que reconhecer que as auto-designados “comentadores políticos camuflados”, tantas vezes cegamente agarradas às suas cartilhas sagradas, tendem a esquecer o cidadão comum e os problemas muito reais que ele enfrenta. De vez em quando, essas “pretensas elites” precisam de um abanão que as traga de regresso à realidade. Talvez esse seja o efeito mais positivo da eleição de Trump. Quanto à sua governação, vamos ver…… Ora, a minha convicção é que este modus operandi é apenas um refugio para se disfarçar um certo atrofiamento cerebral que eles mesmos têm a noção de possuir e que a lição sirva para alguma coisa neste lado de cá!
Há quem diga que o tempo é eterno, nesta nova era em que a manipulação se junta à tecnologia para favorecer os nossos preconceitos, mas nós não o somos. Talvez bem lá no fundo, em que todos os dias assistimos a um “chorrilho de mentiras” que são alegremente repetidas pelas televisões, comentaristas e outros artistas, ávidos de audiências prontos a devorar o discurso politicamente incorrecto, seja nosso desejo seguir o tempo. Mas, todos nós já sabemos que tal não é possível.

sexta-feira, novembro 04, 2016

SERÁ QUE FUI ROUBADO, FURTADO OU SAQUEADO?

 SERÁ QUE FUI ROUBADO, FURTADO OU SAQUEADO?
(Quem furta não se torna proprietário, limita-se a subtrair a coisa.)

Podem crer que já estou a ficar bastante “baralhado”, e já não sei se fui “roubado, saqueado ou furtado”, ou ainda mais uma série de “qualificativos” para os factos de os meus rendimentos provenientes do trabalho e dos descontos de mais de 42 anos, terem sofrido, ou do mesmo foram subtraídos uma parte, durante o desgoverno de Passos e Portas, com um “decréscimo acentuado” e não previsto, cativação pensava eu, mas  que afinal não foi restituída, embora tenha sido declarada inconstitucional pelo respectivo Tribunal Constitucional, mas que o dito desgoverno de Passos e Portas não cumpriu. E eu a pensar que a desobediência ao não cumprir uma lei era crime. Ou já não será?
Mas agora, tendo sido despachada aquela “trupe”, que nos “rapou” e se apoderou de parte dos rendimentos, reformas e pensões, e quando vivemos num clima de paz social, sem crispações entre órgãos de soberania, e com alguma esperança que possamos finalmente, fazer ouvir a nossa voz na Comunidade Europeia e no Mundo, ao contrário de Passos e Portas (entretanto substituído pela Cristas) que nos desgovernou, que não criou paz social, que “arranjou” conflitos sérios com o Tribunal Constitucional e que foram subservientes com a CE e o resto do Mundo, proclamam agora, qual virgem ofendida, a sua paixão pela justiça social e pela luta contra a pobreza e desigualdades, esquecendo-se que já não vamos em cantos de sereias, nem em hipocrisias de última hora.
Claro que temos memória e bem sabemos que com Passos Coelho, a “dita sobretaxa era para manter até 2019”. Esqueceram-se? Esqueceram-se convenientemente de “todas as malfeitorias” muitas vezes ilegais e inconstitucional no Governo PSD-CDS. Por isso, é essa a nossa convicção de que o governo actual, vai de facto “acabar” com esse “surripio” dos rendimentos dos portugueses, já em 2017, não no fim, mas no principio – ou como diria o outro “se rapinar é tanto subtrair com violência como "roubar ardilosamente", então rapinar pode ser sinónimo tanto de roubar como de furtar!”
Na verdade, na linguagem de todos os dias, furto e roubo significam o mesmo. Mas, para a lei, não. Se através do furto, alguém apropria-se de forma ilegítima de um bem de outra pessoa, já quanto ao roubo o mesmo é feito “por meio de violência contra uma   pessoa, de ameaça com perigo iminente para a vida ou para a integridade física, ou pondo-a na impossibilidade de resistir”. Em resumo, no roubo há uma subtracção com constrangimento ou violência; no furto a subtracção não comporta constrangimento ou violência.
A este propósito não deixa de ser “muito interessante” que o tão propalado inquérito parlamentar à Caixa Geral de Depósitos, a dita Auditoria Forense, à mesma ou até a tão noticiada acção do Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) de um “ inquérito à Caixa Geral de Depósitos por suspeitas de gestão danosa”, tenha “desaparecido” da “nossa imprensa” e por isso, salvo melhor conhecimento nesta matéria, teríamos que perguntar: Para onde foi o dinheiro que “parece” que desapareceu? Quem foram os beneficiários desses empréstimos? O património pessoal dos principais responsáveis não responde, ou não tem que responder por esses “desvios”? Que garantias havia para esses empréstimos? Ou será que o tal “loby” tão poderoso tomou conta do assunto? Cumpre ainda perguntar, o que aconteceu com o desgoverno de Passos, neste quase cinco anos, que ignorou por completo a existência destes créditos e não fez nada para sanar esta situação?
Como alguém dizia “mentir várias vezes em benefício próprio vai diminuindo a reacção do nosso cérebro à desonestidade. E, assim, mente-se cada vez mais”.  Esperemos que não se trate de mais uma manobra cosmética para “inglês (alemão) ver”. Parece cada vez mais claro que a Europa precisa de um tribunal supra-nacional dedicado a combater crimes financeiros, possivelmente a funcionar nos moldes do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. Não faz sentido serem os contribuintes a pagar resgates de bancos por gestão danosa em Portugal ou em qualquer outro País.
Daqui a minha duvida inicial o saber qual a diferença entre roubar e furtar e creio que instituições que empregam um português correcto e profissional também o não sabem!
É normalíssimo porque estamos a assistir a uma grande luta entre os vários grupos de pressão para dividir o que existe. Portugal é um país desenvolvido, é um país rico. Há muito para dividir. E é essa luta entre quem perde e quem ganha que se está a desenvolver. A defesa ideológica de certas posições é isso mesmo, daí tentar atacar.”
(http://expresso.sapo.pt/economia/2016-10-30-O-colapso-financeiro-de-Portugal-segundo-Joao-Cesar-das-Neves)

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