SÓ NÃO VÊ QUE
NÃO QUER VER….!
Não temos dúvidas
que Passos Coelho, Montenegro, Maria Luís, Cristas e companhia, são “políticos”
de mão dos predadores, são apátridas que querem acabar a obra de venda de
Portugal ao estrangeiro que começaram e levaram a cabo na sua governação de
saque. Daí tanto alarido e tanta histeria.
Depois do País ter
perdido empresas emblemáticas como a PT, a EDP, a REN, a CIMPOR, a ANA, as
seguradoras, a única empresa de jeito que nos resta é a CGD. Existem apetites
enormes, internos e externos, para lhe pôr a mão. Estes episódios só
incentivam a voracidade desses predadores. Como se viu ao longo de
toda esta novela, temos Passos Coelho e o seu “grupo” em peso a trabalhar para
entregar a Caixa nas mãos dos estrangeiros, já que não há capital nacional
suficiente para a controlar, devido à sua dimensão.
Os predadores,
expoentes dos grandes interesses financeiros, infiltrados que estão nas
instituições europeias, devem estar a esfregar as mãos de contentes, e a
murmurar em voz baixa uns para os outros: – Que excelente trabalho
está a ser feito pelos nossos aliados que “ainda estão” no PSD e do CDS.
Compreende-se as
limitações do Governo em todo este caso. Tinha que convencer Bruxelas a
permitir que Portugal, um pequeno país, mantivesse um banco do Estado, o que
contraria frontalmente a lógica neoliberal das instituições europeias, dando
luz verde à recapitalização. Para convencer Bruxelas, tinha que dar sinais
claros de que a CGD iria ter uma gestão que seria determinada pelos critérios
da banca privada, fosse ao nível dos vencimentos, fosse ao nível das práticas
de opacidade do sector.
Assim havia que
escolher uma espécie de carta de apresentação dessas intenções. Pelo currículo
e pelo perfil. Só que o Governo talvez se tenha esquecido, que esse “banqueiro”,
apesar de tudo, não era senão isso mesmo: uma boa carta de apresentação e que,
a CGD não era o BPI. E que após a recapitalização a política de crédito da CGD
não seria orientada para aumentar os dividendos dos accionistas mas sim
fomentar a economia do país, apoiar as empresas, manter o emprego, fomentar
exportações, mesmo que tal implicasse ter uma rentabilidade mais baixa que
aquela que haveria se a CGD fosse privada.
Acho que foi
isso que o dito percebeu, só agora, e quando o percebeu bateu com a porta,
talvez por não se sentir confortável, ou mesmo capaz, de estar à altura do
desiderato.
Mas ainda bem que o
fez. Ele não era o homem certo para a CGD, e antes sair agora, pouco ou nada
tendo feito, do que colocar a CGD no rumo errado, seguindo políticas gestão
idênticas às de qualquer outro banco privado. Porque, a fazê-lo, poder-se-ia de
imediato perguntar: para quê manter a CGD na esfera pública?
Mas a novela é
também uma lição para o Governo e para o PS: quando se navega em
águas turvas, quando se governa a meia haste e se fazem pactos com o diabo, há
sempre o perigo de se sair queimado.