Vivemos um pesadelo. Mas, não podemos deixar de sonhar!
Nestes tempos que, de certo ninguém dirá que “são
os nossos”, não será errada a afirmação de que a maior parte de nós, ainda não
conseguiu aprender a viver no silêncio, pois há quem diga que a nossa vida é puro ruído entre dois silêncios
abismais. O silêncio antes de nascer e, o silêncio após a morte. Será talvez
por isso, que todos somos, com maior ou menor intensidade,
viciados em ruído e, apesar deste isolamento, que apesar de tudo a quase
totalidade aceitou voluntariamente, nos tentar vedar todas as fontes de ruído,
continuamos a procurá-lo. Na realidade precisamos de nos sentir vivos e a prova
disso é que continuamos a fazer mil e uma coisa, nomeadamente a receber
informações em catadupa, incluindo este escrito que espero que tenha algum
interesse. De qualquer modo retemos esta frase de Alexandre Dumas
“Para todos os males, há dois remédios: o tempo e o silêncio.”
Há dias atrás, estes tempos conduzem-nos a isso,
li uma frase de Spinoza (filosofo do seculo VII e filho de judeus
portugueses), que me levou a procurar
mais sobre este filosofo: “Percebi que todas as coisas que temia e receava
só continham algo de bom ou de mau na medida em que o ânimo se deixava afectar
por elas.”
E, foi assim que na minha procura de saber mais
alguma coisa sobre este filosofo,
encontrei algo interessante dos seus pensamentos sobre Deus, sendo que para
Spinoza, Deus é o único motivo da
existência de todas as coisas. Eu te fiz absolutamente livre. Não há prémios
nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva
um registo. Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um
inferno. Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um
conselho. Vive como se não o houvesse. Como se esta fosse tua única
oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás
aproveitado da oportunidade que te dei. E se houver, tem certeza que Eu não vou
te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se
te divertiste… Do que mais gostaste? O que aprendeste?”
Para mim ficou claro, que um dos propósitos de
sua filosofia foi o de esclarecer a
identidade existente entre nossa mente e o conjunto de todas as coisas da
natureza, que resume numa sua frase:” Não há esperança sem medo, nem medo sem
esperança.”
Talvez por assim ser, vivemos nestes tempos em
que o mais que precisamos é de nos ajudar a adquirir firmeza e paciência diante
do sofrimento, em tempos que são complexos, difíceis e imprevisíveis, para além
da preocupação inicial com o vírus — que ainda por cima dizem-nos que é
inteligente - junta-se também algum medo provocado pelas palavras, que
sem qualquer despudor desprovidos de ética e responsabilidade e que em doses regulares, como nos
antibióticos, nos são ministradas, por alguns “politiqueiros” através dos media
e das redes sociais, que deviam evitar, nos tempos mais próximos de fazer
declarações de tais “politiquices” , as quais, não resolvendo nenhum dos
problemas, agravam o estado de ansiedade e de insegurança de boa parte dos
cidadãos. Como disse Mahatma Gandhi : “Há o suficiente no mundo para todas
as necessidades humanas, não há o suficiente para a cobiça humana.”