WE ARE ABLE TO DO OUR BEST! “É das coisas, que os sonhos são feitos.” It is about things, that dreams are made." (William Shakespeare
segunda-feira, outubro 17, 2011
QUE É MENTIROSO! Mente uma vez, mente duas ou três.
QUE É MENTIROSO! Mente uma vez, mente duas ou três.
É falso, ou se quiserem uma falácia de treta, que os funcionários públicos ganhem mais que quem trabalha no privado, conforme afirmou Passos Coelho, e os neocons por aí repetem, baseando-se num estudo do Banco de Portugal datado de 2001. Para comparar salários temos de comparar habilitações.
A maioria dos trabalhadores do sector privado (72,5%) tinha, em 2005, o ensino básico, e apenas 11% possuíam o ensino superior. Já a maioria dos funcionários da administração pública tinha mais habilitações que escolaridade básica. E 44% concluíram uma formação de nível superior.
Portanto, “apenas pelo facto de a percentagem de trabalhadores com o ensino superior na AP ser muito superior ao privado, concluiu-se que o rendimento da função pública tem de ser 3,5 vezes superior ao do privado. Se utilizarmos o estudo do Banco de Portugal, a percentagem de trabalhadores com o ensino superior deveria ser cinco vezes superior ao privado”, diz Eugénio Rosa. E, acrescenta, “o próprio estudo do Banco de Portugal reconhece que se análise foi (sic) feita por categorias se conclui que se verifica uma penalização salarial dos trabalhadores da administração pública.” DN
E já agora, segundo o mesmo Eugénio Rosa ”entre 2000 e 2011, o poder de compra das remunerações dos trabalhadores da Função Pública diminuiu entre -8 (trabalhadores com remunerações até 1500 €) e -15,5% (trabalhadores com remunerações superiores a 1500€), enquanto no sector privado, em idêntico período (2000-2011), o poder de compra das remunerações, de acordo com os dados oficiais, aumentou 8%.”
Seria bem mais honesto explicar porque se virou o saque aos salários em primeiro lugar para os funcionários públicos: ”a função pública não é a base eleitoral deste governo“, conforme confessava um governante ao Expresso desta semana…
Oportunidade que não se pode perder!
PARA RELEMBRAR: Há quem queira fazer de nós um povo de memória curta – e vai conseguindo esses intentos perversos. “Fomos então forçados a negociar com o FMI, o BCE e a Comissão Europeia nas piores condições imagináveis. De um lado, um governo enfraquecido pela oposição maioritária que lhe tirara o tapete no momento menos oportuno; do outro, uma troika entusiasticamente estimulada pelos partidos de direita e por uma parte substancial dos media a impor drásticas condições ao País.”
O acordo foi o que se sabe!
E daí Passos e companhia pensou: Como desperdiçar esta oportunidade, há tanto tempo aguardada, de humilhar os pobres, esmagar os trabalhadores e desmoralizar a classe média?
Suponho que é consensual que a qualidade da governação em Portugal (e de Portugal) é muito má. Suponho também que é consensual que os males de Portugal podem, em grande medida, ser explicados por essa má qualidade. Mas porque razão os políticos em Portugal são tão maus, piores do que em Espanha e na generalidade dos países europeus, permanece por explicar. É aí que a classe jornalística parece falhar. (ou será propositadamente colaboracionista)
Porque não explicam o que se tem passado e o que se está a passar?
Testemunhos para memória futura
Testemunhos para memória futura
Vale a pena ler a intervenção de Miguel Macedo durante o debate parlamentar do PEC IV. Miguel Macedo é ministro da Administração Pública do governo de Passos Coelho e era então líder parlamentar do PSD:
«Ora, Sr. Presidente e Srs. Deputados, Portugal está precisado de um governo sério e de um primeiro-ministro que tenha respeito pelas pessoas, pelas instituições e pelos órgãos de soberania!Finalmente, o chumbo do PEC é uma exigência de futuro. Portugal vive um momento difícil, mas tem solução. Os portugueses sentem enormes dificuldades, mas têm de voltar a ter esperança. O País atravessa tempos difíceis, mas há-de voltar a vencer. Mas, para que Portugal tenha solução e os portugueses voltem a ter esperança, é preciso outra política.
É preciso cortar, mas também é preciso criar e construir: criar riqueza e construir crescimento económico!
Aplausos do PSD, de pé.» [Diário da Assembleia da República