ALMEIRIM – uma linha ferroviária em substituição do IC3! Mas para isso precisamos de mudar, com uma nova atitude, com novas ideias, e com uma estratégia que sirva os interesses públicos municipais da sua população.
Mais uma vez, o que já se tornou habitual nos últimos anos, nenhum projecto público foi previsto para o Concelho de Almeirim, isto é no Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC), constante do Orçamento para 2010,aprovado pela Assembleia da República a Almeirim foi atribuído ZERO! Na verdade, esta situação reflecte uma clara ausência de capacidade politica e técnica, de apresentar projectos de desenvolvimento estratégico para o Concelho de Almeirim, por parte da liderança política do nosso Concelho, que se encontra “dominada”pelo cálculo dos interesses e pelo oportunismo de alguns poucos, que mais tarde ou mais cedo terão que assumir as suas responsabilidades, e não só políticas, perante os danos irreparáveis causados à população do nosso Município.
O exemplo mais próximo, decorreu da suspensão da construção do IC3, entre Almeirim e o Entroncamento, com a justificação da necessidade de assegurar o equilíbrio financeiro da Estradas de Portugal, o que terá conduzido a que “os autarcas de Almeirim e Chamusca estão “desgostosos” e “preocupados” com a decisão do Governo de suspender o processo da concessão Ribatejo, que inclui a construção do Itinerário Complementar (IC) 3, que consideram “estrutural” para a região”.
Mas será que na defesa dos interesses da população de Almeirim precisamos de “mais betão”? Que melhorias trás tal obra para o nosso Concelho? Ou será que um grande desafio não terá de assentar na exigência de um projecto estratégico de novas acessibilidades de ligação por linha férrea entre Almeirim, Chamusca, Abrantes, Salvaterra de Magos e o novo Aeroporto de Lisboa? Só que este objectivo exige autarcas com ideias e com capacidade de defesa dos interesses públicos municipais.
Aliás não deixa de ser interessante a comparação entre a atitude do presidente da Câmara do Cartaxo, na defesa e apresentação de projectos estratégicos para o seu Concelho ( veja a situação da gestão do serviço de águas em que a Câmara do Cartaxo recebe de 20 milhões de euros de investimentos em infra-estruturas, 23 milhões de euros em rendas, dos quais sete milhões à cabeça, enquanto em Almeirim, pagamos os brutais aumentos dos preços da água) e o “desleixo” e “esquecimento” a que somos votados no nosso Município de Almeirim, onde não se conhece qualquer medida, qualquer projecto com visão de futuro e de interesse Municipal – por exemplo ninguém compreende nem entende porque não foi construído o Palácio da Justiça de Almeirim? Ou será que o “jogo da petanca” é mais importante?
Há alguns anos atrás, como todos recordamos, Almeirim constituiu um exemplo para outros Concelhos, no seu desenvolvimento, na criação de riqueza e no bem estar da sua população, (produção vinícola, frutícola, hortícola, industria alimentar etc), situávamo-nos nos primeiros lugares, estávamos sem dúvida no pelotão da frente – e tínhamos orgulho nisso - nos diversos indicadores económicos, sociais e de desenvolvimento. Mas o que aconteceu para que hoje estejamos bem juntos ao “carro vassoura”?
O que leva a que actual liderança da autarquia não tenha capacidade, nem ideias, nem uma visão de futuro que possa corresponder ao desafio das oportunidades e das novas acessibilidades ao novo aeroporto de Lisboa, que responda eficazmente às necessidades de mobilidade das populações e do transporte de mercadorias (ex: Sumol-Compal, produtos da agricultura, “resorts” turísticos e plataforma logística etc) e no qual o caminho de ferro desempenha uma papel estruturante, na área desenvolvimento sustentável ao nível local, regional e nacional?
É preciso compreender que o grande desafio que se nos coloca é de estruturar o nosso Concelho, com projectos estratégicos que valorizem as pessoas e a sua diversidade, o território e a sua localização perto do novo aeroporto de Lisboa, o património , a nossa história, os nossos valores, os elementos da memória, a cultura e o meio ambiental, com uma visão de um CONCELHO DE OPORTUNIDADES que inclui o conjunto das medidas, programas e projectos que visam contribuir, no curto, médio e longo prazo, para a fixação de famílias no Município de Almeirim, oferecendo oportunidades, tais como a habitação adequada a todos os níveis de rendimentos e uma rede de equipamentos educativos, de apoio à infância, de saúde e de cultura que melhore a qualidade de vida dos actuais residentes e que permita a fixação de novas famílias e o crescimento populacional sustentado no desenvolvimento económico e social e num meio ambiental de qualidade – temos condições naturais, geográficas e populacionais para responder a estes desafios, mas, parece-me, salvo melhor entendimento e conhecimento que, infelizmente não temos políticos locais com capacidade para responder positivamente e eficazmente a esta situação – a previsão e exigência da construção de ligações ferroviárias constitui um projecto com uma visão de futuro e que defende os interesses da população de Almeirim – infelizmente não temos uma liderança autárquica com capacidade e visão do interesse público.