terça-feira, março 24, 2015

UMA MENTIRA TANTAS VEZES REPETIDA….NÃO PASSA A SER VERDADE!

UMA MENTIRA TANTAS VEZES REPETIDA….NÃO PASSA A SER VERDADE!


A actual “classe politica”, em especial aquela que “capturou” as instituições ainda não aprendeu, e segue essa “cartilha” de repetição  até à exaustão e tendenciosa com o intuito de confundir as pessoas, na ideia de que ”  não importa o tamanho da mentira: contando que seja repetida constantemente, de modo a ser aceite como a verdade” (Hitler).
Isto a propósito da propalada e repetida referência aos mais recentes números do desemprego, com a finalidade de passar “ uma mensagem” de que “estamos melhor de que quando “chegamos ao governo “ com referência a estes indicadores na área do mercado de trabalho, “e que os números   provam que a política económica e a estratégia que o Governo seguiu nos últimos anos está a produzir efeitos e os efeitos resultam favoravelmente para os portugueses", pois tem mais postos de trabalho, isto é “há mais emprego”. Trata-se de uma clara manipulação das estatística, configurando-se como uma “profunda burla politica”, tanto mais que, como todos hoje sabemos, o “golpe da derrota do PECIV foi devidamente preparado por Cavaco com algumas estranhas cumplicidades”.
Como recurso e base nos dados estatísticos publicados pelo INE-Instituto Nacional de Estatística podemos concluir que:


a)    No tocante à população empregada podemos verificar que entre o 1ºTrimestre de 2011 e Janeiro de 2015, perderam-se cerca de 447,1 milhares de empregos. O que quer simplesmente dizer que este governo, em quatro anos, não criou um único posto de trabalho;
b)    Os desempregados no mesmo período aumentaram cerca de 6 milhares. Isto é não houve qualquer redução do numero de desempregados, o que acresce ainda é que se “constatou” o “apagamento dos ficheiros”, em mais de 500 mil trabalhadores:
c)    E a população activa reduziu-se em cerca de 365 mil pessoas

d)    A “população considerada, sem actividade aumentou cerca de 210 milhares de indivíduos;
e)    E os trabalhadores, por conta de outrem reduziram-se em cerca de 155 mil:
f)     Já os trabalhadores por conta própria, diminuíram mais de 205 mil.
Isto é, neste período (entre o 2ºtrimeste de 2011 e Janeiro de 2015) mais de 570 mil trabalhadores deixaram as “estatísticas do emprego” do INE, sendo os mesmos “empurrados” para a reforma e aposentação ( cerca de 146,8 mil) e os restantes emigraram ( mais de 430 mil).
Na verdade o desemprego e o subemprego é bastante mais elevado que no 1º Trimestre de 2011. Assim, tendo em conta os dados relativos aos inactivos disponíveis mas que não procuram emprego, aos inactivos à procura de emprego mas não disponíveis, bem como ao subemprego dos trabalhadores a tempo parcial – categorias que têm vindo a crescer nos últimos trimestres – o número real de desempregados e subempregados  ultrapassará os 1,2 milhões de indivíduos   e a taxa desemprego real, deverá situar-se em mais de 20% em Janeiro de 2015.  
Os dados agora publicados pelo INE vêm mostrar que, a por mais que o Governo se esforce em fazer passar a mensagem de que o país está a melhorar, a realidade confirma, por um lado, a natureza destrutiva das politicas de austeridade e, por outro, que só é possível reduzir o desemprego e criar emprego de qualidade, com a mudança de politicas, que promova o crescimento económico e assegure a protecção social de todos os desempregados.

A realidade é mais dramática do que a indicada por estes números. Além dos desempregados apurados pelo INE, há mais os desencorajados e outros inactivos que querem trabalhar e os milhares de trabalhadores a tempo parcial que querem mas não conseguem trabalhar mais horas, encontrando-se subempregados. Outros emigraram (entre 2011 e 2014 emigraram temporária ou definitivamente mais de 450 mil portugueses

TEMOS OS COFRES CHEIOS” – QUEM É QUE TÊM OS COFRES CHEIOS?

 Portugal paga 40 milhões de euros ao BCE para este lhe “guardar os cofres cheios”.! Acrescentando-se que pagamos mais de 8 mil milhões de juros/anualmente .(Será que não estamos perante uma situação de administração danosa?)
A desfaçatez com que a ministra Albuquerque declarou que o país estava com “os cofres cheios” para que nada perturbe o funcionamento do mercado”, e mais disse “ o que lhe dá a segurança suficiente para, caso seja preciso, enfrentar uma nova crise da dívida soberana sem precisar de realizar novas emissões de dívida durante vários meses.”
Como hoje bem sabemos a dita “crise do mercado”, nada mais foi do que a “apropriação indevida de agiotas, nomeadamente de bancos alemães e franceses da riqueza gerada pelos portugueses”, com a conivência do governo de passos/portas, que conduziu os portugueses a viver sob o efeito de anos de políticas de austeridade, de pobreza e miséria. 
O governo passos/portas tem realmente tem seguido no último ano, uma estratégia de acumular excedentes de tesouraria muito elevados. Os maiores de que há registo nas estatísticas oficiais.
No final de Janeiro, os depósitos acumulados pelo Estado ascendiam a um valor próximo de 24 mil milhões de euros. Tudo isto para ter dinheiro suficiente para num momento de conjuntura difícil e transmitir uma maior sensação de segurança aos banco que adquiriram dívida portuguesa.
Mas há um problema, que se faz sentir sob a forma de euros perdidos. É que nesta era de taxas de juro muito baixas, aqueles que mais depósitos têm sem os investir em algo com um pouco mais de risco, não retiram qualquer rendimento do dinheiro que têm. Para o Estado português, que só tem estes depósitos porque se endivida — e ainda a uma taxa média próxima de 4% — isso é particularmente grave e parece-nos, salvo melhor conhecimento estarmos perante claros indícios de atentado ao estado de direito, para além de se poder tipificar uma clara situação de abuso de poder e de confiança, que conduz as contas publicas para uma situação de previsível insolvência dolosa, por esta pratica de clara administração danosa de bens públicos.
Se não vejamos: dos 24 mil milhões de euros de excedentes, cerca de montante 18,5 mil milhões são colocados no banco central, onde a taxa de depósitos oferecida é de -0,2%. Isto significa que, para além de pagar juros pelos empréstimos que pede para ter este excedente, o Estado português ainda paga juros pelos depósitos que tem de fazer com este excedente. Ao ano, mantendo-se um nível de depósitos como os actuais, serão qualquer coisa como 40 milhões de euros que o Estado paga ao BCE para este lhe “guardar os cofres cheios”.
Tem toda a razão António Costa na afirmação “Temos os cofres cheios? Então temos os cofres cheios e cortamos nos apoios aos idosos? Temos os cofres cheios e estamos a cortar no Rendimento Social de Inserção? Temos os cofres cheios e estamos a retirar o subsídio de desemprego a quem não encontra emprego? Temos os cofres cheios e temos um terço das crianças em risco de pobreza?”.
Talvez agora possamos compreender o alcance do que consta no relatório do FMI. “Depois de três anos em Portugal com a troika, o Fundo decidiu incluir numa avaliação a Portugal o aviso de que a qualidade dos gestores portugueses também afecta a produtividade dos trabalhadores”.
Se alguém tinha duvidas…