JÁ NÃO FAZ SENTIDO MEDIR OS
DIAS !
“Não existe nada de completamente errado no
mundo, mesmo um relógio parado consegue estar certo duas vezes por dia.”(Paulo
Coelho)
Estou aqui sentado, com o Júnior a meu lado, “que
dorme o sono dos justos”, devo também acrescentar que tenho a salamandra acesa
aqui neste pequeno retiro, e de repente concluo que “isto já não é uma
crónica”, mas tão só uma sequência de palavras neste ambiente a que estou
isolado, o devo dizer isolamento, ou de forma mais moderna “confinamento” – não
deixa de ser interessante como novas palavras entram-nos pela “casa dentro” –
também já não se diz “ que estamos doentes”, mas sim “assintomáticos” ,
modernices diria uma amigo meu, mas que certeza nem toda a gente compreende –
porventura é para isso mesmo para que nem todos compreendam!!
Quero no entanto, deixar bem claro que não me
considero, alguém que sabe mais do que qualquer outra pessoa. Sou apenas uma
pessoa que tem a pretensão de pensar que aquilo que coloca aqui, nos meus
“posts” pode ser interessante para ajudar à reflexão dos outros. Aceito as
coisas como elas são e tento manter-me psicologicamente equilibrado, sendo
grato pelas pequenas coisas do dia a dia, tendo a percepção de que já não faz
qualquer sentido medir os dias, porque o tempo perdeu as suas páginas de
calendário, neste tempo que nos parece vazio e sereno. Como afirmou Nietzsche
que se olharmos muito tempo o vazio, o vazio olha-nos de volta. E o vazio está
a olhar de volta para todos nós. Até os pássaros estão a voar mais devagar vi
hoje de manhã, no meu quintal, quando abri a janela do meu quarto.
Na verdade
aquecem-nos o coração os elogios que nos chegam lá de fora dos governos dos
outros países, e por isso fico chocado que, cá dentro, haja gente irresponsável, insensata e insensível que nestes dias em vez
de dar o seu contributo, que ética e moralmente estão obrigados, passem o
seu tempo que lhe é dado de mediatismo a ser agentes que juntam ao
catastrofismo na televisão, alimentado por agendas negras, que só visam a
desmoralização das populações, cenário igual nas redes sociais.
“Por amor da santa”- reduzam-se á sua
insignificância! Num
momento em que se estão a disponibilizar médicos e enfermeiros já reformados,
porque não estão os arautos da desgraça a ajudar os seus colegas nos hospitais,
em vez de andarem pelas TV`s a lançar veneno e provocar o pânico nos
cidadãos?"
Uns quantos, mais "inteligentes" que
todos os demais, repetem que o Portugal reagiu tarde à Pandemia. Porém, não é o
que resulta da comparação entre os diversos países europeus, que elogiam e dão
como exemplo o combate exemplar levado pelos serviços de saúde públicos em
Portugal. Nestes momentos todos temos o
dever de apoiar e estar gratos aos nossos profissionais de saúde, de socorro,
de apoio social, aos centros de investigação, a todos aqueles que “permitem”
que haja vida humana, num duro combate contra um inimigo invisível, e
lamentavelmente há aqueles que “cheiram no vento onde podem estar os piores
instintos que nenhuma pessoa de bem, de esquerda ou de direita, com apego
mínimo a valores de cidadania e solidariedade abraçaria, mas lhe possam
reforçar o nicho de ódio em que espera florescer”. Como
em tudo na vida há sempre quem sopre veneno para o vento!