“Ainda bem que eu posso sonhar com o amanhã.” (Clarice
Lispector)
“Nunca
tenha certeza de nada, porque a sabedoria começa com a dúvida”.(Sigmund
Freud)
Todos
nós certamente em determinados momentos da vida nos interrogamos sobre o que é
que na nossa vida nos “torna orgulhosos?” Todos nós conseguimos muitos feitos
na vida, alguns até podem ter pouca importância para os outros, mas tem muita
importância ou muito significado para
nós, embora não reconheçamos isso na
maioria das vezes. Quantas vezes, ou se já alguma vez, nos interrogamos sobre o
que já alcançámos? Há quem aconselhe a
treinar incansavelmente o seu cérebro
com essa pergunta e mantenha-a sempre na frente de seus pensamentos. “O mundo é um livro, e quem fica sentado em
casa lê somente uma página.”(Santo Agostinho)
Todos nós, em certos momentos na nossa vida já, pusemos “para detrás das
costas” ”mil coisas que deixamos para amanhã”, com o sentido de as
viver depois. Quantas vezes já pensámos: “eu devia ter feito isso antes…” ou "hoje vou falar com … "? Mil vontades a que não damos
ouvidos. Ou porque não achamos certo, ou porque achamos que não tem de ser. E,
depois passou o tempo e nada aconteceu! Não podemos deixar a felicidade para
amanhã, pois o amanhã pode nunca chegar… Assim como também não devemos nos
queixar constantemente das coisas que deixamos de fazer! Todos nós temos
momentos menos bons ou menos felizes, momentos de fraqueza, de dúvida, de
insegurança, de "não sei se deva"
ou de "será que faço bem?",
momentos em que nada parece ter sentido e em que nos sentimos perdidos, num
mundo que não é o nosso. Por vezes precisamos apenas de alguns segundos, para
respirar fundo e voltar a caminhar em frente, mas, outras vezes precisamos
mesmo de uma pausa, de descansar do mundo, de parar. Como disse Tolentino
Mendonça: “Estamos ali como se estivéssemos
num qualquer lugar perdido, rebuscando entre silêncio e escombros”.
Chega um momento que a vida adquire um
significado, que os segundos se tornam importantes .Chega um momento que nos
cansamos de estar de braços cruzados, de
ouvir as mesmas coisas, da tristeza, da solidão, da falta de perspectiva, da
falta de sonhos, de interesse, do vulgar. Chega um momento que não queremos
mais só ficar, não queremos mais festas, não queremos deitar-nos sozinho
sonhando com alguém. Ou seja, vai chegar um momento em que nos cansamos de ser
insignificantes e vamos começar a ser alguém. “Momentos de fraqueza na vida qualquer um os poderá ter, e, se hoje
passámos sem eles, tenhamo-los por certos amanhã”.(José Saramago)
Ora tudo isto não é mostrar fraqueza nem tão
pouco significa baixar os braços. É preciso ter coragem e gritar bem alto para
ser imperfeito. Aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de
lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente
somos. É preciso esperar - sim, porque as coisas vêm no tempo certo e o tempo
certo não é quando tu queres e decides!
“Aliás, é muitas das vezes em
momentos assim que nos reencontramos, que nos damos aos outros e arriscamos
dizer "preciso de ti", que sorrimos ao ser abraçados por quem nos
quer bem independentemente de tudo, que falamos sem receio de ser julgados, que
ganhamos coragem e recuperamos forças, que fazemos as pazes com a vida e até
connosco. Que somos nós mesmos, sem rodeios. Que sentimos mais. E que
recomeçamos. De coração cheio e alma firme.”(por aesperaparavoar)