segunda-feira, setembro 14, 2015

MENTIROSO E “ANALFABETO FUNCIONAL”!


Sabemos como o analfabetismo funcional em relação à matemática elementar afecta a vida quotidiana de muitos cidadãos e a sua capacidade de perceberem as questões elementares, em especial de economia e finanças (como é o caso da real grandeza da nossa dívida pública([i]). Por isso, é lamentável para a qualidade e o rigor do debate político que Passos Coelho não respeite o modo correto como devem ser ditos e escritos os grandes números e os utilize apenas e só como forma de querer esconder a verdade e a realidade do nosso Pais.
Não vamos falar das falsas promessas, (foram umas atrás das outras. Tantas mentiras, promessas vãs e falsas intenções que se torna difícil, à distância, contabilizar ou condensá-las) como dizer que não se vai cortar salários, não se vai despedir ninguém, não se vai acabar com o 13º mês, não se vão cortar as reformas e as pensões,  e que se vai fazer austeridade apenas nas gorduras do estado e não nas pessoas.  
Como qualquer cidadão de forma seria e honesta pode concluir Passos Coelho conseguiu fazer em 4 anos de governação o que mais ninguém conseguiu nos últimos 30 anos. Empobrecer o País como nunca se viu, atingir um nível de desemprego nunca visto, aumentar os impostos como nunca ninguém tinha feito, roubar e saquear as pensões à população mais idosa,  e que mais contribuiu para a riqueza deste País, “expulsar os mais jovens e qualificados para fora  do nosso Pais,  subir a dívida pública para níveis nunca dantes atingidos, tudo isto sem conseguir resolver um único dos problemas do País e fazendo o oposto do que prometeu quando era oposição e se apresentou a eleições! FOI OBRA!”
Mas, no capítulo, dos erros e falácias, o ainda primeiro ministro "ganha" a todos  por acumulação de pontos. Para isso concentramos apenas  num erro de base  elementar, o modo como   Passos Coelho, vem tentando demonstrar que o enorme crescimento da dívida pública foi dos   governos anteriores, falando sempre  em "biliões" de euros. Será para impressionar? Para além de uma falsidade trata-se de um erro grosseiro (que a imprensa escrita, hoje, só raramente devia cometer). Explicando: A nomenclatura dos grandes números foi estudada ao longo de décadas até que em Outubro de 1948 a Nona Conferência Geral dos Pesos e Medidas, reunida em Sèvres, aconselhou, por unanimidade, a adopção da regra N para os países europeus. Essa regra N opõe-se à regra (n-1), seguida, por exemplo, pelos norte-americanos. Enquanto para os europeus, 1 000 000 000 se lê "mil milhões", para um norte-americano, esse número lê-se como "um bilião". E não se trata de um capricho de erudição afectada, pois em 4 de Março de 1959 foi publicada a Portaria n.º 17 062, do Ministério de Educação Nacional, que tornava obrigatória para todos os níveis de ensino e todos os livros didácticos a utilização da nomenclatura europeia dos grandes números, de 1948.Tudo isto, é lamentável para a qualidade e a falta de rigor que no debate político   Passos Coelho não respeite o modo correto como devem ser ditos e escritos os grandes números. Não será pedir muito a quem em 4 anos,  conseguiu destruir o país, a economia, milhares de empresas e de postos de trabalho, empobrecer milhões de famílias e convidar milhares de jovens a emigrarem. E, porventura agora quer que lhe estejamos gratos por tudo isto! Isto até daria para rir se não estivéssemos perante um caso bastante serio! 



[i]  Dívida Pública Portuguesa - ABR/2015 - Dados do Banco de Portugal
Os dados divulgados pelo Banco de Portugal incluem os depósitos que o Estado detém e que, na prática, podem abater à dívida para obter a dívida líquida.

Evolução da dívida líquida:

Dezembro de 2010 : 158.736 mil milhões de €€ (boletim 04/2013)

Dezembro de 2011 : 170.904 (boletim 04/2013)
Dezembro de 2012 : 187.900 (boletim 04/2013)
Dezembro de 2013 : 196.304 (boletim 04/2014)
Dezembro de 2014 : 208.128 (boletim 05/2015)
Dívida Pública Portuguesa total emitida (MAI/2015) : 224.155.215.697€