ESTAMOS PERANTE O NÓ GÓRDIO DA QUESTÃO?
A semana que passou foi recheada de situações onde “ eu não minto, eu não ludibrio, eu não engano”. Com outras que entendem como ” o desemprego deve ser uma enorme possibilidade para ao desenvolvimento de capacidades para o empreendedorismo” ou, outras de valor intelectual diferente para melhor, como: “ é urgente romper com o acordo da troika a bem do País”, estas, no meu entender de cidadão com direitos e deveres de cidadania que foi espoliado ilegalmente nos seus direitos de aposentação, proferidas por alguém que pensa racionalmente o País e o Mundo com a sabedoria e perspicácia de um grande politico como Mário Soares.
O tema do crescimento ocupou, também um lugar de destaque nas colunas de opinião da imprensa especializada e, em particular, na imprensa aberta ao público em geral.
Títulos como "A eleição de Hollande, uma oportunidade para a Europa? Ou ainda "O FMI aconselha a Alemanha a auxiliar a Europa para ajudar-se a si própria" são a ilustração de que há uma nova atenção nos meios opinativos internacionais quanto a alguma mitigação das exigências puras e duras de austeridade e permite-nos uma leitura acutilante sobre o que de facto estará por detrás desta "onda de optimismo" que de repente parece ter varrido a Europa e os comentadores político/económicos.
A leitura de um documento aprovado pelo Conselho Europeu de 30 de Janeiro intitulado "no caminho de um saneamento orientado para o crescimento e de um crescimento favorável ao emprego", e que versa sobre as questões agora tão enfatizadas por François Hollande e que vieram a dar origem a uma onda nova de interpretação das possibilidades de saída da crise, haverá ainda assim uma novidade. É que "François Hollande chega com uma vontade e uma visão nova no momento certo, o momento em que todos vêem que a Grécia, Portugal e a Espanha não estão a ter resultados e que uma nova etapa para a Europa é urgente. É que os problemas de fundo mantêm-se "Apelar ao crescimento é como advogar a favor da paz no mundo, todos concordam que é uma virtude, mas ninguém se entende sobre a forma como o conseguir. As ideias do Sr. Draghi, podem ser divididas em promover reformas estruturais, tornar o mercado de trabalho mais flexível e encorajar o empreendedorismo. A Sra. Merkel repete isto, dizendo que promover o crescimento não deve custar milhões. Os liberais acrescentam que a chave de um maior crescimento é remover as barreiras do mercado único da UE, especialmente nos serviços". O que nada dizem, nem fazem é sobre a necessária e indispensável reforma estrutural do sistema financeiro!
É por isso que é bom, e dá muito jeito numa altura conturbada, onde toda a gente anda aos papéis, haver uma cabeça racional que pensa o que nos rodeia no presente, e, sobretudo adivinhando, o que nos reserva o futuro, como Mário Soares nos faz.
O proposta de rompimento com a troika, (leia-se alterações significativas nas politicas propostas) a meu ver, tem a ver com uma análise fria e racional das consequências quer dos resultados das medidas troikanas , na decomposição de uma serie de vertentes económicas e sociais, quer , no que resulta do comportamento politico dos povos massacrados com a austeridade, resultante de tais medidas troikanas que os levam ao desespero, manifestado no voto em partidos que , apesar de entenderem que os partidos onde estão a votar não são os partidos que lhes resolvam as suas necessidades como povo e como nação, porque, ninguém está á espera que a extrema direita, ou, a extrema esquerda, resolvam o que quer que seja a partir de uma ideologia que têm como salvadora para o paradigma do selvagem capitalismo vigente, os devolvam há democracia na sua realização integral, ou a caminho de um presente com futuro. Parece-me óbvio que assim é.
Não deixa de ser lamentável, que perante o falhanço da estratégia de austeridade brutal o ministro das Finanças tem vindo a exibir o chamado ajustamento externo como o grande sinal de que as coisas estão a correr às mil maravilhas, assumindo como obra sua o aumento das exportações ao afirmar que "O sector das exportações em Portugal tem reagido com uma força surpreendente (ao programa da 'troika') mais do que estávamos à espera"».
Estamos perante uma manifestação de desonestidade intelectual, se enquanto estudante de política económica tivesse justificado a evolução das exportações com as medidas da troika teria levado um redondo chumbo. Quando as exportações portuguesas começaram a recuperar ainda o senhor “pinóqio Gaspar” não tinha a viagem marcada, “gozava sim o lugar de Director Geral nomeado por Socrates” e nem imaginava que tinha um País com que podia brincar, e dez milhões de pessoas para torturar como se fossem formigas do seu quintal.
Aqui ficam as mesmas notícias que hoje lemos a propósito do aumento das exportações já se liam em 2011, antes de ter sido adoptada qualquer medida: “De acordo com dados do INE – Instituto Nacional de Estatística, no primeiro trimestre de 2011 as exportações portuguesas de bens ascenderam a 10.133 milhões de euros (MEur), que corresponde a um crescimento nominal em valor de 17,0%, relativamente ao período homólogo de 2010.
” (Fonte: http://www.eztradecenter.com/ver_noticia.php?id_noticia=5)