Em causa estão quase quatro milhões de euros em pagamentos duplicados de alguns trabalhos e outros custos adicionais pouco claros, representando 14% do valor total da adjudicação da obra. Uma das pessoas que deveria ter sido ouvida (e não foi) é Ana Paula Vitorino, actual secretária de Estado dos Transportes, que, à época, presidia ao Instituto de Gestão Financeira e Patrimonial da Justiça (IGFPJ). Este organismo do Ministério da Justiça é, oficialmente, o dono da obra.
Segundo os auditores, o IGFPJ terá pago indevidamente 25 mil euros por uns trabalhos de terraplanagem. Além disto, terá pago em duplicado outras terraplanagens no valor global de 110 mil euros. Os custos adicionais, ou seja, revisões de preços, trabalhos a mais e a menos, erros e omissões, somaram cerca de 3,9 milhões, representando 14% do valor da adjudicação, refere o relatório.
Apesar de toda esta evidência, e reconhecendo os indícios das infracções financeiras, os auditores não ouviram os responsáveis pessoais envolvidos, como manda a lei, questionando apenas as instituições. Esta lacuna obrigou o PGA junto do TC a arquivar o caso. E mais ninguém falou do assunto!