SERÁ QUE NÃO
TEMOS SAÍDA? OU SOMOS OBRIGADOS A VIVER NO “POST-TRUPH”?
“POST-TRUPH”
– PÓS-VERDADE – é uma forma de desbrutalização da “aldrabice”, e só se
justifica porque desvaloriza o conceito da palavra mentira.
Na leitura do Expresso Curto,
(16Nov2016)- senão repararam ainda, agora todos os jornais “enchem“ a nossa “caixa
do correio” de mensagens deste tipo -
pode constatar-se esta frase, bem elucidativa do modo como somos
tratados, diariamente, pela nossa imprensa falada e escrita" Alguém está empenhado em fazer dos
portugueses atrasados mentais, forçando-os a suportar horas de emissão
televisiva sobre o assunto”, o assunto que a referida
jornalista se referia “era a já famosa cuspidela ou não do presidente do
Sporting”.
Esta situação que sem dúvida que
corresponde a uma enorme verdade, que não é da agora, mas que existe há muitos
anos em que a “especialidade informativa”
cai na “desinformação e manipulação” das pessoas, dando-lhes o que elas
querem ouvir, de acordo com a sua “formatação” mental previamente já
estruturada, na convicção que as pessoas não se interessam pelos detalhes – na
sua quase totalidade as pessoas apenas lêem ou ouvem os títulos sem se
importarem ou se interessarem por toda a
“história”.
Como sabemos ou julgamos saber todos
nascemos com um “cerebrozinho quase virgem” que será, ou deve ser ensinado
cívica e culturalmente ao longo de alguns anos de vida, sobretudo pelo
“ensinamento do exemplo”, pelos pais, família, professores, autoridades etc. E,
é precisamente neste universo que se tem falhado redondamente o que dá azo a
que se afirme que em Portugal “há muitos casos de atraso mental”. De facto os
"ensinadores" e os "exemplos" são da pior qualidade. Mas
são infelizmente tantos, tão vastos e premeditados, é bom termos memória e
recordar esta frase lapidar, proferida por um “deputado” - “A nossa pátria foi
contaminada com a já conhecida peste grisalha”- na sua descoberta de hereges responsáveis pela “mentira da divida púbica”
nos funcionários públicos e nos portadores de cabelos brancos.
A maior parte dos Portugueses estão
cansados de ser espoliados, aldrabados, furtados, bifados, gamados, saqueados,
surripiados, palmados…. sujeitos à
administração danosa de dinheiros públicos, de mentirosos compulsivos, de
impunidades politicas, dos gastos injustificados, que tem conduzido ao completo
descrédito da politica e dos políticos que, em vez de não darem cavaco dos seus
actos, demonstram uma aparente abertura à opinião pública, cultivando a
habilidade de "falar sem dizer nada", verdadeiros especialistas na
arte de contar histórias para cidadão ouvir – compare-se a posição assumida por
alguns políticos e “comentadores” no caso da devolução dos rendimentos, das
reformas e pensões e quando os mesmos foram retirados, para “encher” o bolso
dos agiotas financeiros e dos accionistas das grandes empresas, algumas das
publicas, “vendadas” ao desbarato – não
será que se pode tipificar como crime de administração danosa a acção desses “desgovernantes”, que infringindo
intencionalmente normas de controlo ou regras económicas de uma gestão
racional, provocaram um dano irreparável
no património de interesse público?
É que, salvo melhor conhecimento e segundo
sabemos de ouvir dizer a acusação por crime de administração danosa poderá ser a única forma que a Justiça
(Procuradora Geral da Republica) dispõe para, eventualmente, levar a tribunal
os responsáveis pelos actos praticados
e lesivos para o Estado, mas, por acaso
no nosso País a Procuradoria Geral da Republica, alguma vez promoveu esta
acção?
O problema é a
classe jornalística que fazem parte dos debates e artigos de opinião, não
questionarem os políticos de forma frontal o que fariam face á realidade
actual. Estão mais interessados a opinarem e deforma veemente o que pensam sem
verdadeiramente se discutir o essencial. É confrangedor a falta de rigor e isenção
com que diariamente nos entretêm para formatar mentes que deveriam, isso sim,
estar devidamente informadas para decidirem em consciência
Eu sou um ignorante
no meio de isto tudo confesso, mas apesar de não haver regras a respeito de
títulos que não têm nada a ver com o conteúdo da noticia, nós enquanto
consumidores de informação não podemos colocar o respectivo jornal em tribunal
por utilizar a mentira como forma de as pessoas comprarem exemplares? Não
poderá isso ser uma burla? Não existirão associações que protejam os
consumidores de informação nestas situações? E se existem onde estão? Onde está
o povo português organizado de forma a defender-se dos interesses de quem
nenhum carinho nutre pela nossa sociedade?
A não ser que “mais vale ficar calado e passar por tolo,
do que abrir a boca e desfazer qualquer duvida” (Abrahan Lincoln
(1809-1865) 16º Presidente da USA
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